A autora e professora Dra. Luciana Panke, titular do Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), estreia no mercado editorial europeu com o seu novo livro "Caminos para el Protagonismo Femenino", publicado pela conceituada editora espanhola Tirant Lo Blanch.
Após o sucesso de sua obra anterior, "Campañas Electorales para Mujeres", publicada no Brasil, Argentina e México, Luciana retorna com este novo trabalho, abordando a crucial temática da participação política das mulheres.
No livro, ela investiga as origens da misoginia e apresenta dados relevantes sobre lideranças femininas em todo o mundo, com um enfoque especial no contexto da pandemia. Em recente participação no Programa Quarta Sindical, Luciana Panke explicou que o novo livro responde a algumas perguntas feitas para ela em palestras ou mesmo após as leituras de seus outros livros. “Tentando responder perguntas que me fazem quando dou uma palestra ou quando dou uma entrevista".
Basicamente, o livro veio disso. Porque depois que eu lancei o "Campanhas Eleitorais para Mulheres", eu consegui determinar ali os arquétipos de mulheres candidatas, eu fui respondendo questões como, existe uma forma de liderança feminina? Por que de fato que a gente não vota ainda mulher, mesmo conscientemente, tendo uma noção de que isso é importante para a sociedade? Como é que estavam naquele momento da pandemia, em 2021, que eu escrevi o livro, as lideranças no mundo todo,” diz.
Lideranças femininas na pandemia
Como a pesquisa que originou o livro foi realizada durante a pandemia pela pesquisadora, este contexto recebe destaque. “Eu comecei a ficar curiosa sobre quantas mulheres estavam como presidentas ou como primeiras ministras na pandemia? Pelos números levantados, tínhamos 24 países liderados por mulheres neste contexto de crise da pandemia. E, então fui fazendo um levantamento sobre como que as mulheres estavam fazendo gerenciamento de crise sanitária, crise econômica, crise de tudo que a gente já pôde imaginar,” cita.
Um spoiler que Luciana trouxe nesta entrevista sobre o que poderá ser encontrado como uma das conclusões, é que grande parte destes países com mulheres líderes teve o melhor gerenciamento da pandemia.
“Em meu levantamento, registro que boa parte desses países eram os melhores no mundo no combate ao Covid. Não só a transmissão, mas a questão do número de mortos. E mesmo proporcionalmente, tem países que são muito pequenos, mas mesmo nas proporções, eram outras formas de gerenciamento. Então, encontrei uma pesquisa de Harvard mostrando o que as pessoas entendem por liderança feminina. E vendo a liderança feminina antes da pandemia e durante a pandemia. E as mulheres são vistas, de acordo com essa pesquisa que eu descrevo no livro, as que têm mais iniciativa, que as mulheres são mais ligadas, mais assertivas, mas por outro lado são mais empáticas. Ou seja, sabem lidar melhor com a crise e sabem responder de uma forma que as pessoas se sintam mais acolhidas ou mais incentivadas,” diz.
O lançamento europeu deste estudo representa um marco na trajetória da autora, ampliando sua presença para além das fronteiras latino-americanas. A edição brasileira está prevista para o segundo semestre e promete contribuir significativamente para os debates sobre igualdade de gênero e participação política em nível internacional.
Sobre a autora:
Doutora em Ciências da Comunicação com pós-doutorado em Comunicação Política. Docente do mestrado e do doutorado em Comunicação da UFPR, convidada por diversas universidades ibero-americanas.
Reconhecida nacional e internacionalmente em inúmeras ocasiões, foi eleita em 2016 como uma das doze mulheres mais influentes na comunicação política pela The Washington Academy of Political Arts & Sciences (EUA), e em 2020 recebeu o prêmio de "Excelência no Ensino na Comunicação Política". É autora também de “Lula, do sindicalismo à reeleição”, publicado no Brasil, Argentina e México.
Serviço
"Caminos para el protagonismo femenino"
Editorial Tirant Lo Blanch, Espanha, 2024 (ISBN 9788413970011)
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