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OPINIÃO

Artigo | Resistir para construir: a cultura de Porto Alegre está ameaçada

Conceder instituições culturais que funcionam bem e com baixos orçamentos à iniciativa privada é motivo de preocupação

15.jan.2020 às 11h34
Porto Alegre (RS)
Jaime Rodrigues
Prefeitura da capital gaúcha tem planos de terceirizar gestão da Cinematéca Capitólio

Prefeitura da capital gaúcha tem planos de terceirizar gestão da Cinematéca Capitólio - Fotos: Joel Vargas/PMPA

Nosso Estado do Rio Grande do Sul alcançou construir uma significativa cultura própria, com seus importantes valores, amplas realizações, convívio e elaboração de conhecimento da grandeza da vida. Nossa cidade de Porto Alegre tem sido uma grande catalisadora desse trabalho com o desenvolvimento da arte, da ciência e do pensamento.

Esse é um processo de sociedade que exige a liberdade ampla às escolas, às instituições e à comunicação e um povo que luta pelo seu conhecimento e tem uma abertura que permita o diálogo e o respeito às diferenças e às variedades. A verdadeira cultura é um desafio pela e com a democracia.

Esse trajeto todo foi construído com muito esforço, que permitiu o surgimento de muitos artistas, cientistas, instituições e espaços do mais diverso relacionamento. Mesmo assim podemos dizer que, como em todo o mundo civilizado, temos o mercado e uma disputa em parte baseada na concorrência de negociação. Trata-se de pontos que podem ser superados e até absorvidos. Mas determina que quem venha assumir esse confronto esteja pronto para a resistência de defender a cultura. Não se trata de um ingênuo moralismo, mas do confronto das posições e ideias claras que defendem seus objetivos e concepção.

Hoje em Porto Alegre vivemos uma situação nesse sentido. Instituições de valor consagrado pelos artistas e pela população, com sua história, trabalhos sistemáticos com artistas já reconhecidos e os novos, com quem se trocam os seus valores e acúmulos em uma exuberante criatividade, poderão ter suas administrações contratadas ou ter suas estruturas concedidas a empresas particulares. Os perigos são diversos e muito graves. Em nenhum caso foi apresentada uma proposta ou um plano de desenvolvimento e sequer foi dito até agora o motivo de se fazer concessão ou contratos de administração, se essas instituições funcionam com alta qualidade e com orçamentos muito baixos. É uma dúvida atroz e muito perigosa.

A qualidade dessas entidades não surgiu em um estalar de dedos. Pelo contrário. Uma área cultural a que nos referimos é a Cinemateca Capitólio, que teve seu processo de elaboração desde a década dos anos 1990 até 2015, quando conseguiu abrir suas portas. Foi um longo tempo de debates, construção de objetivos e valores culturais e práticos. A população foi participativa com a elaboração, junto com intelectuais do cinema e de outras áreas do pensamento. Foi alcançado, junto com a administração da prefeitura daquela época e a alta qualidade dos profissionais, um trajeto que deve ser cuidado para impedir que seja roubado.

Trata-se de uma Cinemateca de inúmeras atividades e um imenso público, principalmente de ativos jovens, que inclusive participam. Mas não são só esses, porque muitas pessoas de outros municípios visitam e participam dessas atividades.

As salas estão sempre cheias, tanto as do cinema como as da biblioteca junto do arquivo, que permitem a pesquisa e a elaboração universitária. Mas podemos também nos referir ao acervo com recuperação dos filmes, cinema para crianças, discussões com as mais diversas entidades da sociedade. O belo prédio de estilo eclético é preservado. Temos muitos cursos, pesquisas, exposições. Organizações com críticos do cinema alcançam algo maravilhoso, que é o encontro de cineastas, tanto brasileiros como de muitos países, em debates com as pessoas da plateia. Isso tudo e muitos outros trabalhos que em quatro anos foram realizados.

Não é casual que a Cinemateca Capitólio tenha contatos em diversos países. Contatos que não são simples troca de endereços. É um mérito muito importante e que não podemos perder.

Outras entidades sob ameaça são a Pinacoteca, a Usina do Gasômetro, o Teatro Renascença e o próprio Mercado Público, obra magnífica de 150 anos que no governo do prefeito Thompson Flores correu risco de ser demolida. Diversos intelectuais na ocasião se reuniram e se dirigiram ao prefeito. Um ótimo debate fez com que não só se desistisse da ideia como surgisse a instituição localizada no interior da prefeitura, que tem acervo artístico e exposições permanentes. O belo debate permitiu evitar um desastre e construiu um local de exposições e acervo de obras artísticas do Rio Grande do Sul e de outros estados também.

É a nossa história, nossa cultura que está ameaçada. Trata-se de uma orientação semelhante à ideologia do projeto Escola sem Partido, apresentado pelo governo federal e já absorvido como orientação do governo no RS. Essa estrutura não surge do nada e mudando sem projeto ou plano, sem que se diga por que fazer essa barbaridade, e nos permite conjecturar que tem como objetivo a orientação que está em moda pelos setores de mercado mesquinho, de um conhecimento absoluto, rígido e que não permite a divergência e tampouco o diálogo. O objetivo é a “imbecilização” da população e da nossa sociedade.

* Urbanista e historiador

Editado por: Marcelo Ferreira
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