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Início Opinião

EDUCAÇÃO

Os desafios do diálogo com a juventude e a educação em tempos de coronavírus

Precisamos construir estradas que nos levem a solução dos nossos problemas e não para lugares que os agravem ainda mais

27.mar.2020 às 08h16
Salvador (BA)
Guilherme Ribeiro e Sheila Souza

É inegável que esse momento histórico que vivemos ampliará ainda mais as desigualdades sociais e educacionais no Brasil. - Levante Popular da Juventude

“Nossa convicção é a de que, quanto mais cedo comece o diálogo, mais revolução será” (Paulo Freire)

A pandemia do novo coronavírus impõe desafios à sociedade mundial nunca antes enfrentados ou sequer imaginados por nossa geração. A situação faz com que chefes de Estado tomem medidas extremas de isolamento social com a finalidade de conter a propagação do vírus. Fechar locais que não exerçam atividades essenciais, a suspensão das aulas em escolas e universidades e a recomendação para que as pessoas fiquem em casa têm se mostrado boas medidas para evitar a propagação do vírus enquanto não se consegue a formulação de uma vacina para a imunização ou remédios que consigam curar a doença.

Praticamente todos os Estados e munícipios do Brasil determinaram a suspensão das aulas nas escolas e universidades por um período de 30 dias. Nem precisamos aprofundar o debate sobre a extrema necessidade da medida. Entretanto, é preciso levar em consideração que ela gera efeitos negativos principalmente para os estudantes das camadas mais pobres e em situação de vulnerabilidade social, devendo os governos e as organizações sociais dedicar maior atenção para minimizar essa situação. Como fica o processo de alfabetização e aprendizagem das crianças? Como ficará a alimentação daqueles que nos rincões do país e nas periferias dos grandes centros só possuem a merenda da escola como fonte de nutrientes diária? E o pagamento das mensalidades das universidades particulares daqueles estudantes que, sem ter como trabalhar, também não poderão pagar? Estudantes de cursinhos populares, como os da rede Podemos +, já não sabem se terão ENEM e vestibular no final do ano.

É inegável que esse momento histórico que vivemos ampliará ainda mais as desigualdades sociais e educacionais no Brasil. Afinal de contas, estudantes de escolas particulares já estão tendo acesso a conteúdo de aulas por plataformas online, com acompanhamento de seus pais e mães (cuja maioria são profissionais liberais, portanto com algum grau de possibilidade de se ausentar dos empregos), enquanto a grande maioria dos estudantes brasileiros se quer possui computador ou acesso à internet adequados para dar conta das disciplinas em casa. A estes, resta toda sorte de “possibilidades” para ocupar o tempo.

No meio de tudo isso, o movimento do homeschooling ou educação familiar toma corpo e tenta surfar na onda do coronavírus para pregar seus ideais conservadores. Defendido por ideólogos de extrema-direita e fundamentalistas religiosos, o homeschooling prega que os pais têm o direito de educar seus filhos a partir de seus valores e concepções morais, prescindindo da convivência do ambiente escolar. Certamente, para essa turma que acha que o coronavírus é histeria coletiva e criação da China para aumentar seus lucros, o homeschooling nada mais é do que um espectro de desinformação e de alienação dentre tantos que pairam por aí.

Da mesma forma, a discussão em torno da implementação da EAD para o ensino médio, prevista na reforma do ensino médio de 2017 e já regulamentada pelo Conselho Nacional de Educação em 2018, é um prato cheio para os mercadores da educação, que se aproveitam da crise do coronavírus e veem a possibilidade de ampliarem seus lucros com a oferta de “vídeo-aulas” por meio de convênios com as secretarias de educação e demais órgãos públicos.

É importante que se diga que os ambientes escolares, universitários e dos cursinhos são imprescindíveis para a construção de laços de convivência e solidariedade no processo formativo dos educandos e que as tecnologias digitais devem vir para ampliar os processos de ensino-aprendizagem, e não para ampliar ainda mais as desigualdades sociais. Precisamos construir estradas que nos levem a solução dos nossos problemas e não para lugares que os agravem ainda mais.

Diante de tantas questões em jogo e de uma realidade que impõe a limitação do espaço físico escolar e universitário por tantos dias, como resolver o problema da juventude impossibilitada de ter acesso à educação? Receitas prontas não existem para uma conjuntura tão adversa. Sabendo que o governo Bolsonaro e o MEC nada vão fazer porque são agentes do caos, cabe às forças progressistas ampliar sua criatividade e capacidade de diálogo com a juventude, sobretudo a partir da disputa das redes e das ações de solidariedade que devem se estender à educação.

Precisamos chegar nas telas das mãos da juventude e em seus grupos de conversas! E isso pode ser feito por meio de lives nos canais, vídeos informativos sintéticos e interativos, poadcasts, sugestões de textos, filmes e playlists sobre os conteúdos das matérias – nunca perdendo de vista a necessidade de demarcar quem perde e quem ganha com essa crise – , além de dicas de cuidado da saúde física e mental em tempos de isolamento. Nada mais dolorido para Bolsonaro do que dizermos a verdade para a juventude brasileira, e isso pode ser feito com um simples clique !

Das ações de solidariedade, é possível mapear e organizar grupos de estudantes dos quais possuímos alguma forma de trabalho de base para levantar dinheiro  ou outras formas de apoio para as necessidades básicas, criação de grupos de estudo e compartilhamento de material, realização de atividades a distância, como oficinas de teatro, de escrita, de música, articulação com sindicatos de professores e outras categorias e incentivo a grupos para a escuta dos anseios e vontades da juventude, propondo metodologias de acompanhamento virtual que venham para ajudar na organização coletiva e minimizar os efeitos da ansiedade na nossa galera.

É nossa tarefa desde já pressionar os governos para que garantam a alimentação das crianças e adolescentes das escolas públicas, manutenção dos empregos e salários de professores e demais trabalhadores da educação, facilitação no acesso à internet para alunos da rede pública, estímulo à organização e disciplina de estudos em ambiente domiciliar, suspensão do pagamento das mensalidades das escolas e universidades e acompanhamento psicológico pós-retorno de todo o corpo de estudantes de toda rede básica e ensino superior, estipulando um calendário consequente de volta às aulas, que respeite o processo educativo sobretudo dos que não tiveram acesso aos conteúdos de ensino durante a quarentena.  

Apesar da necessária suspensão das aulas, as escolas, universidades e cursinhos populares devem continuar sendo a referência para a organização da nossa juventude. A construção de um projeto popular para a Educação passa pela luta por ampliação dos investimentos em todos os segmentos da educação e fortalecimento do FUNDEB, revogação da Emenda 95, compreensão da pesquisa universitária como forma de estratégia da defesa da soberania nacional, participação democrática da comunidade na gestão escolar e sobretudo organização de grêmios, CA’s, DA’s e DCE’s como forma de resguardar os estudantes, proporcionar autonomia e garantir que as universidades e escolas cumpram com seu papel social e de formação. Ah, e sem esquecer que a quarentena uma hora vai acabar! O trabalho de base deve continuar e devemos aprofundar as propostas aqui tratadas.

*Sheila Souza é estudante do curso de História pela UNEB – campus XVIII, e vice-presidenta da União Estadual dos Estudantes da Bahia – UEB.

*Guilherme Ribeiro é advogado e mestre em Educação pela UESB. Ambos são militantes do movimento Levante Popular da Juventude.

Editado por: Elen Carvalho
Tags: educaçãojuventude

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