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O mundo em crise: preparemo-nos!

Quais são os cenários possíveis ou prováveis para o próximo período e conjuntura?

E se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tivesse ganho a eleição em 2022? O que estaríamos fazendo? Onde estaríamos em 2025? Talvez, alguns, como eu, morador do Rio Grande do Sul, espontaneamente, estariam exilados no vizinho Uruguai. Como salvação e sobrevivência. O que está acontecendo no mundo hoje não é apenas uma guerra econômica, comercial ou de mercados. É muito mais grave.

Que tempos vivemos! O mundo e a humanidade enlouqueceram. Mesmo para quem faz sucessivas análises de conjuntura há décadas, está mais do que difícil entender e explicar. E, principalmente, saber o que vai ser do futuro e do que vai acontecer no curto, no médio e no longo prazo! Quem o sabe? 

Quais são os cenários possíveis ou prováveis para o próximo período e conjuntura?

Cenário 1, mais provável: A guerra comercial e de mercados, em andamento, tende a agravar-se e tornar-se muito mais complexa, sem ninguém, mesmo os analistas mais argutos,  saber seu resultado final, quais serão seus vencedores e perdedores no final. Mas sabem, todas e todos: serão seus vencedores os ricos do mundo, e perdedores trabalhadores e trabalhadoras do mundo inteiro, assim como os mais pobres entre os pobres de todos os países e continentes. E o crime organizado e a violência de todos os tipos tendem a se agravar todos os dias, especialmente nas favelas e periferias.

Cenário 2, não impossível: O desfecho pode ser uma guerra mundial, que pode ser nuclear, ainda mais no contexto das guerras já em andamento, para as quais não se vê solução imediata, menos ainda no atual mundo conturbado e na atual conjuntura internacional. 

Cenário 3, pouco provável: Há a possibilidade, além da urgência, de articulação e negociação para a paz mundial, envolvendo as guerras em curso, o cuidado com a Casa Comum, a crise climática e a guerra dos mercados capitalistas. Os dois articuladores dessa possibilidade e cenário são o hoje debilitado Papa Francisco, se continuar recuperando sua saúde, e Lula, com sua credibilidade e capacidade de diálogo reconhecidas, com a América Latina e Caribe tendo papel protagonista e de liderança.

Qual é a correlação de forças nos tempos atuais? Também é difícil dizer, analisar e interpretar. Está quase em tudo aberto. Tudo e qualquer coisa pode acontecer. Não há um líder, não há articulação política que dê certezas e/ou garantias.

Os Estados Unidos da América (EUA)? Seu governo, com o presidente Donald Trump, é de ultra-direita, neoliberal econômico de grau maior, e está disposto e tudo, contra tudo e contra todos, até contra sua própria população, que começa, felizmente, a se mobilizar. Os EUA tendem a cair num maior isolamento do que já estão.  

A União europeia está perdida, sem dizer o que pode fazer, tendo vitórias internas e crescimento da direita e extrema-direita em vários países, sem uma liderança capaz de diálogo e articulação política, num tempo em que isso seria mais do que necessário e urgente. 

A China, na sua experiência milenar, está tentando se aproveitar da situação. Mas é difícil, apesar de toda sua força econômica e política, junto com sua enorme população, conseguir dar, quase sozinha, um rumo para o mundo.

A Organização das Nações Unidas (ONU) tem hoje quase total incapacidade de liderança, ao contrário de outros tempos cruciais na humanidade.

Assim, é difícil falar em correlação de forças mundial. Quem manda, quem decide, quem é capaz de dar uma palavra decisiva? 

Há ainda o Terceiro Mundo e suas articulações, como os Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o Mercado Comum do Sul (Mercosul). Mas têm hoje pouca condição dizer sim ou não, ter influência real e concreta, com políticas de paz, diálogo e defesa da democracia. No meio de tudo, talvez só haja uma possibilidade, remota é verdade, ou notícia boa. Os EUA, sempre xerifes do mundo, ao final, serão ´obrigados´ a negociar saídas, ou perderão poder. O presidente Lula e seu governo e o Papa Francisco têm, ou podem ter, papel fundamental hoje no mundo. 

Caminhamos para onde? Quais as possibilidades? Otimista quase incorrigível ao longo do tempo e da vida, como quem me conhece sabe, talvez pela primeira vez não estou vendo saídas, alternativas e futuro com esperança, pelo menos no curto prazo. Preparemo-nos!

*Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

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