Entre esta sexta-feira (12) e o domingo (14), o Recife recebe atividades da 3ª edição do Festival Internacional Cartonera, dedicado à produção e disseminação de livros artesanais produzidos com papel, papelão e linhas, além do acabamento com tintas. A edição deste ano tem o lançamento de um livro-coletânea com o tema Gaza – em todas as suas dimensões simbólicas, políticas, humanas e poéticas, uma homenagem à população da Palestina. Também há uma atividade para ensinar a produzir um livro cartonero.
Na manhã desta sexta-feira (12), na Biblioteca Pública de Pernambuco, acontece o workshop Antologia cartonera: manhã de cartoneo, das 9 horas ao meio-dia, em que o público pode aprender a produzir um livro do tipo. As pessoas aprenderão técnicas de costura, pintura e encadernação, num gesto coletivo de resistência, solidariedade, memória e compromisso político, que marcam o movimento cartonero. A biblioteca fica na rua João Livra, lateral ao Parque Treze de Maio, em Santo Amaro.
Os livros confeccionados são a Antologia Nós Cartonera – edição Gaza, que traz obras de escritoras e artistas visuais de Pernambuco dedicadas ao tema do genocídio promovido no Oriente Médio. “O que está acontecendo é um ato de responsabilidade coletiva. E a criação artística, mesmo em sua fragilidade, pode ecoar contra a violência e a indiferença”, considera o escritor Wellington de Melo, que é curador desta antologia e editor responsável pela editora Mariposa Cartonera.
O evento de lançamento acontece no domingo (14), a partir das 15 horas, na Casa de Alzira, que fica no 3º andar do Museu de Artes Afro-Brasil (Muafro). O museu fica na rua Mariz e Barros, nº 328, no Recife Antigo. Os livros serão doados a escolas e bibliotecas públicas e comunitárias no estado, além de dados a pessoas selecionadas através de chamada aberta.
A antologia busca fortalecer a cadeia produtiva do livro no estado, ampliando os contatos e redes de coletivos independentes e editoras locais. “O festival colabora para o fomento da cadeia produtiva do livro em Pernambuco, incentivando a geração de negócios, a criação e o fortalecimento dos coletivos editoriais independentes”, avalia Alexandre Melo, diretor geral do festival.
O movimento de livros cartoneros surgiu em 2003, na Argentina, entre escritores e leitores desempregados do país. No Brasil, este tipo de livro é mais disseminado na região Nordeste. Em Pernambuco, há uma editora – a Mariposa Cartonera – dedicada a estas produções.
Os eventos do Festival Internacional Cartonera 3 são realizados pela produtora Nós Pós, com direção de Hudson Wlamir e curadoria de Wellington de Melo. A viabilização das atividades conta com recursos públicos estaduais, através da Fundarpe, da Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco, além de apoios da Casa de Alzira, Muafro, Biblioteca Pública de Pernambuco e coletivos culturais do interior do estado.