Os Estados Unidos solicitaram ao Brasil que os voos de deportação de brasileiros que tentam entrar ilegalmente no país ocorram três vezes por semana, ao invés de apenas um, como acontece atualmente.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil concordou em fazer dois voos semanais, mas pediu o fim do uso de algemas nas viagens, afirma reportagem da Folha de S. Paulo publicada nesta quinta-feira (30).
“O Itamaraty tem manifestado às autoridades norte-americanas preocupação quanto a aspectos humanitários concernentes aos voos de repatriação e quanto ao respeito à dignidade dos brasileiros deportados, em particular quanto ao uso de algemas”, escreveu o Itamaraty em nota ao jornal.
As autoridades brasileiras também defendem que crianças brasileiras adotadas por pais estadunidenses não sejam deportadas e pediu "gestos humanitários". As políticas migratórias dos EUA, contudo, determinam que crianças adotadas não recebem automaticamente a cidadania.
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Na cidade de de Del Río, no Texas, mais de 10 mil haitianos buscaram refúgio enquanto esperam debaixo de uma ponte após entrar nos Estados Unidos sem os documentos necessários. Mais de dois mil haitianos foram deportados e outros cinco mil foram presos.
A Agência de Refugiados da ONU (Acnur) emitiu nota semana passada afirmando que "expulsões em massa e sumárias que se realizam atualmente, sem tentar determinar as necessidades em termos de proteção, são contrárias ao direito internacional e podem constituir devolução forçada."
Após um recuo em 2020, o número de pessoas que tentam entrar sem documentos nos Estados Unidos voltou a aumentar. De acordo com o Serviço de Alfândega e Proteção das Fronteiras dos EUA, foram mais de 47 mil apreensões entre outubro de 2020 e setembro de 2021.
A brasileira Lenilda dos Santos foi encontrada morta em um deserto dos Estados Unidos no início de setembro após tentar entrar sem documentos no país.
