Presente para as celebrações do 60º aniversário da fundação da Região Autônoma de Xizang (como é o nome do Tibete na China), o presidente chinês Xi Jinping pediu, nesta quarta-feira (21), que a região construa “uma nova Xizang, moderna e socialista, que seja unida, próspera, civilizada, harmoniosa e bonita”.
A declaração aconteceu durante a reunião com o comitê regional de Xizang do Partido Comunista da China e do governo da região.
Nesta quarta-feira, mais de 20 mil pessoas se reuniram na praça do famoso Palácio de Potala, em Lhasa, a capital de Xizang, para participar das celebrações.
Tibete no socialismo
Em 2019, um ano antes da declaração de erradicação da extrema pobreza no país, a China havia registrado a retirada de 628 mil pessoas dessa condição em Xizang.
Embora seja um dos maiores territórios da China, a região possui apenas 3,6 milhões de habitantes, em boa parte por conta das áreas de altas altitudes.
Por conta das condições, comuns à região ocidental da China, o governo central têm feito investimentos específicos para combater a desigualdade na região. De 2006 a 2024, por exemplo, houve 37,26 bilhões de yuans em subsídios para projetos de habitação acessível.
Os dados foram divulgados em março deste ano, pelo Escritório de Informação do Conselho de Estado no relatório “Direitos Humanos em Xizang na Nova Era“.
O informe destacou ainda os investimentos em transporte, com a quilometragem de ferrovias aumentando de 701 km em 2012 para 1.359 km em 2024 e cobertura 5G em todos os municípios da região.
Atualmente, Xizang atingiu uma taxa de ensino obrigatório — até os 9 anos de idade —, de 97,86%. No ensino superior, a cifra é de 57,81%.
O Tibete antes da República Popular da China
Mais de 95% da população no Tibete, durante a revolução, estavam em situação de servidão ou escravidão. O sistema de servidão incluía práticas de mutilação punitiva.
Em agosto do ano passado, a reportagem do Brasil de Fato esteve em Lhasa e outras regiões de Xizang. Na ocasião, Deji Yangzong, que integra o governo da Região Autônoma de Xizang, afirmou que houve “duas ações significativas que o Partido Comunista da China tomou” na história recente.
“Politicamente, ele libertou milhões de servos, concedendo-lhes liberdade. Economicamente, até 2019, todos os 74 condados empobrecidos no Tibete [Xizang] foram retirados da pobreza absoluta”.
Em 1959, a chamada reforma democrática em Xizang pôs fim a um sistema em que aristocratas, funcionários locais e lamas do alto escalão nos monastérios integravam o grupo de cerca de 5% da população tibetana que possuía quase toda a riqueza da região.
*Com informações da Agência de Notícias Xinhua