Nota pública

Alba Movimentos se pronuncia sobre ataques aéreos na Venezuela

Movimentos populares que compõem a articulação continental denunciam ataques e alertam sobre ameaça de golpe de Estado

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Na última terça-feira (27), opositores do governo de Maduro sequestraram um helicóptero e atacaram sedes de órgãos oficiais em Caracas
Na última terça-feira (27), opositores do governo de Maduro sequestraram um helicóptero e atacaram sedes de órgãos oficiais em Caracas - Reprodução

A onda de ações violentas da direita venezuelana contra o governo do presidente do país, Nicolás Maduro, é denunciada e criticada uma nota pública lançada nesta quarta-feira (28) pela Alba Movimentos. A articulação declarou que "a cada dia que passa, surgem mais evidências do que está em curso na Venezuela: um golpe de Estado que pretende derrubar um governo em pleno exercício constitucional, como estão tentando fazer desde que Maduro foi eleito."

Os últimos episódios desse conflito ocorreram na última terça-feira (27), quando opositores do governo do presidente Nicolás Maduro sequestraram um helicóptero e atacaram sedes de órgãos oficiais em Caracas. Além disso, "passaram a usar explosivos para atacar bases militares, instituições e pessoas identificadas com o chavismo", como indica a nota, que acrescenta ainda outros "ataques recorrentes à base militar de La Carlota, na região metropolitana de Caracas".

Em resposta, a articulação afirma que: "Nós, dos movimentos populares da Nossa América, não ficaremos calados. Reiteramos nossa solidariedade e apoio ao povo e ao governo legítimo da Venezuela. Respaldamos as tentativas de resolver as diferenças políticas por vias pacíficas, recorrendo à maior participação política possível. Neste sentido, respaldamos o processo de eleição de Assembleia Constituinte no país, que estes atos terroristas buscam impedir."

A Alba Movimentos é uma articulação continental que reúne movimentos populares de diversos países das Américas, entre eles os brasileiros Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Saiba mais no especial  “O que está acontecendo na Venezuela?”, do Brasil de Fato.

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Confira a íntegra da nota:

Declaração ALBA Movimentos: Basta de terrorismo na Venezuela

Nos últimos dias, o levante da direita na Venezuela incrementou suas formas de ataque e passou a fazer uso de explosivos para atacar bases militares, instituições e pessoas identificadas com o chavismo.

Entre eles, estão os ataques recorrentes à base militar de La Carlota, na região metropolitana de Caracas e, mais recentemente, os ataques aéreos com uso de granadas às sedes do Tribunal Supremo de Justiça e do Ministério do Interior.

Tudo isto ocorre com cumplicidade total dos aliados internacionais, entre eles, cabe destacar, o Secretário Geral da OEA, as chancelarias dos Estados Unidos, da Espanha, do México, do Brasil e da Argentina, que não expressaram, até o momento, nenhuma palavra sobre os ataques. Da mesma forma, ONGs imperialistas e meios de comunicação internacionais fazem manobras para que estes fatos passem desapercebidos, enquanto continuam acusando o governo do presidente Nicolás Maduro de ser uma "ditadura".

Diante desta situação, colocamos as seguintes questões: O que aconteceria se estes ataques tivessem ocorrido em qualquer outro país do mundo? Como seriam os discursos de Luis Almagro, das chancelarias e dos meios de comunicação se na Argentina ou nos Estados Unidos - para usar apenas dois exemplos - um setor da população convocasse a derrubada do governo e grupos de manifestantes armados passassem a lançar explosivos e a assassinar pessoas? O que aconteceria se no Estado espanhol sequestrassem um helicóptero e atirassem granadas em um grupo de jornalistas dos jornais El País, ABC, TVE, que estivessem reunidos na sede do Tribunal Superior de Justiça?

A cada dia que passa, surgem mais evidências do que está em curso na Venezuela: um golpe de Estado que pretende derrubar um governo em pleno exercício constitucional, como estão tentando fazer desde que Maduro foi eleito.

Perante esta situação, nós, dos movimentos populares da Nossa América, não ficaremos calados. Reiteramos nossa solidariedade e apoio ao povo e ao governo legítimo da Venezuela. Respaldamos as tentativas de resolver as diferenças políticas por vias pacíficas, recorrendo à maior participação política possível. Neste sentido, respaldamos o processo de eleição de Assembleia Constituinte no país, que estes atos terroristas buscam impedir.

Convocamos as organizações populares, os meios de comunicação, os jornalistas e toda a população a romper com o cerco midiático e multiplicar as informações verdadeiras e comprometidas com o povo.

O Imperialismo norte-americano - e suas forças aliadas em cada país - estão decididos a criar uma guerra civil na Venezuela para conquistar suas reservas de petróleo e colocar fim em uma experiência política que iniciou um novo tempo histórico na América Latina. Nós, dos povos da Nossa América, conscientes do que está em jogo, estamos alinhados para defender as revoluções e os processos populares do nosso continente, para seguir caminhando rumo à Pátria Grande soberana, multinacional e participativa. Seguimos pelo bem viver dos nossos povos.

ALBA Movimentos

28 de junho de 2017

Edição: Vivian Fernandes | Tradução: Luiza Mançano