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MISS PRETA

Sobre militância

Convido a todas as pretas a participar de alguma das atividades que estão sendo realizadas neste Julho das Pretas

22.jul.2025 às 19h59
Atualizado em 23.jul.2025 às 11h54
Pinhais (PR)
Miss Preta
Sobre militância

Miss Preta, vereadora de Pinhais (PR) pelo PT. - Foto: Rafael / @rafamcwb

Dia 25 de Julho celebra-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e também o Dia Nacional Tereza de Benguela, data que muitas pretas, acredito que a maioria de nós (e me incluía nesta estatística há quase uma década atrás) sequer sabíamos da existência, quem dirá o significado.

Penso muito sobre o que é ser militante e sobre pertencer à militância. Quem é militante? Quem não é? Quem tem a “carteirinha”? Quem teve a “carteirinha” cassada? Quem faz a cassação da carteirinha? Quem decide o que é militância? Gosto sempre de resgatar minha história. Quem era Miss Preta “na fila da militância” antes de chegar ao Paraná?

Antes de me tornar Miss Pinhais, decisão que tomei de disputar tal concurso justamente por constatar a falta de mulheres pretas nesses espaços, nunca havia acessado espaços de militância negra, pelo menos não a organizada. Acho que meu primeiro contato com militância organizada foi a Marcha do Orgulho Crespo, e ainda foi pelo viés do meu “nicho”, “Princesa da Marcha do Orgulho Crespo.” Nunca havia me aproximado do MNU, AMNB, Rede de Mulheres Negras ou qualquer movimento organizado de negritude.

Mas afinal, a Miss Preta jamais foi militante do movimento negro antes de tudo isso, digamos… se impor a ela? Bom, para cravar tal afirmação seria necessário desconsiderar toda a minha vivência como mulher preta.

Mamãe, mulher preta, cortadora de cana, me ensinou, na vivência, um pouco do que é feminismo sem sequer saber definir o que era feminismo e antes mesmo de eu ter a oportunidade de acesso a qualquer literatura. Mamãe ensinou-me a ser forte num mundo em que pessoas como nós já nascemos com condições adversas. Mamãe me ensinou a ter a cabeça sempre erguida e lutar pelo o que eu acreditava…só não poderia envergonhá-la (ela sempre, de maneira muito séria, me alertava sobre).

Crescer no acampamento do MST em minha cidade natal, Campos do Goytacazes-RJ, além de ensinar-me sobre coletividade, talvez tenha me ensinado um pouco sobre essa coisa chamada militância.

Mas afinal, quantas mulheres pretas nesse Brasil sequer sabem da militância organizada? Sequer tem acesso a estes espaços? Como trazê-las para a luta? Certamente não é querendo colocar uma lupa procurando a marca d’água na tal “carteirinha” de militante das pretas que se somam à luta e que ocupam espaço de poder. Nem querendo quantificar o grau de militância de cada preta que tá lutando por algo. Geralmente o denominador comum desse “algo” é a própria existência de todas nós.

Não existe um jeito único de militar, não existe um jeito único de se relacionar com a atividade militante. Não existe um manual de instruções de “como trilhar o caminho da militância” ou de “como ser um militante padrão”. Nós já não somos o “padrão” das coisas, não precisamos nós mesmas nos colocarmos nessa moldura. Acho que a luta de todas nós é a luta antirracista e de valorização da negritude.

Dadas as anomalias que vem ruindo a nossa democracia, que ainda tá longe de ser plena para o povo preto (é por isso que a gente luta, priorizando sempre avançar, mas as vezes fazendo contenção para evitar retrocessos nestes tempos tenebrosos), mais do que nunca, pretas de todo o Brasil precisam estar do mesmo
lado da trincheira.

Convido a todas as pretas, ou melhor, cada preta, latina, caribenha e cada brasileira sem espaço, silenciada e que tem muito a falar, a participar de alguma das mais de 643 atividades que estão sendo realizadas neste Julho das Pretas por todo o Brasil.

Nós pretas estamos acostumadas a ter que meter o pé na porta para conquistar algo. Vamos deixar essa porta aberta para quem quer chegar? Meter o pé na porta coletivamente, certamente é muito melhor e mais prazeroso e eu, Miss Preta, lembrando sempre das que vieram antes, estarei por aí, conduzindo pretinhas pela mão por esta porta que a gente vem abrindo, cada uma do seu jeitinho, com o mesmo propósito coletivo e caminhando para o mesmo lugar, que talvez não seja para nós, mas para as que virão.



*Edna Sousa, mais conhecida como Miss Preta, foi a vereadora mais bem votada da história de Pinhais (PR). Ativista e Comunicadora Popular. Formada em Processos Gerenciais, usa sua voz e suas redes para fortalecer a luta das mulheres, da juventude, da população negra e LGBTQIAPN+.

**Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Lucas Botelho
Tags: mstopiniãopartido dos trabalhadores
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