Bloqueio Não

Contra embargos econômicos dos EUA, campanha tem tuitaço nesta quinta

“Solicitamos que o bloqueio e as sanções aplicadas contra os países sejam totalmente revogadas”, pedem as organizações

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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“É hora do mundo se unir em defesa da vida humana, convivendo harmoniosamente com a natureza e defender a humanidade" - Federico Parra/AFP

Começa nesta quinta-feira (9) às 11h, o primeiro tuitaço da campanha “Bloqueio Não, Solidariedade Sim”, articulada por entidades da América Latina organizadas no Foro de São Paulo e que tem como objetivo pressionar autoridades pelo fim do bloqueio econômico dos Estados Unidos (EUA) a diversos países durante a pandemia.

O tuitaço, que deve ser feito por meio da hashtag #BloqueoNoSolidaridadSi até as 15h, é apenas uma das ações da campanha. As organizações também buscam pressionar líderes políticos e organizações por meio de um abaixo-assinado contra os bloqueios e da disseminação de informações sobre as consequências humanitárias e econômicas das sanções. 

Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, os países embargados não conseguem importar até mesmo remédios para tratar a população. É o caso do Irã: desde 2018, Donald Trump determinou as sanções sob o pretexto de que o Irã enriquecia urânio para fabricação de bombas atômicas, acusação que até hoje não conseguiu comprovar. Desde então, itens produzidos pelos EUA ou que têm tecnologia estadunidense não podem entrar no país. Empresas que fazem trocas comerciais com o Irã também são impedidas de negociar com os Estados Unidos.

As sanções preveem ainda o bloqueio das contas internacionais do Irã, o que inclui não apenas transações oficiais, mas as movimentações financeiras de 250 pessoas físicas, lideranças militares e do governo iraniano no exterior. Por isso, embora a área da saúde não esteja nominalmente incluída nas sanções, a importação de remédios e equipamentos para prevenção e tratamento dos sintomas é cada vez mais difícil.

Casos semelhantes são os da Nicarágua, Venezuela e Cuba. Nicolás Maduro, presidente venezuelano, tentou comprar suprimentos para enfrentar a pandemia, mas empresas internacionais se recusaram a vender produtos com receio de alguma penalidade ou multa internacional. 

“Cuba, por exemplo, está sujeita há décadas a um bloqueio econômico comercial e financeiro imposto pelos EUA e que recentemente foi exacerbado pela escalada agressiva do governo Trump. A Faixa de Gaza é outro exemplo que sofre com a falta de acesso a equipes e materiais médicos por ter seu território isolado pelo governo de Israel”, afirma Mônica Valente, uma das coordenadoras da campanha.

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A campanha começou no dia 6 de abril com o lançamento da petição. Depois do primeiro tuitaço, as organizações se preparam para um segundo no dia 16 de abril, no mesmo horário. Em uma nota enviada à imprensa, as organizações afirmam que as três datas são pontos de concentração de publicações e divulgação da campanha. Isso não impede, no entanto, que a campanha seja divulgada nos outros dias.

“Nós, como entidades da sociedade civil, partidos progressistas e de esquerda da América Latina, organizados no Foro de São Paulo, estamos lançando hoje a palavra de ordem Bloqueio Não Solidariedade Sim. É hora do mundo se unir em defesa da vida humana, convivendo harmoniosamente com a natureza e defender a humanidade de decisões equivocadas de governos e governantes que desprezam a vida humana e a solidariedade", afirma Valente.

Edição: Leandro Melito