Menos de 5% das terras agrícolas de Gaza são atualmente aráveis e/ou acessíveis, o que agrava ainda mais o risco de fome no território palestino devastado pelos ataques israelenses, de acordo com um novo relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Até o final de abril, mais de 80% das terras agrícolas estavam danificadas e 77,8% não estavam mais acessíveis, portanto apenas 4,6% das terras são potencialmente adequadas para cultivo, de acordo com esta análise baseada em um relatório geoespacial conduzido com o Unosat, o centro de satélites das Nações Unidas.
A situação “prejudica ainda mais a capacidade de produção de alimentos e agrava o risco de fome na área”, enfatizou a FAO em seu comunicado. A situação é particularmente crítica em Rafah, no sul do território, e no norte, onde “quase” nenhuma terra agrícola é acessível, acrescentou o relatório.
Após mais de 19 meses de guerra e dois meses e meio de bloqueio de ajuda internacional por parte de Israel, o povo de Gaza está privado de tudo e a ameaça da fome paira no ar.
O governo israelense, sob pressão internacional, suspendeu apenas parcialmente o embargo de ajuda na semana passada, mas ainda está longe de atender às necessidades, de acordo com as organizações humanitárias. Antes do início do genocídio, a agricultura representava aproximadamente 10% da economia de Gaza, mais de 560 mil pessoas (cerca de um quarto da população) viviam ao menos parcialmente da produção agrícola, gado ou pesca, segundo a organização.