Na data que marca a morte do líder da Revolução Haitiana Jean-Jacques Dessalines, a população do país volta às ruas para protestar contra o presidente do país, Jovenel Moïse, apontado como um dos principais responsáveis pela crise social, política e econômica no Haiti.
Na manhã desta quinta-feira (17), feriado nacional, os manifestantes bloquearam as principais vias da capital do país, Porto Príncipe. Houve também paralisação dos transportes e das atividades comerciais. Protestos foram registrados na região metropolitana da capital e em outras províncias.
O Haiti vive uma onda de protestos contínua desde o ano passado, devido a uma crise desencadeada pelo desvio de mais US$ 2 bilhões do fundo da Petrocaribe, além das agressivas medidas neoliberais aplicadas pelo governo haitiano, impostas após um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) firmado em fevereiro deste ano, que incluem o fim do subsídio dos combustíveis e a privatização de empresas do setor elétrico. A principal exigência dos manifestantes é a renúncia de Moïse.
A resposta às manifestações populares tem sido o uso da repressão policial. São mais de vinte mortos vítimas da repressão, segundo a Rede Haitiana de Defesa dos Direitos Humanos.
Na última quarta-feira (16), a polícia haitiana invadiu o funeral de dois homens assassinados durante as manifestações e abriu fogo contra os participantes, deixando dezenas de feridos. Nos protestos de hoje, centenas de jovens realizaram um ato com mostra de fotos, grafites e cerimônia religiosa em homenagem às vítimas da repressão do governo.