Vigilância Sanitária

Frango brasileiro importado pela China testa positivo para covid-19

Exames em funcionários que tiveram contato com o produto estão sendo realizados pelas autoridades chinesas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Até 2017, os brasileiros eram o principal fornecedor de frango para os chineses - Anthony Wallace/AFP

Uma amostra de asas de frango importadas do Brasil, mais especificamente de Santa Catarina, pela China teve resultado positivo para o novo coronavírus, conforme um comunicado do governo chinês, divulgado nesta quinta-feira (13). 

Ainda durante a pandemia, a China também suspendeu a importação de alimentos de cinco frigoríficos brasileiros, sem especificar, no entanto, os motivos.

As autoridades de saúde de Shenzhen, município que importou o alimento, estão rastreando os funcionários que tiveram contato com o produto contaminado, além de realizarem testes para covid-19 em outros alimentos armazenados próximo ao frango. Segundo o governo, esses testes têm apresentado resultados negativos.

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Não é a primeira vez que isso ocorre em território chinês. Recentemente, camarões importados do Equador também testaram positivo para o vírus.

Os relatos se espalham em outras cidades e, como consequência, o governo chinês rastreia todos os contêineres de carnes e frutos do mar que chegam do exterior nos principais portos da China, desde junho -- naquele momento, um novo surto de covid-19 ocorreu na capital chinesa, em Pequim, ligado ao mercado de frutos do mar do local.

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O caso pode provocar uma queda das exportações de frango do Brasil, o maior produtor do alimento do mundo, pela China. Até 2017, os brasileiros eram o principal fornecedor de frango para os chineses, envolvendo cerca de 85% das importações do país asiático, por um valor de aproximadamente US$ 1 bilhão por ano, ou seja, R$ 5,4 bilhões hoje. 

Nos últimos anos, porém, o Brasil parte do mercado chinês de frango para Tailândia, Argentina e Chile. A China aplica, desde fevereiro de 2019, tarifas antidumping sobre o produto brasileiro que variam entre 17,8% e 32,4% pelo período de 5 anos.

Edição: Leandro Melito