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Empréstimos que dão imóvel como garantia crescem. Entenda os riscos no Programa Bem Viver

Apesar de esse modelo liberar valores mais altos a juros menores, especialistas alertam que se trata de algo arriscado

Penhorar um imóvel como garantia em empréstimos bancários tem sido uma modalidade de crédito cada vez mais utilizada no país, em meio a crise econômica vivenciada pela população. Apesar de esse modelo liberar valores mais altos a juros menores, especialistas alertam que se trata de algo arriscado, que exige muito cuidado e planejamento, inclusive com avaliações de longo prazo.

“É um empréstimo amparado por uma legislação específica. O banco empresta o dinheiro e se o cliente atrasar três parcelas, independente do quanto já foi pago, o banco pode executar a dívida extra judicialmente, ou seja, sem entrar na Justiça. Ele pode colocar imóvel em leilão e se não houver comprador fica em definitivo para o banco. O cliente perde o imóvel e o que já pagou da dívida”, pontua Silvio Saldanha, presidente da Associação dos Mutuários e Moradores de Minas Gerais, em entrevista a edição de hoje (25) do Programa Bem Viver.

Só no Rio de Janeiro este tipo de empréstimo aumentou 118% nas solicitações de crédito segundo dados da Creditas, uma startup especializada em empréstimos para empreendedores. Ao todo, 28% daqueles que optaram por esse tipo de crédito o fizeram para investimentos no próprio negócio, 25% para pagar dívidas e 17% para adquirir novos bens.

“A pandemia influenciou devido ao decréscimo de renda, ao desemprego e aos empresários que estão remando para conseguir manter seus negócios”, disse Saldanha. “Se você for ao banco hoje, terá um limite de empréstimo com uma taxa de juros de 5% a 6% ao mês. Quando o banco empresta com garantia real, como casas casa, veículo ou joias, ele se permite emprestar um valor maior a um juro menor. Mas é um empréstimo perigosíssimo. A gente tem a cultura do imediatismo e é difícil enxergar para além do curto prazo.”

Relatório final da CPI da Covid

Amanhã (26) deve ser mais um dia chave na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, quando os senadores votarão o relatório final apresentado na semana passada. Se aprovado, o documento será encaminhado para Augusto Aras, que está a frente do Ministério Público Federal e é aliado de primeira ordem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O chefe do Executivo é acusado por nove crimes no relatório.

As 1.200 páginas do relatório, síntese dos sete meses de trabalho da CPI, podem ser endereçadas para outros órgãos que podem levar as denúncias adiante. Ainda assim, o encaminhamento no Ministério Público Federal é fundamental para embasar um possível processo de impeachment.

Na última semana, o senador Renan Calheiros (MDB) apresentou o documento pedindo o indiciamento do presidente e de outras 64 pessoas, incluindo ministros de Estado e membros do chamado “gabinete paralelo”, que tinha o objetivo de incentivar o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19 como uma alternativa para evitar medidas de lockdown.

Afrofuturismo

Já ouviu falar de Afrofuturismo Brasileiro? Trata-se de manifestações artísticas criadas pelo movimento negro e apoiadores que buscam pensar o futuro a partir da perspectiva da população negra. Com uma estética própria, as produções têm se destacado não apenas pela qualidade, mas também pela importância fundamental no combate ao racismo.

O estilo é inspirado na ficção científica, fantasia e sobrenatural e, por isso, não dialoga diretamente com as lutas do dia a dia, mas usa elementos surreais para denunciar e provocar reflexões sobre problemas reais. O filme “Pantera Negra” e o álbum “Black is King”, da Beyoncé, são dois exemplos internacionais bem famosos.

Entre as produções brasileiras do Afrofuturismo estão o filme “Branco Sai, Preto Fica”, os trabalhos da cantora Xênia França e do cantor Jorge Ben Jor e do escritor de quadrinhos Fábio Kabral.


Confira os horários de transmissão do programa Bem Viver / Brasil de Fato

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O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo.

Em diferentes horários, de segunda a sexta-feira, o programa é transmitido na Rádio Super de Sorocaba (SP); Rádio Palermo (SP); Rádio Cantareira (SP); Rádio Interativa, de Senador Alexandre Costa (MA); Rádio Comunitária Malhada do Jatobá, de São João do Piauí (PI); Rádio Terra Livre (MST), de Abelardo Luz (SC); Rádio Timbira, de São Luís (MA); Rádio Terra Livre de Hulha Negra (RN), Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), Rádio Onda FM, de Novo Cruzeiro (MG), Rádio Pife, de Brasília (DF), Rádio Cidade, de João Pessoa (PB), Rádio Palermo (SP), Rádio Torres Cidade (RS) e Rádio Cantareira (SP).

A programação também fica disponível na Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Bem Viver também está nas plataformas: Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.

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