Em toda a América Latina, sindicatos, organizações populares e trabalhadores foram às ruas nesta quinta-feira (1) para comemorar o Dia Internacional do Trabalhador, um dia histórico de luta por direitos trabalhistas e justiça social.
Na Bolívia, a Central Operária Boliviana (COB) liderou manifestações de massa em La Paz, Cochabamba, Tarija, Oruro e Santa Cruz, com a participação de setores estratégicos como mineração, manufatura, saúde e educação.
Na cidade de Tarija, o presidente Luis Arce marchou ao lado de trabalhadores e organizações sociais, reafirmando o compromisso do governo com as demandas trabalhistas.
Em San Salvador, capital de El Salvador, o dia foi marcado por relatos de assédio policial contra manifestantes. De acordo com a mídia local, agentes da Polícia Nacional Civil (PNC) montaram postos de controle e confiscaram celulares de cidadãos que se dirigiam às passeatas.
Mais de 80 organizações sociais exigiram a libertação dos detidos pelo estado de emergência, a reintegração dos funcionários públicos demitidos e um aumento de 40% no salário mínimo.
Na Cidade do México, os primeiros contingentes partiram do Palácio de Belas Artes em direção ao Zócalo, reivindicando a redução da jornada de trabalho de 48 para 40 horas.
A Coordenação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e a Nova Central Operária (NCT) também marcharam reivindicando aposentadorias justas.
Enquanto isso, sindicatos como o dos mineiros, telefonistas e trabalhadores do transporte se reuniram na Praça da Constituição, onde os líderes sindicais reafirmaram sua luta por melhores condições de trabalho.
Em Quito, no Equador, membros da Frente Única dos Trabalhadores (FUT) marcharam da Caja del Seguro (Fundo de Segurança) até o centro histórico, exigindo melhores condições de trabalho e respeito aos direitos dos trabalhadores.
Entre as reivindicações centrais estão a idade de aposentadoria e o pagamento da dívida histórica do governo com o Instituto Equatoriano de Seguridade Social (IESS), que ultrapassa 24,5 bilhões de dólares.
Em Guayaquil, a marcha percorreu a Avenida 9 de Outubro, onde foi montada uma plataforma para comemorar o dia. Em Cuenca, trabalhadores marcharam pela Rua Simón Bolívar até o Parque Calderón, juntando-se a estudantes e organizações sociais na mobilização.
Em Montevidéu, capital do Uruguai, o ato principal reuniu milhares de trabalhadores, com a presença do presidente Yamandú Orsi e da vice-presidenta Carolina Cosse. Os discursos dos líderes sindicais se concentraram em três áreas principais: salários justos, redução da jornada de trabalho e aposentadoria digna.
O evento contou também com a participação da Associação de Mães e Familiares de Detentos Desaparecidos, num gesto que une a memória histórica às lutas atuais. Do palco, os organizadores destacaram a grande participação do evento, reafirmando que o movimento sindical “está se fazendo ouvir” no país.
Em Lima, capital peruana, sindicatos e organizações sociais se mobilizaram em defesa dos direitos trabalhistas, denunciando uma ofensiva do governo para favorecer os negócios por meio de uma agenda de flexibilização e desregulamentação. Segundo Juan Pedro Chang, líder da Central Unitária de Trabalhadores (CUT), o atual governo promoveu mais de 400 dispositivos legais que reduzem direitos trabalhistas.
Além disso, em 14 de maio, a Assembleia Nacional Popular convocou uma greve no sul do país, exigindo a reativação do projeto de exploração de gás e denunciando a inação do governo diante dos assassinatos por encomenda e da corrupção, problemas que afetam milhares de trabalhadores.
Outra questão central na mobilização tem sido o alto nível de emprego informal, que afeta mais de 70% dos trabalhadores peruanos, gerando precariedade e falta de acesso a direitos básicos.
Na Argentina, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), maior entidade sindical do país, liderou as mobilizações em Buenos Aires, que tiveram como principal alvo os ajustes ultraliberais do governo de Javier Milei. O presidente de extrema direita contraiu uma nova dívida com o FMI que ampliou ainda mais os cortes em programas sociais e órgãos do Estado que estõa sendo feitos por seu governo.
Pelas redes sociais, a ex-presidenta Cristina Kirchner disse que há “uma intenção declarada do governo Milei de seguir acabando com os direitos” e pediu unidade “na defesa do direito a uma vida digna, com o trabalho como ferramenta do progresso”.
Artigo original publicado em Telesur.