Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Palanque

Artigo | O Bolsonarismo e seu novo ato na cena política

Os discursos inacreditáveis de Bolsonaro contribuem para retirar as luzes da tragédia social e econômica que vive o país

17.mar.2020 às 12h18
São Paulo*
Thiago Barison de Oliveira

Contrariando recomendações do Ministério da Saúde, Bolsonaro incentiva e participa de manifestações do 15 de março - Sergio Lima / AFP

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participara da convocação e, a despeito da recomendação da OMS para evitar aglomerações, fez-se presente a um dos protestos de rua que ocorreram nesse domingo, 15 de março.

Coloquemos de lado, por ora, a conduta temerária do Presidente — para não dizer outra coisa — e direcionemos a nossa atenção para o sentido dos protestos: pressionar o Congresso e seu presidente Rodrigo Maia (DEM). Qual é o significado político disso?

Trata-se de um conflito real, porém restrito aos atores da chamada “cena política” do Estado capitalista; embora troquem farpas e ostentem diferentes figurinos, maneiras e discursos, esses atores, em comum, buscam representar o novo bloco de classes dominantes que ascendeu ao poder com o golpe do impeachment de 2016 e cuja política social, econômica e internacional conhecemos, desde os anos 1990, por neoliberalismo.

Assim, num certo sentido, é tanto um conflito real quanto figurativo: real porque opõe atores diferentes e figurativo porque esses atores não discordam a respeito das ditas “reformas de que o Brasil precisa”, que é o fundamental para essa nova hegemonia.

Tanto Paulo Guedes, que une Bolsonaro à Bolsa e a Banca, quanto Rodrigo Maia, que as une ao Parlamento, defendem as reformas legislativas e institucionais que abrem ao capital internacional livre curso para novos negócios onde antes havia empresas brasileiras, como, por exemplo, o setor de obras públicas e de petróleo e suas cadeias produtivas.

Ambos defendem as privatizações e privilegiam o capital especulativo ao produtivo. E, no que há consenso entre todas as frações burguesas e que lhes vem garantido uma unidade política, Bolsonaro e Maia defendem o enxugamento dos serviços públicos e a redução de direitos dos trabalhadores e das pessoas, como as reformas trabalhista e da Previdência.

Mas, embora esse conflito não envolva as questões políticas mais importantes para as classes e frações de classe dominantes, não se torna, por isso, irrelevante.

Pois travam, bolsonaristas e as velhas instituições, uma luta em torno da maneira pela qual se dará a representação política dessa unidade conflituosa de frações de classe: se à maneira tradicional do chamado “sistema político” ou se à moda do bolsonarismo.

Rodrigo Maia liderou a derrubada do veto presidencial à ampliação legislativa do critério de renda para acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BCP) da Assistência Social, de 1/4 para meio salário mínimo, o que permitirá a uma camada maior de idosos e deficientes pobres acessarem esse auxílio.

Com essas e outras medidas, sobretudo no terreno do chamado “orçamento impositivo”, Maia propõe-se a representar a unidade burguesa da seguinte maneira: garante a agenda de reformas neoliberais, aparando-lhes as arestas de impopularidade extravagante; devolve à cena política a velha liturgia das instituições; e, enfim, garante os fluxos de recursos administrados pelo Congresso por meio das emendas parlamentares aos Estados e municípios.

Essa alternativa, muito embora se apresente como razoável e goze de amplo apoio dos meios de comunicação de massa, esbarra na impopularidade do “sistema político”.

É contra ela que o bolsonarismo dirige, neste momento, as suas baterias. Até aqui, a burguesia em bloco recorreu ao bolsonarismo, o que Armando Boito Jr. conceituou, em texto publicado neste Brasil de Fato, como um “movimento neofascista”, que sintetizamos como uma mobilização de massas de classe média, com o objetivo de aniquilar o movimento operário e popular, valendo-se, para tanto, de uma identidade nacional pretensamente homogênea, assentada em crenças, valores e costumes “tradicionais”, que estariam sob a ameaça dos inimigos a serem combatidos: os pobres que se beneficiaram de programas sociais e deram seu voto aos governos Lula/Dilma (PT); as “minorias” sociais, por encarnarem a heterogeneidade e se valerem também de políticas específicas, como as cotas; os cientistas, artistas e intelectuais, que, cada um a seu modo, contribuem para complexificar as coisas, às expensas de fundos públicos. Todos, em alguma medida, corruptos ou corrompidos, aos olhos do neofascismo.

O apoio da burguesia em bloco ao bolsonarismo se deu em parte por ideologia, em parte por necessidade: o bolsonarismo conseguiu apoio popular mais que suficiente para derrotar, como veio a fazer nas urnas, a esquerda.

E, enquanto houver eleições, as frações burguesas unidas em torno do neoliberalismo não poderão descartar esse ator de seu elenco. Além disso, o figurino empoeirado, as maneiras afetadas e os discursos inacreditáveis de Bolsonaro, que atraem as atenções para seu teatro do absurdo, contribuem eficientemente para retirar as luzes da tragédia social e econômica que vive o país e das reformas que tanto interessam ao bloco burguês pós-Golpe.

A crise sanitária que atravessamos pode mudar isso, fazendo a balança pender para os líderes das velhas instituições políticas, que, aliás, se reuniram excluindo o chefe do Executivo. Mas essa possibilidade é assunto para um outro artigo.

*Thiago Barison de Oliveira é advogado, doutor pela USP, professor de Direito e membro da ABJD

Editado por: Leandro Melito
Tags: bolsonarocrisepaulo guedes
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

LUTA FEMINISTA

Congresso da UBM-RS defende radicalização da democracia como caminho para a emancipação das mulheres

MC não é bandido

A criminalização de MC Poze e a longa história de silenciamento da arte negra no Brasil

Flotilha Liberdade

Ataque israelense a navio com alimentos reforça uso da fome como arma de guerra, afirma Fepal

Tentativa de golpe

Julgamento de réus no STF marca fase decisiva para futuro da direita, avalia cientista político

FAROL DE REFERÊNCIA

A revolução da simplicidade

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.