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UTOPIA

Opinião | ONU em outras palavras

Falas bem diferentes do discurso medíocre que ignorou desigualdade social e emergência climática

07.out.2019 às 16h59
Rio de Janeiro (RJ)
Chico Alencar
Gilberto Gil cantando, acompanhado por Kofi Annan, proclamam nossa velha dor e teimosa esperança: "o obscurantismo passará"

Gilberto Gil cantando, acompanhado por Kofi Annan, proclamam nossa velha dor e teimosa esperança: "o obscurantismo passará" - Divulgação

Do fundo do mato-virgem, Macunaíma discursou para 150 chefes de estado e de governo reunidos na Organização das Nações Unidas (ONU): “sou filho do medo da noite. Nasci em 1928, de mãe Tapanhuma, e me mantenho atualizado: somos 305 povos, mas, ao longo da nossa história, tem quem só olhou para as riquezas que existem em nossas terras, oferecidas à cobiça internacional. Uma velha tática dos conquistadores continua sendo nos jogar uns contra os outros. Os Yanomami estão contaminados por mercúrio por causa do garimpo. A Amazônia, nada intocada, perdeu, desde 1985, 18% de sua floresta. Acelera-se, agora, um processo criminoso de desmatamento. Os incêndios são provocados sobretudo para abrir pastagens, não por razões espontâneas. Os que mais ameaça o bioma amazônico – patrimônio mundial administrado pelos países soberanos em cujo território se espraia – são os interesses de grandes corporações. No regime autoritário da nostalgia de alguns regressistas, o projeto era a ocupação autocolonialista da região: ‘integrar para não entregar’. Esse plano insustentável está de volta, qual Gigante Piaimã, comedor de gente! Mas há resistência, como inspiram Chico Mendes, irmã Dorothy e tantos defensores dos povos da floresta”.

Das veredas do grande sertão, Riobaldo falou à 74ª Assembleia Geral da ONU: “venho de onde o pensamento da gente se forma mais forte que o poder do lugar. Nasci em 1956, em meio a fortes batalhas, e sigo atento: a Guerra Fria acabou. Nosso país nunca esteve próximo do socialismo, exceto para fanáticos que sequer o conhecem. Sofremos uma ditadura civil-militar a partir de 1964 – que, segundo alguns brutos, ‘resguardou nossa liberdade’. Aqui no Brasil profundo a gente sente que falecem direitos quando há 11,8% de pessoas em idade de trabalhar sem trabalho. E sabe que 33% de nossas terras são utilizadas para a produção de alimentos, incluindo os derivados da pecuária, com 23% de pastagens abandonadas e tanta comida mal distribuída, além de envenenada pelos agrotóxicos: 239 novos produtos foram liberados apenas este ano! Lembro aos da ira que quando se curte raiva de alguém é como se autorizar que essa pessoa governe a ideia e o sentir da gente.  Mire e veja: é preciso parar o bom longe do ruim, o são longe do doente, o vivo longe do morto”.

No plenário das Nações Unidas, espaço transnacional dentro de Nova York, Darcy Ribeiro apresentou um filme brasileiro: “desde 1997 me tornei imortal e perenizei minha certeza de que somos um povo feito de povos desfeitos, afundado na ninguendade. Muito se poderia fazer, com o poder da ciência, mas alerto sobre o descalabro e pequenez do que se está fazendo. ‘Bacurau’, mais que um pássaro noturno, é intrigante e instigante alegoria sobre a realidade do povo brasileiro: a violência que secularmente sofre, a diversa luta que historicamente trava. Ela nunca aparece nos discursos oficiais”.

Do seu terreiro no Gantois, em Salvador, Mãe Menininha era ouvida com atenção por crentes e não crentes de todo o mundo: “filha de Oxum, eu parti em 1986, mas continuo bem viva, e sei que, de fato, a verdade liberta. Então é preciso dizer que a violência secular contra os cultos de matriz africana agrava-se no Brasil, perpetrada muitas vezes por aqueles que se dizem seguidores de Cristo. Quero denunciar essa intolerância letal, e não silenciá-la. É urgente condenar a escancarada licença para matar e desmatar”.

Quando acordei, ao alcance de um toque estava algo bem real: não a fala medíocre que ignorou desigualdade social, emergência climática, novas matrizes energéticas e solidariedade global, mas Gilberto Gil cantando, acompanhado por Kofi Annan. Proclamavam nossa velha dor e teimosa esperança: “primeira missa, primeiro índio abatido/ primeiro carnaval, primeiro pelourinho também”. Nasceu certeza: o obscurantismo passará.

*Chico Alencar é professor e escritor

Editado por: Mariana Pitasse
Tags: bolsonarobrasilonu
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