Três dias após receber alta hospitalar, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em um ato em Brasília pela anistia aos golpistas que participaram dos atos antidemocráticos em 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro recebeu alta no domingo (4), após 22 dias de internação para se recuperar de uma cirurgia no intestino.
Organizada pelo pastor Silas Malafaia, a manifestação foi chamada de “Caminhada pacífica pela anistia humanitária” e teve início por volta das 16h. “Anistia é exclusiva do Poder Legislativo, STF [Supremo Tribunal Federal] não pode meter o bedelho”, declarou Malafaia, em breve discurso sobre o trio elétrico.
A maior parte dos manifestantes vestia a camiseta de seleção brasileira e alguns seguravam bandeiras do Brasil. Havia, ainda, pelo menos duas bandeiras do Estado de Israel.
O grupo saiu da Torre de TV de Brasília e seguiu em caminhada até a Esplanada dos Ministérios. De acordo com estimativa do Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), a manifestação reuniu cerca de 4 mil pessoas em seu ápice, às 16h30.

Acompanhado da esposa, Michelle Bolsonaro, o ex-presidente fez uma fala em tom messiânico. “Eu sou um empregado de vocês, não tenho nenhuma obsessão por poder, eu tenho paixão pelo meu Brasil”, disse. O ex-presidente disse que a anistia é um ato político e privativo do parlamento brasileiro. “O parlamento votou, ninguém tem que se meter em nada”, declarou.
Em votação realizada em março, a Primeira Turma do STF decidiu pelo acolhimento da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente e outras sete pessoas, que integram o primeiro núcleo de acusados da tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de direito. Assim, Bolsonaro se tornou réu no processo que investiga os crimes contra a democracia.