Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Política

Demora?

Entenda o passo a passo para eventual extradição de Zambelli; decisão final é política

Deputada foi nesta sexta (1º) e mantida presa para enfrentar processo que pode durar até dois anos

01.ago.2025 às 06h00
São Paulo (SP)
Rodrigo Chagas
Após fala de Zambelli, deputado italiano cobra governo para país não virar ‘paraíso de golpistas’

Bolsonarista Carla Zambelli foi presa em Roma após 53 dias foragida - Mauro PIMENTEL / AFP

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa em Roma na última terça-feira (29), foi interrogada nesta sexta-feira (1º) pela Justiça italiana, que decidiu mantê-la presa enquanto aguarda o resultado de seu processo de extradição. A bolsonarista está detida no presídio feminino de Rebibbia e um pedido de libertação apresentado pela defesa deve ser avaliado em meados de agosto.

De acordo com o advogado Fábio Pagnozzi, Zambelli utiliza medicação de uso contínuo e sofre de comorbidades, o que pode agravar seu estado de saúde. Esse, segundo ele, seria o principal argumento apresentado à Justiça italiana para tentar a soltura ou a adoção de medidas cautelares, como prisão domiciliar.

A partir de agora, o trâmite judicial que pode terminar com a extradição, segundo estimativas da defesa e de especialistas, pode durar de um ano e meio a dois anos.

A deputada símbolo do bolsonarismo desde a eleição de 2018 foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por falsidade ideológica e invasão de sistemas eletrônicos do Judiciário. A acusação envolvia a contratação do hacker Walter Delgatti Neto para fraudar documentos oficiais, inclusive com a criação de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Após o trânsito em julgado da sentença, Zambelli fugiu do país e teve seu nome incluído na lista vermelha da Interpol.

Nesta quinta-feira (31), Moraes determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) atue formalmente no caso e acompanhe todos os trâmites da extradição. O ministro também assegurou ao governo italiano que Zambelli não será submetida a maus-tratos, tortura ou condições degradantes no sistema prisional brasileiro.

As garantias são necessárias porque tratados internacionais de extradição, como o firmado entre Brasil e Itália (Decreto 863/1993), preveem cláusulas específicas para proteção dos direitos humanos.

Como funciona o processo de extradição

Após a audiência desta sexta-feira, caberá ao Ministério da Justiça da Itália decidir se aceita ou não dar prosseguimento ao pedido formal de extradição feito pelo Brasil. Se a pasta autorizar, o caso será analisado pela Corte de Apelação de Roma. Essa corte pode ser acionada por ambas as partes, o que pode arrastar o processo por meses ou até anos.

A advogada Tânia Mandarino, integrante do Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (Caad) e defensora de Henrique Pizzolato, lembra, em entrevista ao Brasil de Fato, que o trâmite é lento e envolve várias instâncias. “Se for para a Corte de Apelação, não vai ser no governo Lula que vamos ter uma decisão”, afirma. Segundo ela, o caso de Pizzolato levou 20 meses até a conclusão.

Mesmo que a Justiça italiana dê aval à extradição, a palavra final será do Executivo. “A decisão final cabe ao governo italiano, através do seu Ministério da Justiça, não ao Judiciário”, afirma Mandarino.

Zambelli possui cidadania italiana, o que pode ser usado por sua defesa para tentar impedir a extradição. Embora a Constituição da Itália permita a entrega de nacionais, o país costuma aplicar o princípio da reciprocidade: o Brasil, por lei, não extradita seus cidadãos natos.

“Acredito e aposto até nisso: o primeiro argumento será a cidadania italiana e a reciprocidade”, afirma a advogada. Além disso, ela destaca que outros fatores podem pesar, como alegações sobre o sistema prisional brasileiro. “No caso do Pizzolato, a extradição foi inicialmente negada com base nesse argumento: de que as prisões no Brasil oferecem risco à integridade física”, lembra.

Outro obstáculo envolve a tipicidade do crime. Como os delitos digitais pelos quais Zambelli foi condenada são recentes e não têm correspondência clara no código penal italiano, a Justiça local pode requalificá-los como falsidade ideológica – crime com pena mais branda, o que enfraqueceria o argumento para uma extradição.

A expectativa da defesa de Zambelli é de que ela seja libertada em breve para responder ao processo em liberdade. “Ela não deve permanecer presa”, concorda Mandarino. Mesmo que isso não tenha ocorrido na audiência desta sexta-feira, a advogada acredita que sua soltura é provável nos próximos dias.

Independentemente da decisão inicial da Justiça italiana, a tramitação da extradição tende a ser demorada e marcada por disputas jurídicas e diplomáticas. O governo italiano, comandado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, terá papel central no desfecho – que, como mostram os precedentes, pode ultrapassar governos e fronteiras

O caso Pizzolato como precedente

O caso de Zambelli se insere numa série de imbróglios jurídicos entre Brasil e Itália envolvendo extradições.

Em 2015, Henrique Pizzolato, no âmbito da Lava Jato, foi extraditado após pressão intensa do governo brasileiro. “O Estado contratou escritório de advocacia na Itália, enviou agentes para diferentes países europeus e fez um lobby caríssimo”, relata Mandarino. Hoje, o Estado tenta cobrar de Pizzolato os custos da operação, que somaram mais de R$ 800 mil à época.

Segundo a advogada, as garantias dadas pelo Estado brasileiro de que Pizzolato não seria submetido a tratamento desumano foram descumpridas. “Ele teve condições degradantes com risco de vida na Papuda, e quando foi o caso da extradição do Raul Schmidt de Portugal, esse precedente já foi utilizado para negar a extradição.

“Por conta do descumprimento desse acordo, eu acredito que seja muito difícil e não aposto na extradição da Zambelli”, completa Mandarino.

Ela reforça ainda a preocupação com possíveis desdobramentos da ordem de Moraes para que a AGU atue no caso. Ela espera que a receita utilizada no caso Pizzolato, de contratação de um escritório de advocacia privado na Itália, não se repita.

Segundo a advogada, o Tratado de Extradição “diz que não é necessário contratação de escritório de advocacia lá, pois o Estado italiano disponibiliza todo o suporte jurídico ao Estado que pede a extradição”, e caberia ao Brasil apenas arcar com o custo do deslocamento de Zambelli de volta ao país.

“Tomara que não ocorra nenhuma farra com dinheiro público, como foi no caso Pizzolato”, completa.

Henrique Pizzolato – ex-sindicalista, então diretor do Banco do Brasil –, foi condenado por uma ação baseada na suposta manipulação do contrato Visanet-BB. De acordo com sua defesa, não havia dinheiro público envolvido, nem houve desvio de verbas.

Outros casos recentes

Já Cesare Battisti, condenado por homicídios nos anos 1970, viveu por 14 anos no Brasil. O STF autorizou sua extradição em 2009, mas o presidente Lula negou o pedido no último dia de mandato, em 2010. Battisti foi extraditado apenas em 2019, via Bolívia, após nova fuga.

Outros dois casos ilustram caminhos distintos. O ex-jogador Robinho, condenado na Itália por estupro, não foi extraditado por ser brasileiro nato, mas cumpre pena no Brasil após a Justiça reconhecer a sentença italiana. Já Salvatore Cacciola, ex-banqueiro condenado por fraude, teve a extradição negada pela Itália e só foi preso após ser localizado em Mônaco.

Editado por: Thalita Pires
Tags: carla zambellistf
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Música

Evento “Dá para viver de arte?” discute profissionalização no mercado musical independente em Curitiba

MAIS MORADIA

Lula cobra recursos para crédito imobiliário para classe média

Ataques de Noboa

Equatorianos marcham contra reforma de Noboa que acaba com Ministérios da Mulher e do Meio Ambiente

SOBERANIA

Estudantes queimam boneco de Trump e protestam contra tarifaço dos EUA em BH

Xô imperialismo!

Manifestantes se reúnem em frente à Embaixada dos EUA em Brasília para defender soberania nacional 

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.