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RESISTÊNCIA

Artigo | O Dia de São José e a luta por dignidade

O campesinato necessita condições de produzir e abastecer as mesas do povo brasileiro com preços justos e acessíveis.

20.mar.2021 às 09h10
João Pessoa (PB)
Paulo Romário de Lima

Camponês do semiárido - Agência Brasil

No dia 19 de março foi comemorado o dia de São José. Na tradição cristã católica, São José, o santo operário, é o pai de Jesus. Já no Nordeste, ele ganha ainda mais importância porque é o último dia de “experiência” para saber se teremos um ano bom de inverno (chuvoso), ou não. Quem não se lembra da música “Triste Partida”, composta por Patativa do Assaré e imortalizada na voz de Luiz Gonzaga, em que se ressalta a importância da data?

“Apela pra março, que é o mês preferido, do santo querido, senhor São José (meu Deus, meu Deus)”. 

Segundo a tradição e as experiências dos povos camponeses do semiárido nordestino, a chuva no dia 19 representa a fé e a esperança de boa colheita e de fartura, no São João e no São Pedro, de milho e feijão, para garantir a pamonha e a canjica durante as festas juninas. Dessa forma, muitos camponeses também deixam para plantar nos dias seguintes, após as chuvas de São José. Vale lembrar o fato dessa experiência ser passada de geração para geração. Levando em consideração as chuvas que já caíram na região, o cenário é favorável. 

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Embora sejam importantes as chuvas para os camponeses que ainda não plantaram e para reforçar as lavouras já existentes, essa data tão marcante para a história do povo do semiárido não será comemorada da mesma forma. Isso porque, no Brasil, somam-se mais de 290 mil mortes por covid-19, sendo 2.815 só na sexta-feira (19). Aqui na Paraíba, foram mais 44 mortes na quinta-feira (18). 

São 17 estados mais o Distrito Federal em colapso e 4 estados em que a taxa de ocupação de leitos de UTI está acima de 100%, sendo eles, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Rio Grande do Sul. Apenas 2 estados tem taxa de ocupação de leitos com menos de 80% (Amazonas e Roraima). 

Após um ano desde os primeiros casos  de covid-19 no Brasil, o que mais nos assusta é a maneira irresponsável como o governo Bolsonaro tem lidado com a pandemia. Ele conduz uma verdadeira política de morte no Brasil.

Isso vem acontecendo por diversos fatores, dentre eles: o negacionismo da ciência e a minimização da doença, chamando-a de “gripezinha”; o combate ao lockdown; o estímulo a aglomerações; o incentivo a um tratamento precoce sem respaldo da ciência; a recusa ao uso de máscaras; o atraso da vacinação em massa do povo brasileiro; e as trocas de ministro da saúde (já são quatro em um ano). Além disso, o governo Bolsonaro não criou um plano nacional de combate ao coronavírus e, hoje, somos o epicentro da doença no mundo. 

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Segundo vários especialistas, a maneira mais eficiente de combater a doença é evitar aglomerações e a vacinação em massa. Para as pessoas ficarem em casa, são necessárias as condições materiais para isso. O governo começou pagando um auxílio com parcelas de 600 reais após ampla luta da esquerda brasileira por sua aprovação no Congresso Nacional. Depois reduziu para R$ 300, que acabou em dezembro. 

Após muita pressão, Bolsonaro assinou, na quinta-feira (18), uma Medida Provisória (MP) que cria o novo auxílio emergencial para trabalhadores informais e beneficiários do Bolsa Família. Ele será pago a partir de abril, em quatro parcelas, com valores de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375, dependendo da família. Serão beneficiadas apenas 45,6 milhões de pessoas, 22,6 milhões a menos do que no auxílio emergencial de R$ 600 que era pago em meados do ano passado (68,2 milhões de pessoas).

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Além da diminuição no número de beneficiários, o valor fica a desejar para famílias que precisam pagar água, energia e fazer a feira. Sobre o aumento dos preços dos alimentos e o fantasma da fome que assola e assusta as famílias brasileiras, deixo a indicação do texto produzido pela Helen Lima aqui como indicação de leitura. 

Tudo subiu, o agricultor se endividou e o preço dos legumes não acompanhou. Pelo dinheiro, não compensa plantar.

Voltando ao dia de São José, percebemos que, mesmo com as chuvas caindo no semiárido nordestino, é muito difícil nutrir a esperança de dias melhores apenas com a sua queda. Recentemente, conversando com seu Joaquim, um camponês com mais de 80 anos da comunidade Cacimba de Cavalo no município de Livramento, ele me falou: “Tudo subiu, o agricultor se endividou e o preço dos legumes não acompanhou. Pelo dinheiro, não compensa plantar.” 

Essa reflexão de seu Joaquim reafirmou, para mim, a necessidade de políticas que incentivem o campesinato a produzir para alimentar as suas mesas e vender o excedente, gerando renda e dignidade para as famílias. Houve um desmonte das políticas públicas para a agricultura familiar desde o golpe de 2016. O desmonte se iniciou pelo fim do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), passando pela diminuição de recursos para o Plano de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), entre tantos outros. 

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Para atenuar indignações como as de seu Joaquim, movimentos sociais, centrais sindicais, pastorais sociais e partidos de esquerda construíram o Projeto de Lei Assis de Carvalho nº 735/2020, que visava o auxílio emergencial para os povos do campo, crédito e fomento para incentivar a produção. No entanto, o PL, após ser aprovado no Congresso, foi vetado por Bolsonaro e sua equipe econômica.  

Tudo isso para dizer que, na política genocida de Bolsonaro, com o corte do auxílio emergencial e a volta do pagamento somente no próximo mês com um valor totalmente irrisório, ele colocou o povo brasileiro no cruel dilema de escolher se morre de fome ou de covid-19. 

Enquanto isso, só nos dados de janeiro a julho de 2020, o Brasil exportou 131,5 milhões de produtos agrícolas por US$ 61,2 bilhões, valor acima daquele no mesmo período de 2019. Isso sem falar dos grandes conglomerados varejistas que não param de lucrar. Portanto, a política de morte é contra o povo pobre das periferias e do campo. 

Para concluir, precisamos retomar o debate sobre a sanção do PL Assis de Carvalho. O campesinato necessita ter as condições de produzir e abastecer as mesas do povo brasileiro com preços justos e acessíveis. Reafirmar a política de solidariedade, lutar pela aprovação do auxílio emergencial no valor de 600 reais e a vacinação em massa do nosso povo. Só assim, poderemos comemorar o dia de São José, colhendo e abastecendo as mesas com fartura de milho, feijão, hortaliças, mandioca e dignidade. Para tanto, não há outro caminho a não ser a organização social do nosso povo e a luta pela derrubada do genocida Bolsonaro da Presidência.

*Integrante da Pastoral da Juventude Rural da Paraíba.
 

Editado por: Cida Alves
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