Cerca de 300 professores que trabalham em Regime Integral de Trabalho (RIT) na rede municipal de ensino de Curitiba tiveram seus contratos cancelados, sem aviso prévio, pela Prefeitura. Nesse regime, conseguem dobrar a jornada de 20 para 40 horas e trabalham em atividades de contraturno. A justificativa da Secretaria Municipal de Educação (SME) é corte de verbas devido à pandemia do coronavírus e que essas atividades não estariam inseridas no currículo a ser reposto.
Carta de repúdio assinada pelos professores foi enviada à Câmara Municipal de Curitiba, ao prefeito Rafael Greca e à SME. O documento pede que o cancelamento seja revisto . “Vemos isso como um descaso pela nossa dedicação e comprometimento… Assumimos compromissos importantes como planejamentos, entre outras ações feitas também para o ensino regular. Tirar-nos da folha de pagamento faz nos parecer menos importantes,” diz trecho da carta.
Um projeto de lei chegou a ser elaborado pela vereadora Maria Leticia (PV), porém foi arquivado. Já a vereadora Professora Josete (PT) enviou requerimento ao Executivo para que que os contratos fossem mantidos. “São docentes que assinaram no inicio do ano um contrato para um ano e, agora, estão sem essa renda,” diz Josete.
Uma das 300 professoras prejudicadas sente-se desesperada em não saber como será o ano. “Fiz um empréstimo e contava com esse dinheiro para pagar as parcelas. A gente já não tem aumento há um bom tempo, por isso corri atrás do RIT para aumentar minha renda. Agora, não sei como fazer,” desabafou.
Segundo o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal (SISMMAC), em nota, “Greca gasta R$ 4,2 milhões por ano com os altos salários pagos aos 26 funcionários em cargos de comissão do seu gabinete. Esse valor seria mais do que o suficiente para manter todos os contratos de RIT por quatro
meses.”