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Estados Unidos oferecem fim de sanções a militares venezuelanos que apoiarem Guaidó

Anúncio foi feito por John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional do país; restrições foram aplicadas em 2017

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Segundo Bolton,  o"círculo financeiro internacional irá se fechar completamente" caso militares não acatem a decisão
Segundo Bolton, o"círculo financeiro internacional irá se fechar completamente" caso militares não acatem a decisão - Foto: Stephanie Keith / Getty Images North America / AFP

O conselheiro de Segurança Nacional norte-americano, John Bolton, afirmou nesta quarta-feira (6) que os Estados Unidos consideram retirar sanções impostas a altos oficiais das Forças Armadas da Venezuela caso eles reconheçam o governo do presidente autodeclarado Juan Guaidó. 

“Os EUA vão considerar o fim de sanções para qualquer alto oficial militar venezuelano que se posicione a favor da democracia e reconheça o governo constitucional do presidente Juan Guaidó”, afirmou Bolton em sua conta no Twitter. 

O conselheiro disse ainda que caso os militares não deixem de apoiar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reeleito em maio de 2018, “o círculo financeiro internacional irá se fechar completamente" e, em tom de ameaça, declarou: "Tomem a decisão correta”. 

Washington aplica sanções contra militares venezuelanos de alta patente desde 2017, quando os oficiais foram incluídos em uma "lista negra" do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros. Os Estados Unidos alegam que a penalidade foi aplicada porque os militares esqueceram “a missão profissional republicana”. 

Atualmente, os sancionados estão proibidos de entrar em território norte-americano, além de terem suas contas no país congeladas. A medida também impede que empresas dos EUA realizem negócios com os sancionados, como compra de imóveis. 

As proibições incluem o tenente-geral do Exército, Gerardo José Izquierdo Torres, o general da divisão da Guarda Nacional Bolivariana, Fabio Enrique Zavarse Pabón, o general reformado Rodolfo Clemente Marco Torres, entre outros. 

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Autoproclamação

No dia 23 de janeiro, o líder da Assembleia Nacional venezuelana em desacato, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino da Venezuela. A declaração ocorreu logo após a posse de Nicolás Maduro para o seu segundo mandato como presidente. 

O mandatário venezuelano foi reeleito em maio de 2018 com 67% dos votos. Setores de oposição do país, alinhados com os Estados Unidos e com o Grupo de Lima - bloco de 14 países americanos, do qual o Brasil faz parte - contestam o resultado da eleição. 

Após Guaidó se autodeclarar presidente, os Estados Unidos intensificaram a pressão contra o governo Maduro, anunciando uma série de novas sanções ao país. A última delas, contra a petrolífera estatal venezuelana PDVSA.  

Além disso, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que não descarta a possibilidade de uma intervenção militar contra a Venezuela. Segundo ele, “todas as opções estão sobre a mesa” caso Maduro não aceite entregar o poder para Guaidó. Maduro acusa os Estados Unidos e os países do Grupo de Lima de incentivarem um golpe de Estado na Venezuela. 

Edição: Luiza Mançano