Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Política

História

A marcha da ousadia popular completa 20 anos

Em 1999, milhares de pessoas marcharam do Rio até Brasília para pensar um novo projeto de país

10.out.2019 às 15h34
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h52
Brasília (DF)
Pedro Rafael Vilela
Marcha foi uma resposta ao neoliberalismo de FHC

Marcha foi uma resposta ao neoliberalismo de FHC - Foto: Douglas Mansur

No dia 26 de julho de 1999, cerca de 1.100 homens e mulheres saíram em caminhada do Rio de Janeiro com destino a Brasília, no que foi chamada de Marcha Popular pelo Brasil. Eles percorreram mais de 1.600 quilômetros, cruzando os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, até adentrarem na capital do país, exatos 72 dias depois da partida, no dia 7 de outubro.

A marcha foi uma iniciativa articulada pela Consulta Popular, organização ligada aos movimentos do campo, que tinha apenas dois anos de existência, e contou com o envolvimento de militantes vinculados a diversas outras organizações populares, principalmente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

"A ideia da Marcha era desencadear a importância da questão de um projeto popular para o Brasil. Por isso que, simbolicamente, fez questão de sair da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, e veja como isso é importante agora também, às vésperas da entrega do nosso pré-sal às multinacionais", explica o advogado Ricardo Gebrim, integrante da Consulta Popular que participou da construção da marcha.

Ao chegarem em Brasília, milhares de outras pessoas se somaram à caravana. A Marcha Popular então deu lugar à Assembleia dos Lutadores e Lutadoras do Povo, que durou mais dois dias, terminando em 10 de outubro, com a participação de 5 mil pessoas. Foi na Assembleia que se aprovou a “Carta aos lutadores do povo”, dando ao projeto popular cinco eixos principais: soberania, solidariedade, desenvolvimento, sustentabilidade e democracia popular. Anos mais tarde, a Consulta Popular incluiria também a bandeira do feminismo entre os eixos principais do projeto popular.

Atualidade

O ano de 1999 guarda algumas semelhanças com o atual momento do país. O governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), já no seu segundo mandato, enfrentava uma forte crise econômica e tentava avançar com uma agenda neoliberal de privatizações e corte de direitos.

"O momento que a gente vivia era de aprofundamento das políticas neoliberais e as consequências dessa política para a população eram muito sensíveis, desemprego e arrocho salarial eram tônicas constantes que a gente ouvia na cidade", afirma Flávio José Vivia, militante da Via Campesina que atuou na coordenação de alimentação durante o percurso da marcha.

Ricardo Gebrim traça um paralelo entre as conjunturas que separam esses 20 anos, ao reforçar que a ofensiva neoliberal foi retomada. "A marcha tem alguns elementos muito atuais. O governo FHC foi a primeira ofensiva neoliberal, porque agora estamos enfrentando uma segunda, que é muito mais profunda, e que tenta completar e esgotar o conjunto de privatizações e desmonte de direitos que aquela primeira ofensiva não conseguiu".

Contato com o povo e pedagogia do exemplo

Por onde a marcha passava, ao longo do seu percurso até Brasília, os marchantes se envolviam com as comunidades locais, por meio de reuniões, aulas públicas, participação e atos religiosos e cívicos. Esse processo de aproximação e desenvolvimento de um trabalho pedagógico foi o aspecto mais transformador, na avaliação de quem viveu essa experiência.

"Esse trabalho de formação, de articulação, de agitação nas cidades, nós assumimos como uma prioridade. O povo, especialmente nos bairros, foi muito receptivo a esse modo de fazer o trabalho. A marcha teve uma receptividade muito grande, não havia um preconceito, embora que na imprensa tenha ficado muito escondido a realização da marcha, mas nas cidades era muito receptivo", aponta Flávio Vivian.

Ao sair do Rio de Janeiro, a organização da marcha só contava com provisões alimentícias e de bens essenciais para 15 dias. Foi a solidariedade do povo que garantiu o prosseguimento do grupo. "A gente montava um cronograma de onde a marcha ia chegar e parar. Realmente, a recepção da marcha foi estrondosa. O pessoal levava um quilo de arroz [para doar], todo mundo ia para a beira da estrada ver a marcha passando”, lembra Diva Braga, da direção nacional da Consulta Popular.

Ousar fazer

Como legado, a marcha deixou a pedagogia do exemplo, materializada na entrega e abnegação dos seus marchantes, que emocionou o povo nas cidades. Para Diva Braga, naquela época também havia uma sensação de vazio na esquerda, por conta da derrota ideológica do socialismo.

"Quem militava na década de 1990 tinha a sensação de que lutava contra a corrente, porque tinha essa ideologia de que a experiência do socialismo estava derrotada. Havia esse sentimento do esvaziamento do sentido de um projeto de esquerda, como acontece hoje. A Marcha funcionou para dar um sentido e articular um campo popular da esquerda", analisa.

O fato da marcha ter sido uma resposta diferente na luta contra a exploração também marcou o período. "A esquerda ousou fazer. Isso foi um ato de ousadia, e é preciso trazer à memória essa capacidade de reação, de fazer algo novo. Sair fazendo as mesmas escolhas não podem funcionar, não dá pra responder a uma situação nova fazendo a mesma coisa. A marcha pode ser esse exemplo, que é mais que um exemplo para o povo, mas um exemplo para as forças organizadas, que estejam juntas", completa Diva.

Editado por: Joana Tavares
Tags: brasilbrasiliamstriodejaneiro
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

CINEMA

Festival de Gramado anuncia novidades e títulos em competição

Avanço

Dilma: Banco do Brics terá 30% da carteira em moedas locais em 2026

Apoio à Kirchner

Peronistas marcham em apoio a Cristina Kirchner em dia da Independência da Argentina; ex-presidente critica dívida de Milei

Tarifa política

Aliados do governo Lula reagem às novas tarifas de Trump: ‘Taxa Bolsonaro’

SOBERANIA

Lula rebate Trump e diz que tarifas terão resposta pela lei de reciprocidade: ‘Brasil não aceitará tutela de ninguém’

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.