Em relatório publicado nesta segunda-feira (28), a Organização de Alimentação e Agricultura da ONU (FAO-ONU) retirou o Brasil do Mapa da Fome, lista em que o país figurava desde 2021. É a segunda vez que o Brasil sai da lista sob a gestão do PT.
Na prática, a retirada do Brasil do Mapa da Fome significa que menos de 2,5% da população está subalimentada ou desnutrida. Em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o Brasil havia voltado a aparecer na lista, com 4,1% na linha extrema de falta de alimento. “Sair do Mapa da Fome era o objetivo primeiro do presidente Lula ao iniciar o seu mandato em janeiro de 2023”, disse o ministro do desenvolvimento e assistência social, família e combate à fome, Wellington Dias. A média mundial é de 8,2%.
Para atingir a meta alcançada hoje, o governo federal criou, em agosto de 2023, o Plano Brasil Sem Fome, uma estratégia de fortalecimento de programas sociais e mobilização com estados e municípios para redução da desnutrição. Fazem parte do plano integrado a valorização do salário, criação do novo bolsa família, o plano safra da agricultura familiar e o programa nacional de alimentação escolar, por exemplo. “Não há soberania sem justiça alimentar. E não há justiça social sem democracia”, afirma Dias.
Em 2014, o Brasil já havia deixado de integrar o Mapa da Fome, sob gestão de Dilma Rousseff (PT) e após 11 anos de políticas pela erradicação da subnutrição, como o Fome Zero.
Insegurança alimentar e obesidade
Apesar dos dados positivos de diminuição da fome, o relatório da FAO aponta que o Brasil ainda enfrenta diferentes níveis de insegurança alimentar. De acordo com o relatório, 3,4% dos brasileiros enfrentam condições de insegurança alimentar severa, em que refeições são reduzidas ou excluídas por dificuldades econômicas. A insegurança alimentar moderada, menos grave, mas em que ainda há alteração na rotina alimentar ideal, atinge 13,5% dos brasileiros.
O acesso à alimentação saudável, por outro lado, aumentou. Em 2021, 29,8% dos brasileiros não tinham condições de consumir alimentos saudáveis. No novo relatório, este índice foi reduzido para 23,7%.
A obesidade em adultos e sobrepeso em crianças também foram apontadas como índices em alta no Brasil – um movimento observado também nos dados globais.