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Autossabotagem

Comércio EUA/Venezuela cai pela primeira vez em 5 anos e mostra que sanções também prejudicam país de Trump

Trump aumentou a pressão contra a Venezuela, mas viu empresários do país deixarem de comprar produtos estadunidenses

15.ago.2025 às 14h02
Caracas (Venezuela)
Lorenzo Santiago

No começo de 2024, mais da metade das trocas comerciais na Venezuela foram feitas em bolívares (54,9%) - Cristian HERNANDEZ / AFP

O comércio entre Venezuela e Estados Unidos caiu 4% no primeiro semestre de 2025, segundo o Departamento de Comércio estadunidense. Essa é a primeira baixa para o período desde 2020 e representa uma mudança na dinâmica comercial como reflexo das sanções impostas por Donald Trump.  

As trocas entre os dois países fecharam os primeiros 6 meses do ano em US$ 4,4 bilhões (R$ 23,7 bi). Nesse período, a maior queda foi nas compras por parte dos venezuelanos. O país caribenho importou apenas US$ 1,9 bilhão (pouco mais de R$ 10 bi), redução de 5,5% em relação a 2024, porque Caracas reduziu as compras de milho, arroz e farelo de soja. 

A queda interrompe um ciclo de alta das trocas comerciais entre EUA e Venezuela e pode ser explicada principalmente por uma nova pressão da Casa Branca sobre a economia venezuelana desde que Donald Trump assumiu em janeiro. Com novas sanções e tarifas para os produtos do país caribenho, o governo teve que vender para outros mercados.

Para o advogado e especialista em economia política Juan Carlos Valdez, isso se tornará um problema para os Estados Unidos a médio prazo, já que os objetivos não serão atingidos em nenhuma frente. Ele afirma que a meta dos EUA era fortalecer os produtores estadunidenses e ainda impor novas condições para os outros países. 

“Isso representa uma perda para os Estados Unidos, mas Trump entende que um produtor interno vai substituir essa produção, o que não é um efeito tão lógico. Esse tarifaço tem dois propósitos. Primeiro é forçar os países a aceitar as condições dos EUA. Depois é incentivar a indústria estadunidense. Para ele, isso representa um ganho duplo”, disse ao Brasil de Fato.

Depois do tarifaço anunciado por Trump, todos os países tiveram que negociar com a Casa Branca ou repensar a sua lógica produtiva e exportadora. O caso da Venezuela fica ainda mais complexo porque o país também voltou a ser proibido de vender seu principal produto -o petróleo- no mercado internacional. Washington também anunciou que qualquer país que comprasse petróleo venezuelano seria sobretaxado em mais 25%.

Para William Serafino, cientista político da Universidade Central da Venezuela, essa proibição da venda do petróleo ajudou na redução da balança comercial. Ele afirma que essa queda na balança comercial era esperada pela proibição nas importações de petróleo bruto e redução das operações das empresas petrolíferas estadunidenses no país caribenho.

“As sanções têm sido claramente o principal fator de perturbação da balança comercial. Grande parte do declínio relatado pelo Departamento do Tesouro está relacionada à redução das importações de petróleo da Venezuela, que historicamente têm sido um fator quantitativo fundamental em termos do valor dos produtos comercializados. O bloqueio faz com que essa queda seja natural”, disse ao Brasil de Fato. 

A pressão econômica sobre a Venezuela também contribui com a redução das importações venezuelanas de produtos dos EUA a partir da desvalorização da moeda local. Com as sanções e a redução da entrada de dólares no país, o bolívar perde valor frente à moeda estadunidense e os empresários deixam de comprar produtos de fora. Isso teve um impacto significativo nos últimos 6 meses, quando a moeda local apresentou uma desvalorização de mais de 57%.

Serafino entende que o impacto para a economia dos EUA não será generalizado, mas focado em alguns estados como Texas e Louisiana, que concentram o circuito de refino na Costa do Golfo. As refinarias dessa região estão projetadas para o processamento de petróleos pesados e extrapesados, que é o caso do produto venezuelano. 

A petroleira estadunidense Chevron é responsável por extrair petróleo venezuelano e levar para essas refinarias nos EUA. O governo Trump determinou a saída da empresa da Venezuela, mas voltou atrás e deu uma licença privada para que continuasse extraindo petróleo caribenho, o que teve um impacto para essa região. 

“A volta da licença da Chevron para a Venezuela busca mitigar os impactos negativos das sanções ao setor petrolífero venezuelano nesta região. No entanto, esse impacto não parece estar se espalhando para a economia como um todo, já que em 2019, por exemplo, as importações americanas de petróleo venezuelano despencaram completamente, e variáveis como os preços dos combustíveis não sofreram alterações significativas. Os danos são direcionados”, disse Serafino.

Outros países sancionados

As sanções não afetam somente o comércio dos EUA com a Venezuela, mas outros países sancionados, como a Rússia. Moscou já era alvo de sanções estadunidenses, mas o bloqueio aumentou depois do início do conflito entre russos e ucranianos em 2022. O país tem hoje 28.573 medidas coercitivas unilaterais da Casa Branca, segundo o Observatório Antibloqueio. 

Com isso, as trocas comerciais entre EUA e Rússia caíram 90% nos últimos 3 anos, o que teve um impacto significativo para a economia dos dois países.

A China foi outro país sancionado pelos EUA e que teve uma queda nas trocas. O comércio entre os dois países no primeiro semestre de 2025 retraiu, já que as importações chinesas dos Estados Unidos caíram 7,7% e as exportações da China para o país norte-americano despencaram 9,9%. Os números foram puxados pelo importante declínio interanual do comércio no segundo trimestre: uma queda de 20,8%.

Entre os principais alvos do bloqueio estão Cuba e Irã, mas os dois países não têm dados divulgados regularmente. Serafino afirma que está claro que as sanções prejudicam a própria economia dos EUA, mas é preciso ainda medir seu impacto. Ele explica que os Estados Unidos têm uma economia globalizada e dependente do exterior, mas que, como um grande mercado, sua balança comercial é altamente diversificada, o que joga a favor de Washington. 

Além disso, os EUA controlam a principal moeda de reserva e de troca do mundo, o que dá, de acordo com Serafino, um “enorme poder de arbitragem” sobre as relações econômicas globais. 

“Não há dúvida de que as sanções estadunidenses prejudicam a própria economia estadunidense, porque encarecem as importações, geram desequilíbrios e comprometem a atratividade do dólar e dos títulos do Tesouro. Mas Washington ainda controla inúmeras ferramentas para exercer pressão e escapar do efeito bumerangue. Portanto, a questão não é se elas são prejudiciais ou não, mas quão sustentável é a intensificação das sanções sem prejudicar a economia americana”, disse.

Novos parceiros

A diversificação de parceiros comerciais foi resultado desse movimento, com a Venezuela fortalecendo relações com outros governos e as empresas, por tabela, também tiveram que buscar outros mercados. China e Rússia foram laços já estreitados desde a eleição de Hugo Chávez em 1998, mas, recentemente, Colômbia e Turquia também passaram a ser foco dos empresários venezuelanos.

Com o vizinho sul-americano, o comércio cresceu nos primeiros meses do ano. Segundo a Câmara de Comércio Colombo-Venezuelana, de janeiro a maio as trocas entre os dois países subiram para US$ 478,6 milhões (R$ 2,5 bi), aumento de 20% em comparação aos US$ 399 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Esse movimento também aconteceu depois da retomada das relações entre os países e a reabertura da fronteira em 2022. 

Em 2008, a Colômbia exportava cerca de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 34 bi) para o vizinho. Em 2021, depois do último ano do governo de Iván Duque e o rompimento das relações, esse montante caiu para US$ 331 milhões, ou 5% do valor de 2008. Segundo a Câmara Colombo Venezuelana, com a chegada de Gustavo Petro ao poder em 2022 e a retomada das relações, esse montante já aumentou.

De acordo com o órgão, o fluxo comercial entre os dois países foi de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,8 bilhões) em 2024. Esse valor representa um aumento de 43% em relação ao ano anterior. De acordo com Rodríguez, a meta é que esse valor supere os US$ 2 bilhões em 2025. 

Já com a Turquia esses laços foram estreitados na última década e já colhe frutos. Em 2024, o comércio entre os países aumentou 24% em relação ao ano anterior, segundo o Ministério do Comércio Exterior turco. A pasta afirma que esse valor ficou em US$ 500 milhões (R$ 2,7 bi) no ano passado.

Valdez afirma que essa nova configuração do comércio venezuelano tem resultados positivos para os produtores e exportadores locais. 

“O incremento com outros países sempre vai ser positivo para a Venezuela, até para sairmos da economia de importações para uma economia de exportações, o que demonstra uma dinâmica interna positiva. O aumento do fluxo com outros países é vantajoso porque estimula os nossos produtores a produzir mais e melhor”, disse.

Editado por: Rodrigo Durão Coelho
Tags: donald trumpeuanicolas madurovenezuela
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