Pandemia

UFPE inicia escuta de estudantes para definir ações emergenciais de auxílio

Por meio de formulário virtual, estudantes informam suas condições de vida e principais necessidades

Brasil de Fato | Recife (PE) |

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Membros do corpo discente e docente formam parte da iniciativa junto a movimentos populares como o MST - Ascom UFPE

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) criou um projeto de extensão para analisar as condições e demandas socioeconômicas, sanitárias, organizativas e de comunicação de estudantes dos mais diversos cursos da instituição.

A universidade está localizada no bairro da Várzea, zona oeste do Recife, que é o segundo bairro com mais casos confirmados de covid-19 na capital pernambucana. A instituição tem 31.235 estudantes de graduação e 9.148 de pós-graduação e suspendeu as aulas no dia 16 de março de 2020. Com isso, o projeto intitulado “Mãos Solidárias e Periferia Viva – a Universidade no enfrentamento à Covid-19 e em defesa do povo” tem a intenção de colher informações sobre como tem sido esse período de isolamento, para entender de que forma é possível suprir as demandas dos estudantes.

A coordenadora do projeto, professora Evelyne Medeiros, do departamento de Serviço Social, afirma que “a universidade é uma instituição que cumpre um papel fundamental na divulgação e na produção do pensamento crítico, na formação de sujeitos coletivos, na defesa da ciência e, portanto, numa perspectiva de saúde ampliada, que é um conjunto de direitos que a população como um todo deveria ter acesso e não tem”.

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Nesta primeira etapa, está prevista a coleta de dados por meio de um formulário virtual, com perguntas condições em que estão vivendo os estudantes e quais as suas principais demandas. Com isso, explica Medeiros, se espera definir ações que possam suprir as principais necessidades emergenciais do corpo discente, seja quanto ao acesso a serviços, programas e políticas públicas ou a informações.

O segundo passo é auxiliar os estudantes no enfrentamento dos efeitos das crises sanitária, econômica e social que foram agravadas pela atual pandemia, de modo a exigir por parte do Estado a implementação de auxílios, na garantia de direitos básicos e de condições de acesso à saúde para essa população. “O objetivo do projeto de extensão é fazer com que os diversos sujeitos da comunidade acadêmica possam se articular coletivamente, unir forças e desenvolver atividades importantes no cumprimento da função social da universidade”, afirma a coordenadora do projeto.

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A iniciativa está sendo realizada por docentes de diferentes áreas e estudantes de graduação e pós-graduação da UFPE, junto aos profissionais da saúde, comunicadores populares, assessores jurídicos populares, membros de movimentos populares e demais organizações de trabalhadores que atuam em Recife e na região metropolitana, como o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores e das Trabalhadoras por Direitos (MTD), o Levante Popular da Juventude, Marcha Mundial das Mulheres, Associação Brasileira dos Juristas pela Democracia (ABJD), entre outros.

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Marcos Barbosa