O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria todos os adversários testados em simulações nacionais de segundo turno para as eleições presidenciais de 2026. É o que aponta a nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (21). No entanto, o levantamento mostra que o petista ainda enfrenta forte resistência em estados governados ou influenciados pela base bolsonarista.
Em disputas diretas contra nomes como Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Michelle Bolsonaro (PL) e Romeu Zema (Novo), Lula aparece à frente em todos os cenários nacionais. A maior vantagem é sobre Michelle, com 47% contra 34%. Frente a Jair Bolsonaro, que está inelegível e em prisão domiciliar, Lula marca 47%, contra 35%.
Nos cenários estaduais verificados pela pesquisa, o desempenho do petista é mais desafiador. Na Bahia e em Pernambuco, o petista vence com folga todos os adversários. Já em estados como Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul, perde ou empata com figuras da direita. Em Goiás, por exemplo, Lula é derrotado por todos os nomes testados, incluindo o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que marca 72%, contra 19% do presidente.
A Genial/Quaest entrevistou 12.150 pessoas em todas as regiões do país, entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Redutos conservadores impõem barreiras à candidatura petista
No Paraná, Lula também não lidera em nenhum dos nove cenários avaliados e chega a perder por mais de 50 pontos percentuais de diferença para o governador Ratinho Júnior (PSD), que marca 73%, contra 19% do presidente. No Rio Grande do Sul, é derrotado por Eduardo Leite (PSD), que aparece com 49%, contra 26%.
Já nos maiores colégios eleitorais do país, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os resultados são mais equilibrados. Lula vence parte dos adversários, empata com outros e perde em alguns casos, como no confronto direto com Tarcísio, em São Paulo.
A pesquisa mostra que, mesmo com uma taxa de rejeição ainda elevada, o presidente ampliou sua vantagem sobre os principais nomes da direita em comparação com o levantamento de julho.
Rejeição a Lula recua, mas ainda é alta; Bolsonaro lidera nesse índice
A rejeição ao presidente recuou nos últimos meses, mas segue elevada. Em agosto, 51% dos entrevistados disseram que não votariam no petista de jeito nenhum. Em maio, esse índice era de 57%. Já a taxa de eleitores que afirmam votar com certeza em Lula subiu de 40% para 47%.
No caso de Jair Bolsonaro, os números seguem estáveis: 57% de rejeição, 37% de votos certos e 6% de desconhecimento. Os filhos do ex-presidente também enfrentam alto índice de rejeição: Eduardo Bolsonaro tem 57% de eleitores que afirmam não votar nele de forma alguma, e Flávio Bolsonaro, 54%.
Michelle lidera entre bolsonaristas caso Jair não concorra
O estudo também investigou quem poderia herdar o apoio do eleitorado bolsonarista, uma vez que Jair Bolsonaro está impedido de concorrer. Michelle Bolsonaro lidera nesse segmento com 36%, seguida de Tarcísio de Freitas (15%) e Eduardo Bolsonaro (10%).
Entre todos os entrevistados, 58% dizem que Lula não deveria tentar a reeleição, enquanto 39% são favoráveis. No caso de Bolsonaro, 65% afirmam que ele deveria abrir mão da candidatura e apoiar outro nome da direita.
A pesquisa também captou os medos do eleitorado: 39% afirmam ter medo da continuidade do governo Lula enquanto 47% dizem temer a volta de Bolsonaro.