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Artigo | “Lula, olhai por nós”: o grito da 1ª Marsha Nacional da Visibilidade Trans

"As omissões do Governo Lula são uma opção política cruel diante da brutalidade transfóbica".

02.fev.2024 às 22h15
Brasília (DF)
Lucci Laporta

De acordo com levantamento inédito da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 145 pessoas trans foram mortas no país em 2023. - Foto: Vanessa Tutti

No último dia 28 de janeiro, aconteceu a 1ª Marsha Nacional da Visibilidade Trans em Brasília, em frente ao Congresso Nacional. Foi um momento histórico para o movimento trans brasileiro, organizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e pelo Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT), com apoio de diversas outras organizações políticas, inclusive o coletivo Juntas, de mulheres anticapitalistas, antirracistas e transincludentes, do qual eu faço parte.

A Marsha tinha diversas reivindicações, como um envelhecimento digno para pessoas trans, políticas de trabalho e emprego, respeito às crianças e adolescentes trans, dentre outras. Nós do coletivo Juntas estivemos presentes exigindo as cotas trans nos vestibulares e nos concursos públicos, como forma de começar a enfrentar a enorme marginalização social a qual as pessoas trans e travestis brasileiras são impostas.

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Uma das faixas oficiais da manifestação, justamente a que ficou à frente de todas as pessoas, tinha como frase “Lula, olhai por nós”.

Tratava-se de um pedido para que nós, pessoas trans, não fôssemos esquecidas após termos feito parte da campanha de Lula para derrotar eleitoralmente a extrema-direita. Porque esse esquecimento é que tem ocorrido até então.

No país que mais mata pessoas trans e travestis entre todos os acompanhados pela Transgender Europe, Lula permanece sem querer enfrentar o fundamentalismo religioso em prol de uma suposta governabilidade. A mesma estratégia utilizada pelo PT em todos os seus governos anteriores e que não impediu que a extrema-direita se tornasse uma das maiores forças políticas do país, com chances reais de voltar ao poder central em 2026.

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Cabe lembrar que, em maio de 2023, por meio da Secretaria Nacional LGBTQIA+ do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, o Governo Federal anunciou que revisaria o decreto do Governo Bolsonaro que estabeleceu o layout da carteira de identidade nacional (CIN), o “novo RG”. Isso porque, no decreto do governo anterior, se estabelecia que o nome de registro estaria em maior destaque do que o nome social, além de anunciar o “sexo” da pessoa.

Nunca houve um RG que expusesse o sexo de seu portador, por se tratar de informação completamente desnecessária para comprovar a identidade de uma pessoa. E no RG de diversas unidades da federação o nome social aparecia em destaque, em detrimento do nome de registro. Afinal, o que interessa para comprovar a identidade de uma pessoa é a foto, o número do CPF e até então o do RG. O decreto do Governo Bolsonaro não passava de um ataque às pessoas trans que não tivessem o nome civil e o campo “sexo” retificados na certidão de nascimento, um processo até hoje caro e burocrático.

Apesar da promessa e da publicização do que seria o novo layout da CIN, em novembro de 2023 o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) do Governo Lula voltou atrás, reiterando a posição bolsonarista.

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Ora, a mudança das informações que ficam aparentes no documento não geraria grande gasto público. Tratava-se de uma preocupação com uma das parcelas mais subalternizadas da população brasileira, de uma decisão administrativa por compromisso social. Impor ainda mais constrangimento às pessoas trans e demais dissidentes de gênero só fortalece a violência cotidiana que sofremos.

É explícita transfobia institucional.

Após esse golpe contra a população trans, veio mais um, com o lançamento do edital do Concurso Público Nacional Unificado, o qual chamou atenção pela ausência da reserva de vagas para pessoas trans e travestis. A injustificável ausência levou o Ministério Público Federal a pedir condenação da União por tal omissão, após ter recomendado a revisão do edital e recebido negativa do MGI.

Segundo levantamento da Agência Pública, as cotas trans já existem em duas universidades federais e estão previstas para serem implementadas em mais três. Outras seis universidades fora de capitais também já adotam as cotas trans, segundo o mesmo levantamento.

O Ministério Público da União também já prevê essa reserva para seus próximos concursos. Não se trataria, portanto, de uma medida inédita no rol de seleções públicas, mas sim a primeira vez que um governo federal assumiria sua responsabilidade de incluir pessoas trans à sociedade por meio de cotas. E o movimento trans já vinha articulando essa demanda.

:: MPF defende cotas para pessoas trans em concursos públicos e universidades ::

A ANTRA estima que 90% das travestis e mulheres trans, a parcela mais subalternizada entre todas as dissidências de gênero, trabalham no mercado do sexo. Uma porcentagem como essa é conclusiva: a enorme maioria das travestis e das mulheres trans está se prostituindo compulsoriamente, por falta de opção. Por ser expulsa de casa e das escolas muito cedo, antes da maioridade, e serem jogadas à exploração sexual infantil. Por terem suas infâncias e adolescências desconsideradas por conselheiros tutelares fundamentalistas, que sentem aversão em vez de cumprirem seu dever público.

Uma realidade brutal, que favorece a hipersexualização de nossos corpos e a pauperização de nossas vidas. Uma realidade que tira da maioria de nós a esperança no futuro, e nos coloca a todas numa posição de isolamento social. Porque até mesmo a minoria de nós que compõe os 10% fora da prostituição vive um isolamento social por ser a “única” ou a “primeira” em qualquer lugar que ocupe, em meio a diversas pessoas que não nos tratam como humanas, mas sim como seres “exóticos”, de outro mundo.

Omissão é opção política

As omissões do Governo Lula são uma opção política cruel diante da brutalidade transfóbica. Lula e a hegemonia de sua equipe de governo não querem causar indisposição com a extrema direita, até porque grande parte dessa equipe compunha o governo anterior. E constatando que o Lula e a maioria do PT permanecem com a mesma estratégia política de sempre, cabe refletirmos sobre como vencer a guerra contra a extrema-direita, não apenas a batalha de 2022. 

Enfrentar o fundamentalismo religioso não se trata de ofender ou discriminar a massa evangélica que existe em nosso país, mas sim de disputá-la.

Um Estado que combate as desigualdades, todas elas, e que garante paz social no lugar do ódio generalizado pregado por mercadores da fé: é essa a única forma de disputarmos os evangélicos para um novo projeto, no qual eles continuarão sendo cristãos, por óbvio, mas terão a democracia como arena política.

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Por outro lado, uma governabilidade vacilante, que se cala diante do recrudescimento da intolerância religiosa contra o candomblé e a umbanda, não enterrará o fascismo. Uma governabilidade derradeira em troca de fechar os olhos para um grupo fascista que se utiliza da pobreza cultural e material da ampla maioria dos brasileiros para pregar a conversão ou o extermínio dos demais, não é o caminho para impedir que o fascismo retorne em 2026 ou se fortaleça já nas eleições de 2024.

Para combater o fascismo que permanece forte e atuante, precisamos de um projeto político que dispute as massas, não os votos do Congresso. O exemplo colombiano é um dos mais importantes.

Lula, as vidas trans importam e, ainda mais quando se pensa nas travestis e mulheres trans, é preciso entender que não temos muito mais tempo a perder.

Como diz a argentina Camila Villada, para nós cada ano vale por sete.

O mundo nos desgasta rápido demais e a transfobia nos leva muito cedo, pela violência, pelo suicídio e pelo completo abandono da família e do Estado. Por isso, o movimento trans escolheu gritar: “Lula, olhai por nós”. Não feche os olhos, não se esqueça de quem esteve ao seu lado.

*Lucci Laporta, assistente social, militante transfeminista e dirigente do coletivo Juntas e do PSOL-DF.

** Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato – DF.

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Editado por: Flavia Quirino
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