A deputada federal Jandira Feghali faz sua estreia como escritora com o livro Cultura é Poder (Oficina Rachel) que chega ao público nesta segunda-feira (2).
“É minha primeira aventura. Eu já escrevi muito artigo da vida, mas livro, e um livro que não é uma junção de artigos ou uma junção de discursos, é a primeira vez”, explica a parlamentar em entrevista ao Conversa Bem Viver desta segunda.
A obra conta com prefácio escrito pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, e com a cineasta Petra Costa e a cantora Zélia Duncan na orelha.
A parlamentar explica que o livro foi motivado por uma necessidade que percebeu de aprofundar os debates sobre o que é cultura, combatendo a ideia de que é apenas arte e entretenimento.
“Eu quero sair da ideia de que cultura é só o evento, é o entretenimento, é o show. A arte é uma parte central, fundamental da nossa cultura, mas não é só a arte que está dentro desse conceito.”
“Na verdade, quando eu digo que cultura é poder, é porque é mesmo. É de afirmação da brasilidade, é de desenvolvimento econômico estratégico, é de integração com a ciência, porque a ciência, acima de tudo, é cultura, porque ela se forma no potencial criativo do povo.”
Por isso, Feghali vê a cultura como instrumento necessário para fazer embates necessários na disputa do campo político com a extrema direita. “Eles [extrema direita] falam o que eles querem, eles não têm escrúpulos, não têm limites. E isso disputa, de fato, uma formação de parte da sociedade que a gente precisa enfrentar. Isso se enfrenta com a cultura.”
Embora tenha ingressado na vida política há mais de 40 anos, Feghali começou sua vida profissional como musicista, sendo baterista em algumas bandas. Ela conta que atualmente não está envolvida em nenhum projeto, embora participe de alguns blocos do carnaval fluminense.
Ainda que afastada da vida nos palcos, a deputada atribui sua experiência na arte como transformadora.
“Tocar a bateria para mim foi que a primeira grande modificação da minha vida como pessoa e como compreensão da vida. Todo mundo que se envolve para arte, muda a vida, muda a perspectiva e para mim foi extremamente importante.”
Confira a entrevista na íntegra
Afinal, o que é cultura?
É minha primeira aventura. Eu já escrevi muito artigo da vida, mas livro, e um livro que não é uma junção de artigos ou uma junção de discursos, é a primeira vez.
Eu boto várias definições de cultura dentro do próprio livro, porque elas são muito variadas de acordo com a ótica de quem está escrevendo. Eu acho que neste caso, para mim, é um conjunto de símbolos e valores, de relações humanas, de intervenção na sociedade, de uma comunidade inteira.
Por que eu digo isso? Porque eu quero sair da ideia de que cultura é só o evento, é o entretenimento, é o show. A arte é uma parte central, fundamental da nossa cultura, mas não é só a arte que está dentro desse conceito.
Na verdade, quando eu digo que cultura é poder, é porque é mesmo. É de afirmação da brasilidade, é de desenvolvimento econômico estratégico, é de integração com a ciência, porque a ciência, acima de tudo, é cultura, porque ela se forma no potencial criativo do povo.
É também uma disputa de valores e, nesse momento do Brasil, a cultura é mais do que nunca é emancipadora, transformadora, porque ela vai exatamente na disputa dos valores de convivência humana e apresenta para nós como que muitos direitos são direitos culturais, inclusive o direito à cidade, o direito ao território, ao pertencimento.
E eu me senti muito motivada a escrever esse livro porque eu percebo que a gente sempre navega muito nas superficialidades, falando do evento e não percebe a capacidade emancipadora dela, da cultura.
Você entende que a extrema direita está fazendo uma disputa por valores culturais do país, como foi o caso da camisa da seleção brasileira?
Com certeza. Eles fazem essa disputa não só na vestimenta, na forma de falar, de se identificar com alguns valores conservadores da sociedade, mas também numa grande disputa na comunicação. Isso tudo é planejado, pensado.
A comunicação, com palavrão e grosseria, é planejada para identificar uma parcela da sociedade. E não importa se ele está falando a verdade, o que importa é gerar uma crença, porque a crença não tem racionalidade, a crença é crença.
Você pode explicar, você pode dar argumento, você pode dar dados que a pessoa não leva em conta. Ela leva em conta algo que é colocado simbolicamente para ela.
Os exemplos são muitos: se apropriam dos símbolos nacionais, mesmo entregando o Brasil, se apropriam dos símbolos da honestidade do cidadão de bem, mesmo roubando, ou utilizam o discurso da família, negando todas as formas de família.
Eles falam o que eles querem, eles não têm escrúpulos, não têm limites. E isso disputa, de fato, uma formação de parte da sociedade que a gente precisa enfrentar. Isso se enfrenta com a cultura.
E como podemos fazer para que a cultura se descentralize, não seja uma exclusividade dos grandes centros econômicos do país?
Para ter fruição aos bens culturais temos, primeiro, que fazer com que se diversifique, que se descentralize o dinheiro, para poder chegar na ponta esse dinheiro.
Precisa ter políticas não só de construção coletiva, mas de ocupação de espaço público. Eu penso que a ocupação do espaço público é muito importante.
A outra forma é a integração com a educação. Quando você consegue colocar o debate da cultura e as expressões da arte dentro da escola, isso é um acesso absoluto.
Na minha visão, a melhor forma de descentralizar e democratizar é ocupar a rua, fazer o recurso chegar na ponta e abrir os espaços, além de integrar com a educação.
E conta como foi sua experiência como musicista, você ainda toca?
Eu não sou mais uma baterista profissional, eu gostaria até de ser, mas o parlamento me impediu. Na verdade, a medicina, antes do parlamento. Mas eu estou dando canja por aqui [Rio de Janeiro].
No carnaval eu toquei com o Boitatá, na Praça XV, e eu estou tentando refazer uma banda, estou tentando. É uma construção que ainda vai demorar um um pouquinho.
Mas a bateria, essa vivência da música, esse ter sido profissional da música, mudou a minha vida. Por isso que acredito muito na arte como algo transformador, com poder, porque ela muda a vida das pessoas, muda os valores, as relações humanas, muda a sua visão de mundo, o seu universo.
Então tocar a bateria para mim foi que a primeira grande modificação da minha vida, como pessoa e como compreensão da vida. Depois veio a medicina que me gerou uma outra tolerância, depois veio o partido que me deu, como eu digo no livro, régua e compasso.
Todo mundo que se envolve para arte, muda a vida, muda a perspectiva, e para mim foi extremamente importante.

Em diferentes horários, de segunda a sexta-feira, o programa é transmitido na Rádio Super de Sorocaba (SP); Rádio Palermo (SP); Rádio Cantareira (SP); Rádio Interativa, de Senador Alexandre Costa (MA); Rádio Comunitária Malhada do Jatobá, de São João do Piauí (PI); Rádio Terra Livre (MST), de Abelardo Luz (SC); Rádio Timbira, de São Luís (MA); Rádio Terra Livre de Hulha Negra (RN), Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), Rádio Onda FM, de Novo Cruzeiro (MG), Rádio Pife, de Brasília (DF), Rádio Cidade, de João Pessoa (PB), Rádio Palermo (SP), Rádio Torres Cidade (RS); Rádio Cantareira (SP); Rádio Keraz; Web Rádio Studio F; Rádio Seguros MA; Rádio Iguaçu FM; Rádio Unidade Digital ; Rádio Cidade Classic HIts; Playlisten; Rádio Cidade; Web Rádio Apocalipse; Rádio; Alternativa Sul FM; Alberto dos Anjos; Rádio Voz da Cidade; Rádio Nativa FM; Rádio News 77; Web Rádio Líder Baixio; Rádio Super Nova; Rádio Ribeirinha Libertadora; Uruguaiana FM; Serra Azul FM; Folha 390; Rádio Chapada FM; Rbn; Web Rádio Mombassom; Fogão 24 Horas; Web Rádio Brisa; Rádio Palermo; Rádio Web Estação Mirim; Rádio Líder; Nova Geração; Ana Terra FM; Rádio Metropolitana de Piracicaba; Rádio Alternativa FM; Rádio Web Torres Cidade; Objetiva Cast; DMnews Web Rádio; Criativa Web Rádio; Rádio Notícias; Topmix Digital MS; Rádio Oriental Sul; Mogiana Web; Rádio Atalaia FM Rio; Rádio Vila Mix; Web Rádio Palmeira; Web Rádio Travessia; Rádio Millennium; Rádio EsportesNet; Rádio Altura FM; Web Rádio Cidade; Rádio Viva a Vida; Rádio Regional Vale FM; Rádio Gerasom; Coruja Web; Vale do Tempo; Servo do Rei; Rádio Best Sound; Rádio Lagoa Azul; Rádio Show Livre; Web Rádio Sintonizando os Corações; Rádio Campos Belos; Rádio Mundial; Clic Rádio Porto Alegre; Web Rádio Rosana; Rádio Cidade Light; União FM; Rádio Araras FM; Rádios Educadora e Transamérica; Rádio Jerônimo; Web Rádio Imaculado Coração; Rede Líder Web; Rádio Club; Rede dos Trabalhadores; Angelu’Song; Web Rádio Nacional; Rádio SINTSEPANSA; Luz News; Montanha Rádio; Rede Vida Brasil; Rádio Broto FM; Rádio Campestre; Rádio Profética Gospel; Chip i7 FM; Rádio Breganejo; Rádio Web Live; Ldnews; Rádio Clube Campos Novos; Rádio Terra Viva; Rádio interativa; Cristofm.net; Rádio Master Net; Rádio Barreto Web; Radio RockChat; Rádio Happiness; Mex FM; Voadeira Rádio Web; Lully FM; Web Rádionin; Rádio Interação; Web Rádio Engeforest; Web Rádio Pentecoste; Web Rádio Liverock; Web Rádio Fatos; Rádio Augusto Barbosa Online; Super FM; Rádio Interação Arcoverde; Rádio; Independência Recife; Rádio Cidadania FM; Web Rádio 102; Web Rádio Fonte da Vida; Rádio Web Studio P; São José Web Rádio – Prados (MG); Webrádio Cultura de Santa Maria; Web Rádio Universo Livre; Rádio Villa; Rádio Farol FM; Viva FM; Rádio Interativa de Jequitinhonha; Estilo – WebRádio; Rede Nova Sat FM; Rádio Comunitária Impacto 87,9FM; Web Rádio DNA Brasil; Nova onda FM; Cabn; Leal FM; Rádio Itapetininga; Rádio Vidas; Primeflashits; Rádio Deus Vivo; Rádio Cuieiras FM; Rádio Comunitária Tupancy; Sete News; Moreno Rádio Web; Rádio Web Esperança; Vila Boa FM; Novataweb; Rural FM Web; Bela Vista Web; Rádio Senzala; Rádio Pagu; Rádio Santidade; M’ysa; Criativa FM de Capitólio; Rádio Nordeste da Bahia; Rádio Central; Rádio VHV; Cultura1 Web Rádio; Rádio da Rua; Web Music; Piedade FM; Rádio 94 FM Itararé; Rádio Luna Rio; Mar Azul FM; Rádio Web Piauí; Savic; Web Rádio Link; EG Link; Web Rádio Brasil Sertaneja; Web Rádio Sindviarios/CUT.
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