AMÉRICA LATINA

Movimentos sociais argentinos protestam contra “políticas de fome” do governo Macri

Principal ato aconteceu na capital argentina, Buenos Aires; o país passa por uma grave crise econômica

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Manifestantes pedem aplicação de medidas para atenuar reflexos da crise econômica na vida das populações mais pobres
Manifestantes pedem aplicação de medidas para atenuar reflexos da crise econômica na vida das populações mais pobres - Foto: Resumen Latinoamericano

Movimentos sociais argentinos foram às ruas de todo o país nesta quarta-feira (13) para denunciar o aumento da pobreza no país e exigir a implementação de políticas que contemplem as populações mais desprotegidas.

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Com o lema “Terra, teto e trabalho, contra a fome e os tarifaços”, os manifestantes denunciam que a atual crise econômica na Argentina é uma consequência das políticas que o governo argentino de Maurício Macri, da coligação Cambiemos, tem aplicado nos últimos quatro anos. 

A Argentina passa atualmente por um intenso aumento da inflação, além da desvalorização do peso argentino frente ao dólar. A crise econômica levou o governo Macri a pedir, em 2018, um empréstimo de 56,3 bilhões de dólares ao Fundo Monetário Internacional (FMI). 

“A fome voltou aos bairros. É a pior crise desde 2001”, afirmou Daniel Menéndez, dirigente da organização Barrios de Pie [Bairros em pé]. Para o líder, “a dimensão do problema alimentar requer uma resposta imediata” por parte do governo.

A inflação tem impactado no preço de produtos e serviços de primeira necessidade, como transporte, alimentação, gás e conta de luz, o que atinge principalmente as populações mais pobres da Argentina. 

A maior manifestação aconteceu na capital Buenos Aires, onde milhares de manifestantes se concentraram em frente ao Ministério do Desenvolvimento Social. 

Entre as principais pautas dos movimentos estão a criação de mais postos de trabalhos formais, um aumento de 54% na verba destinada a programas sociais, a distribuição de kits escolares, a concessão de obras públicas a cooperativas de trabalhadores e o decreto da Lei de Emergência Alimentar. Em diversas ocasiões, Macri afirmou que iria sancionar a lei, no entanto, a promessa não foi cumprida.

Sobre as propostas apresentadas pelos movimentos e organizações na manifestação, Omar Giuliani, da Federação Nacional Territorial (Fenat), afirma que elas foram formuladas a partir das necessidades básicas da população.

“Colocamos no papel aquilo que realizamos cotidianamente quando o Estado não está presente para trabalhar pelos trabalhadores e trabalhadoras, mas sim para pagar o FMI e as políticas internacionais”, disse o dirigente.


Maior manifestação ocorrem em frente ao Ministério do Desenvolvimento Social argentino / Foto: FPDS

*Com informações do Página 12.

Edição: Luiza Mançano