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Assassinato

Pressões, ameaças, confidências: quem matou vereador catarinense Marcelino Chiarello?

Morte do político petista de Chapecó (SC) completa cinco anos sem esclarecimento da polícia. Leia especial sobre o caso

30.nov.2016 às 09h10
Chapecó (SC)
Daniel Giovanaz
Marcelino Chiarello, vereador de Chapecó (SC) entre 2004 e 2011

Marcelino Chiarello, vereador de Chapecó (SC) entre 2004 e 2011 - Marcelino Chiarello, vereador de Chapecó (SC) entre 2004 e 2011

Morte de vereador petista que denunciava esquemas de corrupção em Santa Catarina completa cinco anos esta semana. As razões que motivaram o crime nunca foram esclarecidas pela polícia e o caso foi arquivado no ano passado como suicídio. 

Este é o segundo dos cinco capítulos que compõem a série especial do Brasil de Fato sobre um dos acontecimentos mais obscuros da história política catarinense

—————————–

A última semana da vida de Marcelino Chiarello foi também a mais turbulenta de seu mandato. O suplente Euclides da Silva recebeu telefonemas dele todos os dias – quatro, só na sexta-feira, 25 de novembro, três dias antes de sua morte. “Naqueles dias, o que estava pegando era o caso Pelicioli”, lembra. Euclides se refere ao afastamento de Dalmir Pelicioli (PSD) da subprefeitura do bairro Efapi, um dos mais populosos de Chapecó, na semana anterior à morte do vereador petista.

O município de 210 mil habitantes tinha então três subprefeituras, cujos administradores eram escolhidos pelo ex-prefeito José Caramori (PSD) e assumiam o cargo de superintendentes. Pelicioli, eleito vereador em 2008, fora afastado da subprefeitura da Efapi em 21 de novembro de 2011 após a comprovação de desvios de verba das subvenções sociais no bairro. 

Chiarello, um dos responsáveis por encaminhar a denúncia ao Ministério Público, sabia que o episódio tornaria mais tensa a convivência entre os políticos da oposição e da base governista. Afinal, após deixar o cargo de confiança na Efapi, Pelicioli retornaria à Câmara para continuar seu mandato como vereador.

O assessor Gilberto Benetti, compadre de Marcelino, testemunhou à polícia que o petista parecia angustiado desde a quinta-feira, 24. Naquele dia, Chiarello reconheceu que corria risco de assassinato e lamentou que sua vida estivesse próxima do fim. “Estas afirmações passaram a ser feitas após a divulgação de irregularidades praticadas por Dalmir Pelicioli”, revelou Benetti, conforme citado no inquérito. “Tenho uma bomba, Vanda. Chapecó vai tremer”, anunciou o vereador na manhã de sexta-feira, em uma rápida conversa com a orientadora pedagógica do colégio Pedro Maciel. “É muito, muito dinheiro envolvido. Sabe o caso Pelicioli? O que tinha até agora é fichinha perto da denúncia que eu vou fazer”, disse 

No dia seguinte, porém, durante a reunião do diretório petista, Marcelino admitiu preocupação com as consequências de sua próxima denúncia: 

“A vaca torceu o rabo”, sussurrou ao ouvido da ex-assessora Rita de Cássia Feitosa. “Toma cuidado, você e a sua família”. 

A deputada estadual Luciane Carminatti (PT), colega de Chiarello na Câmara Municipal em seu primeiro mandato, percebeu o nervosismo dele naquele sábado, dois dias antes da morte. 

“Que foi, Marcelino? Tá com medo?”, gracejou em seguida, ao notar que o vereador estivera calado durante quase toda a reunião.

“Tô com medo, sim. O bicho vai pegar”, afirmou o vereador.

A última denúncia

Desde 2005, o governo de Santa Catarina aplica por meio de subvenções sociais os recursos acumulados no chamado FundoSocial, provenientes de deduções de impostos de pessoas jurídicas e financiamentos de empresas públicas e privadas.

Chiarello acreditava que a confirmação dos desvios no bairro Efapi fosse suficiente para comprovar um esquema de corrupção de proporções estaduais – orquestrado em Florianópolis, dentro da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc). O promotor Jackson Goldoni, que investigou o caso, confirma que esse era o maior desejo dele naquele momento.  

“Como é que essa denúncia não abrange o deputado Gelson Merísio?”, perguntou Marcelino, em sua última conversa com Goldoni, após a liminar que afastou Pelicioli. Líder do PSD no estado. Merísio era então presidente da Alesc. 

“Nós não temos provas, Marcelino. Não podemos fazer nada”, disse Goldoni. 

O petista saiu do gabinete do promotor determinado a provar que o uso ilegal de recursos do FundoSocial tinha a anuência de “peixes grandes” do Legislativo estadual. Na semana anterior à sua morte, ele reuniu informações, cruzou dados, releu centenas de documentos. Era essa a “grande denúncia” que preparava.

Sempre que Marcelino falou em renunciar ao próprio mandato, o tema original da conversa eram as subvenções sociais. “Ele estava sofrendo pressão referente aos casos de denúncias, conhecido como caso Pelicioli. Inclusive, a vítima comentou com sua esposa que solicitaria proteção policial, pois temia por sua vida”, relatou o escrivão no boletim de ocorrência.

Tudo o que ficou para trás

O desvio de verba do FundoSocial não era a única acusação grave que Chiarello faria na semana do dia 28 de novembro de 2011. “Na quinta-feira, ele disse que precisava de mim pra outras duas questões importantes”, relata a advogada Maria Aparecida dos Santos. “Uma denúncia era em relação ao comércio de Chapecó, que estava abrindo aos sábados e aos domingos sem restrição; a outra era sobre o transporte, mas não me lembro bem do conteúdo”. 

Maria Aparecida dos Santos aceitou fornecer suporte jurídico ao petista e, no mesmo dia, reuniu-se com ele no prédio do Ministério Público do Trabalho (MPT): “O [procurador] Marcelo D’Ambroso, que nos recebeu, marcou uma audiência para terça, dia 29, com a outra parte interessada. A audiência não chegou a acontecer, é claro, e nenhum dos processos avançou”, lamenta a advogada.

Os professores Jandir Santin e Simone Marcon, amigos de Marcelino, lembram que na mesma semana o petista também iria denunciar a venda de terrenos públicos pela Prefeitura de Chapecó. “Era um leilão às escuras, tudo pela especulação imobiliária. Ele visitou os terrenos com a gente, uns dias antes de morrer, e disse que estava tudo pronto pra barrar o leilão”, explica Santin. Os dois sugerem que a documentação reunida pelo vereador tenha sido extraviada.

Durante o velório de Chiarello, a sede da Associação das Câmaras Municipais do Oeste de Santa Catarina (Acamosc) foi arrombada, e a sala dele foi uma das mais remexidas pelos invasores. “Não levaram nada de valor. Só mexeram em uns papéis, bagunçaram bastante a sala do Marcelino, que era nosso tesoureiro, mas a gente não ligou os fatos”, ressalta Eloi Siarpinski, secretário executivo da associação. “É claro que depois houve algumas suposições, porque na quinta-feira [24] ele tinha vindo trazer uns documentos referentes a uma matéria dele, e não lembro se esses papéis foram encontrados algum dia. Mas é só suposição”.

Em depoimento à polícia, Dalmir Pelicioli negou envolvimento com os episódios do dia 28 de novembro. Para responder às suspeitas que recaíam sobre ele, convocou uma coletiva de imprensa na sexta-feira seguinte. “Quem fez isso, fez para me incriminar. Eu sou um cara limpo”, disse o vereador do PSD a meia dúzia de repórteres. 

Apesar do laudo cadavérico indicar que Chiarello fora assassinado, o delegado Ronaldo Moretto jamais conseguiu demonstrar a participação de Pelicioli ou de qualquer outra pessoa na cena do crime. Quatro anos depois, o caso seria conduzido ao arquivamento.

Amanhã, na terceira reportagem desta série especial, relembre os laudos e pareceres técnicos divulgados sobre a morte de Marcelino Chiarello e conheça os argumentos que sustentam as teses de homicídio e suicídio.

Editado por: Redação
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