A 8ª edição da Marcha do Orgulho Trans será realizada no último sábado do mês, dia 27 de setembro, em São Paulo, e virá acompanhada de dois outros eventos: a Conferência Internacional do Orgulho Trans, neste sábado (20), na Biblioteca Mário de Andrade, e a Feira do Orgulho Trans da Cidade de São Paulo, que acontece no mesmo dia na Galeria Metrópole.
“Estamos muito felizes de estar aqui pelo oitavo ano fazendo a Marcha do Orgulho Trans”, afirma Pri Bertucci, que faz a curadoria da marcha e dirige o Instituto Sexbox, organização responsável pelas atividades.
Segundo Bertucci, a proposta deste ano vai além da celebração. “Estamos provocando o status quo, dizendo que esse é um evento pautado e criado por pessoas trans, mas é um evento de tecnologia, inovação, futuros. Então estamos trazendo uma programação extensa com relação a todas essas pautas que conectam com futuros possíveis, como inteligência artificial criada e pautada por pessoas trans, ecologia e um planeta melhor para todas as pessoas e para além dos humanos: abelhas, borboletas”, diz.
Feira e conferência
A Feira do Orgulho Trans chega à quarta edição com cerca de 35 empreendedores. “A feira nasce desse lugar de tentar conectar as pessoas, pensar em economia criativa, economia solidária. A primeira versão aconteceu ainda na pandemia, dentro do WhatsApp Business, e agora estamos indo para o quarto ano completamente felizes”, celebra Bertucci.
Além das bancas de produtos e serviços, haverá uma instalação chamada “templo de descanso”. “As pessoas trans vão poder chegar no templo de descanso e receber R$ 100 por hora de descanso. Acho que é o grande coração da Feira Trans, e é tudo completamente gratuito”, destaca.
Já a Conferência Internacional do Orgulho Trans terá programação ao longo do dia, também gratuita, com palestras sobre saúde, arte, tecnologia e inovação.
A marcha e suas pautas
No dia 27, a Marcha do Orgulho Trans ocupará a região central de São Paulo, reunindo apresentações culturais e debates. “Esse dia da marcha é para além só de uma festa ou de uma celebração. É um lugar onde conseguimos trazer pautas tão importantes para as pessoas trans, como saúde, famílias, acesso à informação e a presença de pessoas trans masculinas que protagonizaram esse movimento no Brasil”, anuncia Bertucci.
Entre as presenças confirmadas estão a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) e a ativista Neon Cunha. A programação também prevê shows nacionais e internacionais.
Representatividade política
Pri Bertucci lembra que a participação de pessoas trans na política tem crescido, mas ainda está aquém do ideal. Em 2024, de acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), foram registradas 968 candidaturas de pessoas que se declararam transgêneras, o que representa um aumento de 229% em relação a 2020. “Embora seja um aumento expressivo, ainda é um número muito baixo comparado com o todo”, ressalta.
Na sua visão, a edição deste ano reforça um novo horizonte para o movimento. “Não quer só o mínimo: nome, saúde, moradia. Quer sonhar, criar novos futuros possíveis, pensar em coisas boas, não só para nós mesmos, mas para uma criação de comunidade”, defende.
Para ouvir e assistir
O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.