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Senador dos EUA considera um "fiasco" ações de Trump para derrubar Maduro

O democrata fez uma advertência após ouvir que governo dos EUA "trabalha duro" para desestabilizar o governo bolivariano

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Para o senador democrata Chris Murphy, um dos maiores erros de Trump foi acreditar que Guaidó era um líder e conseguiria apoio popular - Nicholas Kamm / AFP

O senador democrata Chris Murphy classificou a política dos Estados Unidos em relação à Venezuela nos últimos 18 meses como “um desastre absoluto”, ao criticar as estratégias de intervenção de Washington para desestabilizar o governo do presidente Nicolás Maduro.

A declaração do parlamentar ocorreu durante uma audiência realizada na última terça-feira (04) pelo Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA para tratar especificamente da política da administração de Donald Trump para a Venezuela.

O enviado especial dos Estados Unidos para o país-latinoamericano, Elliott Abrams, esteve presente no debate e enfrentou uma série de questionamentos.

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Durante a audiência, o senador republicano Mitt Romney e diversos senadores democratas comentaram o fracasso das ações levadas a cabo pelo governo de Trump com o objetivo de tentar uma suposta “mudança de governo” no país bolivariano.

Uma das críticas mais incisivas foi a do parlamentar Chris Murphy, do Partido Democrata. Durante sua intervenção, Murphy elencou as principais ações do governo de Donald Trump para tentar dar um golpe de Estado na Venezuela

“Então, ficou muito embaraçoso. Em abril de 2019, tentamos organizar uma espécie de golpe, mas acabou sendo um fiasco. Todos aqueles que disseram que se uniriam a Guaidó ficaram com medo e o plano fracassou pública e espetacularmente, fazendo os Estados Unidos parecerem fracos e tolos”, diz o parlamentar em vídeo que viralizou nas redes sociais.

O senador democrata também comentou o boicote à próxima eleição na Venezuela por Guaidó e seus aliados. E ironizou a autodeclaração do líder da direita como presidente, apoiado pelos EUA e outros países.

“Agora, depois de perder um ano tentando trabalhar em um plano de transição, Guaidó está boicotando as próximas eleições legislativas. E aí? Vamos continuar reconhecendo Guaidó como líder da nação mesmo que ele não controle os militares, o governo nem ocupe nenhum cargo?”, questionou.

A advertência do parlamentar ocorreu após Elliot Abrams afirmar que os EUA continuarão reconhecendo Guaidó como “presidente interino”, independente do resultado da próxima eleição na Venezuela, que ocorrerá em 6 de dezembro deste ano.

O enviado especial dos EUA para a Venezuela também declarou abertamente durante a audiência que está “trabalhando duro” para que Maduro “não sobreviva” às próximas eleições. 

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Após a divulgação das declarações, o chanceler venezuelano Jorge Arreaza teceu comentários em sua conta no Twitter sobre a ofensiva estadunidense contra seu país.

“Os porta-vozes dos Estados Unidos seguem reconhecendo abertamente seus crimes e ataques ilegais contra o povo venezuelano. Junto com o livro de John Bolton, estas confissões constituem elementos comprobatórios para a demanda que levamos à Corte Penal Internacional”.

Em fevereiro deste ano, o governo venezuelano denunciou os Estados Unidos na Corte Penal Internacional em Haia por crimes contra a humanidade. Desde 2015, a Venezuela é considerada uma ameaça pelo país e, por isso, sofre com uma série de sanções impostas pelos EUA e pela União Europeia.

Edição: Luiza Mançano