Apenas três partidas no Campeonato Paulista foram suficientes para que o Corinthians descobrisse que o técnico, que no ano passado era considerado confiável, não servia mais. Com a derrota para o Santos, de virada, por 2 a 1, a diretoria optou pelo mais fácil: "cortar a cabeça" do comandante.
Contratado em maio de 2021, Sylvinho dirigiu o time em 43 jogos, com 16 vitórias, 14 empates, 13 derrotas, 42 gols marcados e 40 sofridos. Aproveitamento de 48%. Nada muito diferente do começo do Paulistão, em que ganhou uma, empatou outra e foi derrotado na terceira partida, com 44% de pontos ganhos.
Mas a explicação pode estar muito mais na expectativa do que no que se viu em campo. A diretoria do time contratou muitos jogadores caros, famosos, a maior parte veteranos, como William, Renato Augusto, Paulinho, e os resultados não apareceram no ano passado. Para 2022, a expectativa era alta e o início, decepcionante.
Mas derrubar técnicos quando os resultados não vêm é a fórmula (fácil) e predileta de 100 em cada 100 dirigentes brasileiros. No ano passado, segundo levantamento da página “Rotatividade dos Técnicos”, do site Globo Esporte, que acompanha 28 grandes times brasileiros, foram 125 trocas. A maior parte delas nos meses de fevereiro e agosto, com 16 mudanças em cada um dos meses. O que mostra que estaduais derrubam, sim, treinadores. E que do primeiro para o segundo turno do Brasileirão os técnicos têm de se segurar nos bancos.
Pelo mesmo levantamento, um técnico num grande time no Brasil dura, em média, seis meses. No Corinthians, a média é pouco maior, de um técnico a cada oito meses, desde 2003. Coincidentemente, mais ou menos o que durou o ex-lateral esquerdo no comando do time do Parque São Jorge.
A questão agora é para onde vai caminhar a diretoria. Irá seguir a moda de um técnico estrangeiro ou partirá para os nomes disponíveis no mercado, como Mano Menezes e Renato Gaúcho. Qualquer que seja o escolhido, o primeiro desafio será ficar mais de oito meses na direção do time.