DECLARAÇÃO

Organizações camponesas da América Latina prestam solidariedade a Cuba e à Venezuela

Em nota, a CLOC, setor latino-americano da Via Campesina, condena as tentativas de intervenção dos EUA no continente

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Representantes de 44 organizações se reuniram na Colômbia para discutir os desafios da luta campesina na América Latina
Representantes de 44 organizações se reuniram na Colômbia para discutir os desafios da luta campesina na América Latina - Via Campesina

Reunidos em Bogotá, na Colômbia, entre 4 e 6 de fevereiro, representantes das organizações camponesas que fazem parte da CLOC [Coordenadora Latino-americana de Organizações do Campo], setor continental da articulação internacional Via Campesina, lançaram uma nota conjunta para expressar sua solidariedade à Venezuela e Cuba.

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Para a articulação que reúne camponeses e camponesas de diversos países da América Latina, tanto a Venezuela quanto Cuba têm sido os maiores alvos dos Estados Unidos em sua tentativa de desestabilizar e barrar as vitórias populares no continente para poder avançar em seus interesses na região.

"A investida do império norte-americano é forte e decidida, é fundamental para que dominem os povos e os governos da América Latina, para poder roubar todos os recursos naturais que existem no continente, como o petróleo, o ouro, a água e a maior reserva de biodiversidade do planeta", afirma a CLOC. 

Na nota, a articulação declara seu apoio ao presidente venezuelano Nicolás Maduro e à Revolução Cubana, pois consideram que tanto a população venezuelana quanto a cubana têm sido vítimas de um "bloqueio criminoso" por parte dos Estados Unidos, desrespeitando a autodeterminação dos povos.

Leia a nota na íntegra:

Declaração da Comissão Política da Região Sul-americana CLOC - Via Campesina

Reunida na cidade de Bogotá, na Colômbia, entre os dias 4 e 6 de fevereiro de 2019.

Nós, representantes de 44 organizações que reúnem milhares de camponeses e camponesas que lutam todos os dias pela soberania alimentar dos nossos povos, reunidos na comissão política da região sul-americana CLOC – Via Campesina, debatemos e refletimos sobre a situação política da região e do mundo, confirmando que “o imperialismo estadunidense, em conjunto com as oligarquias nacionais de alguns países, pretende, mais uma vez, conquistar e avançar sobre nossos territórios - que, para eles, são um quintal - e derrubar tudo aquilo que conquistamos com força, sangue, mobilização e luta”.

A investida do império norte-americano é forte e decidida, é fundamental para que dominem os povos e os governos da América Latina, para poder roubar todos os recursos naturais que existem no continente, como o petróleo, o ouro, a água, e a maior reserva de biodiversidade do planeta.

Contra toda esta investida, seguiremos resistindo, seguiremos mobilizados e organizados, nos articulando para fazer frente a este modelo que querem nos impor, com a firme convicção de que um mundo melhor é possível com a luta e participação dos povos que surge dos processos do México, Bolívia, Nicarágua, Uruguai, Venezuela e da Revolução Cubana, que nos dão forças, energias e esperança para continuar com esta luta, que não é só nossa, mas por toda a humanidade.

Nos solidarizamos com o povo da Venezuela e com o presidente constitucional Nicolás Maduro Moros, que estão resistindo aos embates do inimigo imperial, rechaçamos o bloqueio econômico e comercial, e exigimos que a soberania e a autodeterminação do Estado Bolivariano da Venezuela sejam respeitadas.

Condenamos o bloqueio criminoso contra o povo cubano e exigimos que o imperialismo estadunidense interrompa o bloqueio contra a nossa irmã Revolução Cubana.

Rumo ao nosso VII Congresso Continental, que acontecerá no marco dos 60 anos da Revolução Cubana e da criação da primeira lei da reforma agrária, vamos debater a luta pelo socialismo, pela reforma agrária, pelo feminismo camponês e popular, a autodeterminação dos povos originários e afrodescendentes, a criminalização de lideranças, a unidade e o sujeito histórico do campesinato junto ao povo revolucionário de Cuba. 

Nós, camponesas e camponeses da Coordenadoria de Organizações do Campo (CLOC-VC), nos levantamos e ratificamos as bandeiras do socialismo como o único caminho que nos levará à salvação da humanidade e nos declaramos em organização, formação e mobilização permanente, para dizer ao império e às oligarquias nacionais que eles não puderam nem poderão com nossos povos, que estão decididos a ser livres, soberanos e independentes.

Desde o território: unidade, luta e resistência, pelo socialismo e soberania dos nossos povos!

Globalizemos a esperança!

#RumoAoVIICongressoCloc

Edição: Luiza Mançano