Lucília Souza, 36 anos, professora.
Não, as brincadeiras não determinam a orientação sexual de ninguém. Quando oferecemos a um menino brinquedos ditos femininos e vice-versa, estamos apenas permitindo que a criança desenvolva habilidades múltiplas e compreenda o mundo de uma forma mais ampla e igualitária.
Historicamente, os brinquedos “de menina” são todos relacionados às tarefas domésticas, como panelinhas, vassourinhas, bonecas, etc. Já os “de menino” são voltados para o espaço público como carrinhos, bola, etc. Assim as crianças, desde cedo, naturalizam as desigualdades, passando a reproduzir o machismo.
Acredito que seja um desafio educar nossos filhos para que compreendam que homens e mulheres devem cuidar de bebês, fazer comida, andar de carro, jogar bola etc. Que nosso gênero não deve restringir nossas possibilidades de trabalho, esporte e lazer e que o trabalho doméstico é responsabilidade de todos que vivem juntos, inclusive o cuidado com os filhos.