Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Bem viver Cultura

Opinião

Artigo | Porto Alegre e a escalada autoritária do movimento Todos pela Educação

A “nova proposta pedagógica” levada a cabo por Janaína Audino defende: Estado Mínimo e uma escola pobre para os pobres

28.set.2021 às 18h44
Porto Alegre
Marco Mello

Janaina Audino é vinculada ao Movimento Todos pela Educação, expressão mais acabada da ação lobista e do empresariado para privatizar a educação - Divulgação

Nas últimas semanas ganhou espaço nas mídias sociais, e mesmo em parcela da chamada grande imprensa, o impacto da reforma curricular proposta pela atual gestora à frente da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre, Janaína Audino, sob o comando de Sebastião Melo (MDB).

O símbolo da insensatez da mudança pretendida: a retirada sumária da disciplina de Filosofia, nas quase 50 escolas de Ensino Fundamental. Afinal, por que pensar se temos um messias lá e uma gerente aqui a orientar o caminho para o abismo?

As mudanças pretendidas são, todavia, bem mais amplas do que em relação à Filosofia: redução significativa da carga horária de História, Geografia, Inglês, Espanhol e Ciências – para contemplar o aumento da carga horária de Matemática e Língua Portuguesa, e assim atender aos ditames da meritocracia e a realização de avaliações externas padronizadas para melhorar os Indicadores de Desempenho (IDEB), mantra do empresariado para atestar “qualidade” da educação pública. Some-se a isso o retorno de avaliações classificatórias, a retomada da oferta do Ensino Religioso, e a porta escancarada para parcerias com o empresariado e o terceiro setor através de “projetos temáticos”, voltados à “inovação”.    

Escalada autoritária

Sob a chancela da escalada autoritária expressa pelo bolsonarismo e a extrema-direita neofascista, por que discutir, debater, assegurar participação de professoras/es e das comunidades escolares nos destinos da educação pública?

O pragmatismo passa a imperar sobre a realidade, sobre princípios político-pedagógicos e normas legais existentes. Janaína Audino e sua equipe – em plena pandemia –, viram as costas às necessidades das comunidades e atropelam celeremente a cidadania sem cerimônia ou remorso, ferem a autonomia das escolas, ignoram sumariamente a instituição reguladora do Sistema Educacional, o Conselho Municipal de Educação, órgão plural que sequer foi consultado e tem suas normativas ignoradas.

Em dois meses, querem impor seu programa de governo à ferro e fogo para, evidentemente, demitir e remanejar recursos humanos em nome das “entregas” de uma “nova educação”.    

No horizonte, sob uma farsa de consulta popular e regras absolutamente viciadas, que beiram o escárnio, pouco mais do que algumas dezenas de supervisoras das escolas são chamadas a debater e coagidas a validar uma nova grade curricular, que deverá por sua vez levar a referenciais curriculares de alinhamento acrítico à BNCC (Base Nacional Curricular Comum) e o RCG (Referencial Curricular Gaúcho). Ou seja, uma verdadeira lei da mordaça voltada a inibir a possibilidade de pensamento crítico e transformador.

O espaço relativo de ressignificação e resistências aos desmandos e tentativas de mudanças nas políticas curriculares que asseguraram que a educação em Porto Alegre sobrevivesse aos desmandos do populismo e do tucanato, parece agora encontrar um desafio de outro tipo. E talvez fosse importante conhecermos um pouco mais do perfil da gestora em foco.

Quem é Janaína Audino?

Janaina Franciscato Audino é um quadro técnico vinculado ao Movimento Todos pela Educação – expressão mais acabada da ação lobista e do empresariado na direção da privatização e da adequação da educação aos interesses do mercado, buscando instituir o modelo de gestão empresarial como parâmetro para os sistemas públicos de ensino.

Apadrinhada pelo grupo RBS, trabalhou na Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho (FMSS), e foi Executiva do Instituto JAMA em Porto Alegre, organização de coaching/consultoria, similar a Itaú Social, Fundação Unibanco, Fund. Bradesco, Fundação Lehmann. É também um quadro com formação acadêmica. Fez seu mestrado e doutorado na Unisinos, justamente focando nos indicadores do IDEB na Rede Pública Estadual, transformado em verdadeira obsessão. Foi Assessora Pedagógica junto a SEDUC nas gestões de Yeda Crusius e Germano Rigotto. Na última década fez um deslocamento tático, depois desse treinamento inicial, se apresentando como “Consultora em Gestão Educacional”.

Na SMED, acompanhou como consultora a experiência de implantação do Lumiar e vem desde 2018, através de parceria ESPM/JAMA, atuando nos cursos de formação para direções das escolas iniciados pela gestão psdebista de Marchezan/Adriano Naves.  

Temos, portanto, em Porto Alegre, uma expressão do que academicamente vem se chamando de um gerencialismo educacional que visa suplantar o paradigma da gestão democrática. Esse acento tecnocrata explica o foco da secretária em centrar suas ações em diretores e supervisoras. A peonada, o operariado tem que cumprir as ordens do andar de cima, bem típico de uma reengenharia empresarial.

A “nova proposta pedagógica” levada a cabo por Janaína Audino e seus “colaboradores”, embora aparente amadorismo e inconsistência, é absolutamente coerente e sintonizada com a estratégia preconizada pelas agendas do Banco Mundial e da OCDE para a educação: Estado Mínimo e uma escola pobre para os pobres.

Resistência e luta

Nenhuma das 99 escolas da Rede de Porto Alegre acolheram a proposta da secretária Janaina. Mais de 15 entidades representativas do campo educacional organizado, a partir da iniciativa da ATEMPA – Associação dos Trabalhadores em Educação do Município -, rejeitaram cronograma, concepção, prazos e método da “nova proposta”.

Conselhos escolares entram com ação coletiva requerendo esclarecimentos e a suspeição da votação de “cenários” prevista para a próxima semana. Há denúncia em curso, de desrespeito à legislação local, junto ao Ministério Público Estadual. O Conselho Municipal, instado, anuncia para os próximos dias resolução que visa barrar a iniciativa tresloucada que ignora a necessidade, por exemplo, de chamar o Congresso Municipal de Educação para empreitada dessa envergadura. 

Venceremos? Quero crer que sim

O que está em jogo não é uma grade curricular. O que está em jogo não são “apenas” expressões de resultados. O que está em jogo são projetos de formação humana, do papel da educação e da escola pública, bem como da própria liberdade de ensino.

Diante da ameaça da barbárie e do neofascismo, evoco o sempre querido Paulo Freire, andarilho da utopia e cidadão do mundo, que fez cem anos há poucos dias. Ele continua do lado esquerdo do peito a nos inspirar nas boas lutas. Eles e elas passarão.

* Professor e Coordenador Pedagógico na Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Katia Marko
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

GENOCÍDIO

‘O sistema de saúde em Gaza está à beira do colapso’, declara Organização Mundial da Saúde

Fique de olho

Receita libera consulta a maior lote de restituição do IR da história

Recuo

Governo revoga aumento do IOF para aplicações de fundos nacionais no exterior

'MARES DE FRANGOS'

Muitas galinhas, pouca variedade genética: granjas são ‘chocadeiras’ de doenças como a gripe aviária

RECORDE

Caixa anuncia maior patrocínio da história para esportes paralímpicos

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.