A história e a política estão repletas de coincidências significativas. Na mesma semana em que o povo vietnamita celebrou os 50 anos do fim da guerra na país, o presidente Donald Trump completou 100 dias na Casa Branca.
Para o Vietnã, a data significou a vitória sobre o imperialismo estadunidense, que aterrorizou o país durante anos seguidos em uma guerra desumana e cruel. Símbolo de resistência para todos os povos do Sul Global, o país enfrentou Japão, França e EUA e só depois de 1975 foi capaz de exercer soberania na integridade do território.
Enquanto os vietnamitas marcharam pelas ruas de Hanói e de Cidade Ho Chi Mihn, os índices de aprovação de Trump chegam aos piores níveis nos três primeiros meses de governo.
O mandatário aponta sua metralhadora de tarifas para todos os países do mundo, tentando fortalecer sua retórica de proteção aos trabalhadores, mas muito coerente com um projeto supremacista de dominação imperial.
Mesmo assim, lá dentro, a economia não vai bem. Inflação e queda no PIB preocupam a Casa Branca, que insiste em fazer pose de valentona e se mostrar despreocupada.
O principal rival segue crescendo e propondo um modelo diferente de desenvolvimento: a China encerrou as chamadas “Duas Sessões” com metas de geração de emprego e ampliação do mercado interno, prometendo cumprir mais uma vez as metas propostas.
Estamos a apenas dois meses da cúpula do Brics que deve ocorrer no Rio de Janeiro, sob presidência brasileira, nos dias 6 e 7 de julho.
Pode ser a oportunidade para todos os historicamente afetados pelas práticas imperialistas tomarem atitudes e comprovar uma hipótese cada vez mais forte entre analistas: as saídas vêm do Sul Global.
E que possamos celebrar em breve, assim como no Vietnã, o fim da guerra na Ucrânia e o fim do genocídio em Gaza. Como disse Victor Jara, temos o “direito de viver em paz”.
O Brasil de Fato segue reportando e dando voz ao anti-imperialismo necessário para nossos tempos.
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*Lucas Estanislau é Coordenador de Internacional no Brasil de Fato