Enquanto em Fortaleza o isolamento social volta a ficar mais moderado, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), anunciou que sete cidades deverão implementar medidas mais rígidas de isolamento. São elas: Caucaia, Maracanaú, Sobral, Acaraú, Itapipoca, Itarema e Camocim. Os sete municípios juntos já somam quase nove mil casos confirmados de covid-19 e 446 óbitos causados pela doença, segundo os dados da última atualização do IntegraSUS.
Entre as cidades onde o isolamento será intensificado, Sobral apresentava no dia três de junho o maior número de casos, com 2.497 casos confirmados 94 óbitos pela doença, conforme o IntegraSUS, ficando atrás apenas de Fortaleza. Em seu site, a prefeitura de Sobral informou que o município já havia adotado medidas mais rígidas de controle desde o dia oito de maio. No domingo, 31 de maio, o prefeito Ivo Gomes (PDT) expediu o decreto municipal ratificando o decreto do governador.
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A assessora técnica rural, Luciana Cristina Marques Magalhães, mora em Sobral. Ela diz que mesmo com o novo decreto, no bairro onde reside, ainda é possível ver pessoas nas calçadas, sem máscaras, sem muita adesão às novas regras do isolamento social. Mas ela também observa que existem estabelecimentos que estão respeitando as mudanças.
Magalhães relata que no supermercado está sendo permitida a entrada de apenas cinco pessoas por vez, que há álcool em gel para os clientes logo na entrada e que está sendo obedecido à distância de dois metros. A gestão municipal também está fechando as ruas para dificultar o movimento de transportes e pessoas.
Das novas cidades que adotaram o isolamento social mais rígido, Caucaia e Maracanaú são as que ficam mais próximas da capital cearense, na Região Metropolitana de Fortaleza. A prefeitura de Caucaia adotou no último domingo (31) uma política de isolamento social mais rígida para o enfrentamento da pandemia causada pelo novo coronavírus. As medidas foram adotadas a partir de relatório epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Caucaia, que demonstra avanço do vírus em todo o município, com maior concentração nos bairros da Sede e Grande Jurema, sobrecarregando o sistema de saúde, que já se encontra no limite de sua capacidade de atendimento.
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O estudante, Rhuan Barkley mora em Caucaia e tem observado que nesses primeiros dias de isolamento mais rígido a impressão que dá é que muitas pessoas não estão levando a pandemia a sério. “Até eu mesmo, no início, ficava ‘super’ de boa achando que não era tão sério quanto parecia”.
Barkley afirma que vê muitas pessoas sem máscara em locais públicos e até aglomerações sem necessidade, como por exemplo, o caso de uma barbearia que fica próximo a sua casa. “As pessoas estavam jogando sinuca enquanto esperavam a sua vez de ser atendido, mas isso até a chegada da polícia. Resumindo, observei que aqueles ao meu redor que levam a sério o isolamento, são pessoas que haviam sido afetadas, diretamente ou algo bem próximo, pelo vírus, e por conta disso ‘aceitavam’ de certa forma o decreto”.
Até eu mesmo, no início, ficava ‘super’ de boa achando que não era tão sério quanto parecia.
A professora Cecilia Soares é moradora de Maracanaú e explica que com o isolamento social mais rígido está ocorrendo uma fiscalização para observar o cumprimento da quarentena. Com a ação, que acontece sempre pela manhã, o comércio está atualmente com as portas fechadas, mas de acordo com ela, no período da tarde, horário em que não há a fiscalização, a população ganha às ruas e calçadas normalmente.
“A população em si não está aderindo ao plano do isolamento social, porque a população, pelo menos aqui em Maracanaú está na rua. Gente que não tem a necessidade de estar na rua, está.”
