Assisti praticamente a todo o vídeo com o bate boca entre Ciro Gomes e Gregório Duvivier. Foi um momento lamentável para ambos.
Ciro, além da arrogância habitual, revelou um ódio sem limites contra Lula e o PT. Para Ciro, a atual desgraça em que o país foi jogado, o desalento da juventude e tudo mais – fome, desemprego, golpismo dos militares – é tudo culpa do PT. Uma inversão total da realidade.
Será difícil, e pouco provável, contar com Ciro no processo de enfrentamento político e eleitoral contra Bolsonaro e seus generais golpistas. Ciro entrou em parafuso e perdeu o eixo.
Como dizia o velho Brizola, do qual Ciro não tem nem um parentesco político e ideológico, o atual pré-candidato do PDT está "costeando alambrado" da direita, e da direita lavajatista, dos setores que nutrem um ódio permanente e de classe contra o PT. Ciro é um caso perdido.
Quando assaca raivosamente contra o Lulopetismo (neologismo inventado pela direita e carregado de preconceito de classe) utilizando pseudos argumentos progressistas, apenas tenta disfarçar ou despistar para os seus apoiadores o que de fato é, ou representa o seu atual pensando político.
O verniz nacionalista é uma camuflagem muitas vezes usada por tipos salafrários que pululam próximos da esquerda. A pregação de Ciro contra Lula, objetivamente, só serve para alimentar a tentativa de continuidade do projeto bolsonarista neoliberal e autoritário – o que vai exigir da campanha de Lula um diálogo com os eleitores e os pedetistas honestos, desde já.
Ciro, cabo Daciolo, Aldo Rebelo, e uns punhados de neofascistas, travestidos de nacionalistas, que parasitam o PDT, pretendem apagar com o apelo ao ressentimento a brisa de esperança que sopra da campanha de Lula. Derrotar Bolsonaro, e seu projeto, é o que deve nos mover, mobilizando os nossos melhores instintos e esforços.
*Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.