EaD

Exclusão digital e precarização do ensino: as dificuldades da educação à distância

Professores relatam os desafios das aulas no formato EaD em meio à pandemia

Brasil de Fato | Recife (PE) |

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Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, em 2018, apenas 69,1% dos municípios nordestinos possuíam acesso a internet, ficando abaixo da média nacional que é de 79,1% - Olívia Godoy

Há mais de um mês, instituições públicas e privadas de ensino suspenderam as aulas como medida de enfrentamento à pandemia de covid-19. Desde então, atividades escolares continuam acontecendo, mas no ambiente virtual. A falta de capacitação para o ensino à distância e o aumento da jornada de trabalho são alguns dos desafios apontados por docentes da rede pública de ensino. 

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Segundo Valdir Teixeira, professor de matemática da rede estadual de ensino do Ceará, a jornada de trabalho se mistura com as tarefas cotidianas, o que tem gerado dificuldades para os docentes. "Nunca tivemos uma formação direcionada ao ensino à distância. Tudo é na base do improviso, da boa vontade, tentando fazer o máximo possível para ajudar os alunos", afirma.

A preocupação com a pandemia, aliada às dificuldades no trabalho, tem gerado, inclusive, problemas de saúde para os profissionais da educação. Samanta Forte, coordenadora escolar da rede estadual de ensino do Ceará, afirma que o período de pandemia tem impactado a saúde mental dos professores. "Essa pressão por produtividade nesse período acaba potencializando transtornos psicológicos", frisa.

Outra dificuldade do ensino à distância é a exclusão digital. Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, em 2018, apenas 69,1% dos municípios nordestinos possuíam acesso a internet, ficando abaixo da média nacional que é de 79,1%. Esse nùmero é ainda mais baixo na zona rural, onde menos da metade dos domicílios nordestinos estão conectados.

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Em Pernambuco, a situação não é diferente. Em resposta às reclamações de pais e professores, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepe) entrou com uma ação no Ministério Público de Pernambuco buscando resolver o impasse dos estudantes que não têm acesso às aulas via internet, o que pode reforçar desigualdades sociais.

"Nós podemos observar que essa política pública e aulas não presenciais têm sido excludente, ampliando as questões da exclusão social, que gera a exclusão digital, que por sua vez, nesse momento, gera a exclusão das escolas", afirma Fernando melo, presidente do Sintepe.

Confira em vídeo a reportagem completa:

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Monyse Ravena e Vivian Fernandes