A Polícia Civil do Rio Grande do Sul aponta que uma dívida relacionada ao tráfico de drogas, envolvendo o filho da vereadora Elisane Rodrigues dos Santos (PT), motivou o assassinato da parlamentar em Formigueiro, na Região Central do estado. Um jovem de 18 anos foi preso como autor do crime, e a investigação agora busca identificar e prender o mandante.
Única vereadora entre oito homens. Santos foi morta com pelo menos 10 golpes de faca. O corpo foi encontrado na manhã de terça-feira (17), ao lado de seu carro, em uma estrada na zona rural de Formigueiro. Ela havia sido vista com vida pela última vez na noite anterior, durante uma sessão na Câmara de Vereadores do município.
De acordo com o delegado Antônio Firmino de Freitas Neto, que coordena o inquérito, o suspeito confessou o assassinato. “Ele confessou a autoria. A partir do cruzamento de dados, temos também dados sobre o mandante. Em breve, ele será preso também”, declarou.
A Polícia Civil afirma que Santos foi atraída até o local do crime por um conhecido da família, que alegou ter carne bovina para vender a um preço muito inferior ao de mercado. “Ela foi atraída pelo autor do crime, que era amigo da família, sob a alegação que ele teria uma carne de gado bem barata para vender, abaixo do preço da tabela”, explicou o delegado.
Durante depoimento, o suspeito contou que descartou a faca usada no homicídio e um dos celulares da vítima em um açude localizado na região de Rincão dos Machados, área rural da cidade. No entanto, devido às enchentes que atingem o estado, as buscas pelos objetos foram suspensas temporariamente. A motocicleta utilizada no deslocamento até o local foi apreendida, e a apuração sobre o mandante prossegue.
As provas colhidas reforçam a versão de que a vereadora caiu em uma emboscada armada pelo suspeito, que usou o pretexto da venda da carne para atraí-la até o local do ataque.
Após ser detido, o suspeito foi encaminhado ao Presídio Estadual de São Sepé. Na noite de sexta-feira (21), a Justiça converteu a prisão em flagrante em preventiva, após pedido do Ministério Público.
O promotor de Justiça Guilherme Castelhone Chagas destacou a gravidade do crime: “A vítima, vereadora com forte atuação na região, foi alvo de ato brutal que exige uma resposta eficaz e firme das instituições. A prisão preventiva é essencial para a continuidade das investigações, que contarão com o acompanhamento atento do Ministério Público”.
Santos, que era técnica em enfermagem e exercia o mandato pelo Partido dos Trabalhadores, se destacou pela atuação na defesa dos direitos das mulheres e das comunidades quilombolas. Em março de 2025, foi homenageada pela Assembleia Legislativa do RS com o Prêmio Mulheres de Luta. A Prefeitura de Formigueiro e a Câmara Municipal da cidade decretaram três dias de luto oficial.
*Com informações de G1 e Globo
