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Início Bem Viver Cultura

VOZES DAS RUAS

Hip hop é ferramenta de resistência, identidade cultural e transformação social

No RS, rimas, dança e graffiti se afirmam como resistência das periferias e caminho para novas realidades

18.set.2025 às 16h27
Porto Alegre (RS)
Mary Marques

Cultura que reúne MCs, DJs, grafiteiros, b-boys e b-girls constrói espaços de acolhimento - Foto: Divulgação Museu do Hip Hop

O hip hop nasceu nas periferias como um grito de resistência e segue, décadas depois, reafirmando sua potência transformadora. No Rio Grande do Sul, a cultura que reúne MCs, DJs, grafiteiros, b-boys e b-girls não apenas movimenta a cena musical, mas também resgata histórias, forma novas gerações e constrói espaços de acolhimento. O Museu do Hip Hop, inaugurado em Porto Alegre, é hoje um dos símbolos dessa força coletiva.

O rap, o funk e o trap consolidaram-se como expressões culturais de resistência no Brasil, conquistando espaço na mídia, na política e nas plataformas digitais. Mais do que música, esses gêneros se tornaram ferramentas de denúncia social e de afirmação de identidades, especialmente entre jovens de periferias urbanas e regiões de fronteira.

A nova cena musical, impulsionada por artistas periféricos e de fronteira, manifesta uma poderosa força política ao expressar realidades sociais diversas e questionar o status quo por meio da autonomia criativa e da união de coletivos. Essa música não se limita a um gênero específico, mas integra o hip hop a outras linguagens como moda, audiovisual e dança, resultando em uma produção cultural multifacetada. Combinando elementos arcaicos e modernos, artistas ressignificam referências e experimentam novos ritmos, ampliando as narrativas da cultura brasileira.

Hip hop que salva

Marck B, ativista social, comunicador da RBS TV e voz ativa dentro do movimento, resume sua trajetória em três décadas de dedicação à cultura. “Foi o hip hop que me moldou como pessoa e fortaleceu tudo em que acredito”, afirma.

Marck B: “O rap nasceu para denunciar” | Foto: Arquivo pessoal

Ele começou na dança, passou pelo rap e levou o trabalho social como parte inseparável da sua caminhada. “O rap podia ser válvula de escape, mas também levar coisas positivas. Um ex-aluno meu hoje é professor de dança, já se apresentou no Theatro São Pedro e vive disso. Tudo começou em um refeitório de abrigo. Isso prova que o hip hop salva”.

Para Marck, o MC tem um papel central: “Ele é porta-voz da comunidade, da juventude, das mulheres, da população negra, LGBTQIAPN+. Tudo isso vira música. Não podemos perder a essência crítica do rap para virar só ostentação. O rap nasceu para denunciar o esgoto ao ar livre, os jovens negros que morrem a cada 23 minutos, a falta de oportunidades”.

DJs: base e resistência

Se os MCs são as vozes, os DJs são a espinha dorsal. Guilherme Cavalheiro, o DJ N1ngu3m, educador e beatmaker, reforça: “Em qualquer evento de hip hop é necessário ter um DJ: seja batalha de MCs, competição de break ou de graffiti. Mesmo assim, muitas vezes o nosso trabalho não é valorizado”.

Filho do pioneiro DJ Nezzo, ele se inspira no pai e hoje busca formar novas gerações. “Um dos maiores desafios é a desinformação. Muitas vezes, pessoas com mais recursos, mas sem ligação com a cultura, acabam virando referência errada para os jovens.”

DJ N1ngu3m: “Um dos maiores desafios é a desinformação” | Foto: Arquivo pessoal

Para ele, a música é prova concreta de transformação: “Trabalhei na Febem e lembro de um interno que, após participar de atividades ligadas ao hip hop, se tornou MC e, posteriormente, advogado. Isso mostra a força que a cultura tem na vida das pessoas”.

No fim de 2023, N1ngu3m venceu uma batalha de DJs no Museu do Hip Hop. A baixa participação acendeu um alerta: apenas quatro inscritos. Desde então, ele articula a criação de um curso de DJs voltado para batalhas. “Quero que mais jovens utilizem o toca-discos, entendam o vinil, preservem a essência do movimento. Até o fim do ano, queremos realizar uma nova competição em parceria com o museu”.

Um museu vivo

Nitro Di, rapper e produtor, ex-integrante do grupo Da Guedes, lembra como a tecnologia transformou a produção musical no Sul. “O rap começou a se produzir, a experimentar, a misturar com outras coisas. Eu mesmo já misturei com milonga gaúcha”, conta.

Ele hoje atua no estúdio do Museu do Hip Hop, espaço que leva o nome de DJ Only Jay, assassinado em 2018. O local se tornou ponto de encontro, de memória e de criação. “Aqui a gente resgata a história e também descobre novos artistas, novos videoclipes, novos espetáculos. É o primeiro museu de hip hop da América Latina, um espaço completo que mostra a potência da cultura.”

Nitro Di: “Mesmo sendo branco e periférico, o movimento me aceitou e me deu consciência de classe, de raça e de cidadania” | Foto: Arquivo pessoal

Durante a enchente de 2024, o museu ganhou outra função: centro de solidariedade. “Viramos posto de coleta e distribuição. Vieram doações de artistas como Mano Brown, Orochi, Felipe Ret, Papatinho. Isso mostra que a cultura não é só arte, é também rede de apoio”, afirma..

Para Nitro, o rap foi transformação pessoal: “Me deu identidade, me deu amigos, me acolheu. Mesmo sendo branco e periférico, o movimento me aceitou e me deu consciência de classe, de raça e de cidadania”.

Espaço seguro e educativo

Alan Bitello, MC e coordenador do museu, destaca o papel do espaço como ambiente de acolhimento: “Queremos que as pessoas se sintam seguras. Uma mulher pode entrar aqui tranquila, sem medo de assédio ou violência. Mais do que isso, queremos que se sintam representadas. Aqui temos mulheres MCs, bigirls, grafiteiras, DJs. Quando alguém vê isso, entende que faz parte”.

Alan Bitello: “O hip hop educa desde a sua base” | Foto: Arquivo pessoal

Para ele, o museu também é lugar de aprendizado. “O hip hop educa desde a sua base. Mesmo sem perceber, ele nos dá disciplina e consciência social. É uma ferramenta de transformação na educação, nos direitos humanos, na seguridade alimentar, na saúde mental”.

Bitello lembra ainda da complexidade por trás de cada elemento: “Rap é a música mais complexa que existe, uma epopeia de versos. O breaking envolve matemática e física do corpo. O DJ manipula tempo e espaço, exige noções de engenharia musical. O grafite é ancestralidade e literatura”.

Mas o desafio permanece. “Estamos em uma região de classe média alta, majoritariamente branca e conservadora. O Rio Grande do Sul ainda é o estado mais racista do Brasil. O museu é resistência, é desconstrução diária. Antes eu vivia por isso, hoje eu vivo disso. O hip hop é o que paga as contas, mas também é a minha revolução”, afirma.

A força da cena

De oficinas culturais em abrigos a batalhas de rima organizadas por adolescentes, da preservação da memória às novas produções no estúdio, o hip hop no Rio Grande do Sul reafirma sua relevância. O movimento resiste, educa, salva e transforma. Como resume Marck B: “Cada vez que eu apareço na TV, um jovem pensa: ‘Se ele pode, eu também posso’. Por isso temos que ser referência positiva”.

Editado por: Marcelo Ferreira
Tags: cultura de ruahip hoprap

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