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Início Economia

Panorama

Tarifa dos EUA pressiona Brasil, mas cria chance de vender commodities para outros mercados

A realocação desse tipo de produto para outros compradores é mais fácil do que itens de alto valor agregado

10.jul.2025 às 12h11
São Paulo (SP)
Caroline Oliveira
Tarifa dos EUA pressiona Brasil, mas cria chance de vender commodities para outros mercados

Os Estados Unidos é superavitário na relação comercial com o Brasil - Marcelo Camargo/Agência Brasil

A tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros deve afetar diretamente os setores exportadores ao tornar os itens mais caros para consumidores e empresas nos EUA. Apesar disso, há oportunidades no mercado interno e externo para a realocação desses produtos que são, em sua maioria, commodities.

Daniel Negreiros Conceição, economista e professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que commodities são bens primários, geralmente em estado bruto ou com pouca industrialização, produzidos em grande escala e amplamente comercializados no mercado internacional. São esses os produtos brasileiros comprados em maior volume pelos EUA.

Ele explica, ainda, que a realocação desse tipo de produto para outros compradores é mais fácil do que itens manufaturados e de alto valor agregado. “É a primeira vez em que ser exportador de commodities nos coloca numa situação até mais confortável. Normalmente é muito ruim ser vendedor de itens muito básicos, sem complexidade. Mas nesse caso são realocáveis”, afirma Conceição. 

“Se você perde um comprador, o produto continua disponível para outros. O efeito econômico talvez não seja tão ruim para os brasileiros, porque o exportador de commodity consegue exportar mais facilmente”, diz o professor. 

Conceição afirma, inclusive, que o próprio mercado consumidor interno pode ser um destino alternativo para as empresas exportadoras. “Esse café pode acabar vindo para cá. O Brasil é um comprador para substituir os Estados Unidos.”

Um ponto importante das relações comerciais que também pode ser afetado é o acesso ao dólar, utilizado não só na balança com os EUA, mas com todo o mundo. “As exportações, em termos materiais, são o envio de coisas para o exterior, mas também o acesso à moeda dos outros. O dano que a gente mais sentiria, além da queda de atividade desses exportadores que empregam muitos trabalhadores, é um choque cambial se a gente não conseguir outras fontes de obtenção de moeda estrangeira, já que a gente usa muito o dólar para comprar as coisas no mundo”, diz. 

Entre os principais produtos que os americanos importam do Brasil estão o petróleo, ferro e café. Atualmente, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os Estados Unidos são o segundo maior comprador de carne bovina do Brasil, respondendo por 12,33% das exportações no primeiro semestre. O percentual equivale a 181,3 mil toneladas, mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2024. 

Em nota, a entidade declarou que “qualquer aumento de tarifa sobre produtos brasileiros representa um entrave ao comércio internacional e impacta negativamente o setor produtivo da carne bovina”.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também disse que a nova alíquota pode ter reflexos diretos sobre o agronegócio brasileiro, afetando o câmbio, elevando o custo de insumos importados e reduzindo a competitividade das exportações.

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) afirmou que, “além das dificuldades de comércio com os Estados Unidos, o anúncio da Casa Branca pode criar uma imagem negativa do Brasil e gerar medo em importadores de outros países de fechar negócios com as nossas empresas”. 

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), as exportações brasileiras para os Estados Unidos têm peso relevante na economia nacional. Em 2024, cada R$ 1 bilhão exportado ao mercado americano resultou na criação de 24,3 mil empregos, R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,2 bilhões em produção no Brasil. Por isso, o aumento da tarifa de importação para 50% afeta diretamente a economia brasileira e compromete a cooperação bilateral.

Além de evidenciar os impactos econômicos para o Brasil, as entidades repudiaram o posicionamento de Donald Trump. Ricardo Alban, presidente da CNI, afirmou em nota que “não existe qualquer fato econômico que justifique uma medida desse tamanho, elevando as tarifas sobre o Brasil do piso ao teto”. 

“Os impactos dessas tarifas podem ser graves para a nossa indústria, que é muito interligada ao sistema produtivo americano. Uma quebra nessa relação traria muitos prejuízos à nossa economia. Por isso, para o setor produtivo, o mais importante agora é intensificar as negociações e o diálogo para reverter essa decisão”, disse. 

Déficit para o Brasil

Apesar de Donald Trump afirmar que a relação comercial entre os dois países prejudica os Estados Unidos, os dados mostram o contrário, segundo os números da série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A balança comercial é desfavorável para o Brasil, que importa mais do que exporta para o mercado americano. Esse desequilíbrio gera um déficit comercial, situação em que o valor das importações é maior que o das exportações.

Desde 2009, o Brasil registra déficits comerciais consecutivos com os Estados Unidos, acumulando um saldo negativo de US$ 90,28 bilhões em vendas americanas ao país até junho de 2025. A análise dos dados, que abrange o período de 1997 até o primeiro semestre de 2025, também aponta um saldo superavitário total de US$ 49,88 bilhões para os EUA ao longo desses 28 anos.

No ano passado, a relação comercial entre os dois países esteve praticamente equilibrada, com exportações brasileiras de US$ 40,33 bilhões e importações de US$ 40,58 bilhões, resultando em um déficit de US$ 253 milhões para o Brasil. No entanto, no primeiro semestre de 2025, o desequilíbrio voltou a se acentuar, com o Brasil importando US$ 1,67 bilhão a mais do que exportou para os Estados Unidos.

Superávit com o total dos países

Apesar do déficit na relação comercial com os Estados Unidos, a balança brasileira no geral registrou superávit de US$ 74,5 bilhões no ano passado: as exportações totalizaram US$ 337 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 262,5 bilhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

O resultado foi o segundo melhor da história para o Brasil, ficando atrás apenas de 2023, quando o superávit comercial alcançou a marca recorde de US$ 98,9 bilhões.

Em 2024, os principais destinos das exportações brasileiras foram liderados pela China, que comprou US$ 94,4 bilhões em produtos do Brasil. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com produtos que somaram US$ 40,3 bilhões no período. Na sequência, destacam-se Argentina (US$ 13,7 bilhões), Holanda (US$ 11,7 bilhões) e Espanha (US$ 9,9 bilhões). 

No sentido contrário, a China e os Estados Unidos também aparecem em primeiro e em segundo lugar entre os países que mais compram produtos brasileiros. Em 2024, a China foi o principal fornecedor do Brasil, com importações que totalizaram US$ 63,57 bilhões. Os Estados Unidos ocupam a segunda posição, com US$ 40,58 bilhões em produtos vendidos ao mercado brasileiro. Outros países que lideram as importações brasileiras incluem Alemanha (US$ 13,73 bilhões), Argentina (US$ 13,57 bilhões) e Rússia (US$ 10,96 bilhões). 

Principais produtos brasileiros comprados pelos EUA

  • Óleos brutos de petróleo: US$ 5,83 bilhões
  • Semimanufaturados de ferro ou aço: US$ 2,77 bilhões
  • Café não torrado: US$ 1,89 bilhão
  • Pastas químicas de madeira: US$ 1,55 bilhão
  • Ferro fundido bruto não ligado: US$ 1,42 bilhão

Principais produtos dos EUA comprados pelos brasileiros

  • Partes de turborreatores ou de turbopropulsores: US$ 3,20 bilhões
  • Turborreatores: US$ 2,89 bilhões
  • Gás natural liquefeito: US$ 1,66 bilhão
  • Óleos brutos de petróleo: US$ 1,45 bilhão
  • Óleo diesel: US$ 1,43 bilhão

Tarifas Previstas para Entrar em Vigor em 1º de Agosto

  • Brasil: 50%
  • Japão: 25%
  • Coreia do Sul: 25%
  • Tailândia: 36%
  • Malásia: 25%
  • Indonésia: 32%
  • África do Sul: 30%
  • Filipinas: 20%
  • Camboja: 36%
  • Bangladesh: 35%
  • Iraque: 30%
  • Sri Lanka: 30%
  • Argélia: 30%
  • Cazaquistão: 25%
  • Líbia: 30%
  • Tunísia: 25%
  • Sérvia: 35%
  • Laos: 40%
  • Mianmar: 40%
  • Brunei: 25%
  • Bósnia-Herzegovina: 30%
  • Moldávia: 25%
Editado por: Nathallia Fonseca
Tags: brasildonald trumpestados unidostarifa
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