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Início Bem viver Cultura

HUMOR

Edgar Vasques: 50 anos de resistência gráfica

O artista gráfico celebra a data com o lançamento do 17º livro do personagem Rango

04.out.2018 às 14h29
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h45
Porto Alegre (RS)
Simone Lersch
Crocodilagem é, segundo o autor, "tudo o que temos sofrido nestes tempos de tremendo retrocesso"

Crocodilagem é, segundo o autor, "tudo o que temos sofrido nestes tempos de tremendo retrocesso" - Foto: Alexandre Garcia

Edgar Vasques comemora 50 anos de atividade profissional com o lançamento de Crocodilagem – O Brasil Visto de Baixo (L&PM Editores).  A compilação reúne 144 tiras que foram publicadas mensalmente no jornal Extraclasse, do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do RS (Sinpro), entre 2007 e 2018 – também há quadrinhos inéditos.

Um dos mais célebres anti-heróis das tiras brasileiras, Rango nasceu em plena ditadura militar e é um dos mais longevos personagens do humor gráfico brasileiro. Seu primeiro livro, publicado em 1974, também marcou o início da L&PM Editores. Criado por Edgar Vasques, Rango surgiu com a cara do Brasil à época: miserável, esfomeado, marginalizado, pobre, desempregado e vivendo dentro de uma lata de lixo. 
"Crocodilagem" também traz o prefácio escrito por Erico Verissimo para a edição de 1974. O título, segundo Edgar, significa "sacanagem, hipocrisia, cinismo e fingimento. Tudo o que temos sofrido nesses tempos de tremendo retrocesso". 

Chargista, cartunista e exímio aquarelista, Edgar Vasques nasceu em 5 de outubro de 1949 em Porto Alegre. No verão de 1968, com a herança recebida pelo avô materno –  Carlos Alfredo Simch – viajou para a Europa. “Meu avô achava que um artista deveria conhecer o velho mundo.” Visitou Lisboa, Madri e Roma, mas o que o impactou foi Paris às vésperas dos protestos de maio. “Foi emblemático. Tinha 18 anos e nunca tinha saído de Porto Alegre.”

Quando voltou a Porto Alegre, os desenhos que Edgar fez na Europa foram publicados no Correio do Povo. Um tempo depois, ele passou a ser colaborador da Folha da Manhã, tablóide matutino da Caldas Junior. Edgar recebeu a equipe do Brasil de Fato RS em seu estúdio.

Como surgiu o Rango?

No caminho para a Faculdade de Arquitetura da UFRGS eu via a miséria na rua, no começo dos anos 1970, mas ninguém falava nisso. Era o Brasil grande, corrente pra frente, a ditadura eufórica, Brasil tricampeão do mundo, e a miséria ali, crescendo. Eu achei um absurdo aquilo, porque não batia a realidade com a narrativa. 

A Faculdade era um local de efervescência cultural e de agitação política, foi ali que nasceu Rango, o “faminto total”. Eu enveredei pelo humor gráfico, pois além de ser uma forma de inserção no mercado, mais popular, era uma forma de fazer as pessoas pensarem. A minha geração saiu pra rua (profissionalmente) debaixo de mau tempo (da ditadura militar). Era importante se posicionar. A linguagem do humor pode ser uma arma poderosa, pois promete o prazer e entrega a consciência, embora nem todo o humor seja crítico. 

O teu trabalho chegou a ser censurado? 

Depois da Folha da Manhã, passei a atuar no Coojornal e também a publicar no Pasquim. Uma vez, por causa das tiras do Rango, o Pasquim foi apreendido em todo o país. Isso rendeu um processo contra mim e o jornal. Acabou não dando em nada, mas foram dois anos para se desvencilhar, mesmo que as alegações fossem idiotas. Durante o governo Geisel foi lançada uma campanha comemorativa à semana da pátria com três pombinhas: uma azul, uma amarela e uma verde. Daí eu desenhei o Rango churrasqueando as pombinhas, quando alguém pergunta: “E aí, Rango, como é que tu tá?”, e ele responde: “esverdeado de fome, amarelado da icterícia e azulado anemia”. Daí recebi uma intimação para ir na Polícia Federal. Veio até um delegado do Rio de Janeiro para me interrogar. Depois de dois anos encerraram o processo.

Qual é o papel da mídia no atual cenário político?

Houve um processo de monopolização nitidamente, a partir dos anos 1980, com a redução de jornais diários. Outro fenômeno foi o tsunami tecnológico. Ao longo da história nenhuma outra tecnologia cancela as que estavam antes, mas relativiza e a coloca num nicho especializado. A TV não acabou com o rádio, da mesma forma que a fotografia não acabou com a pintura. O que está acontecendo com o meio impresso é isso. Os meios eletrônicos entraram avassalando o meio impresso. O papel da mídia continua sendo fundamental. No Brasil o meio eletrônico não é formador de opinião. Eu acho que as redes sociais são alto-falantes, elas amplificam conceitos. E os conceitos ainda são gerados na experiência direta das pessoas e muito pelos meios tradicionais, como jornal e televisão. O que sai na rede social, em princípio, não tem credibilidade. E o problema é que, hoje, a mídia tradicional também não tem credibilidade. Ela não assume lado, posando de imparcial. A mídia corporativa quer ganhar por todos os lados. Eles querem comandar o país, dar o golpe e ainda bancarem os imparciais. Com isso, quebraram a coerência e racionalidade para poderem dar esse golpe retrógrado. A mídia que deveria ter um compromisso com o leitor e ser um fiscalizador do poder público. Porém, abdica disso para ter um pé no poder público. E fica claramente identificada com os interesses da elite. Nesse contexto, cobram uma autocrítica pública da esquerda, mas não do outro lado. Autocrítica se não for pra todos é sacanagem, é uma chantagem. Não sou sectário, mas não sou otário.


Este conteúdo foi originalmente publicado na versão impressa (Edição 6) do Brasil de Fato RS. Confira a edição completa.

Editado por: Marcelo Ferreira
Tags: artedesenho
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