Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Internacional

VIOLÊNCIA DE ESTADO

Chile: repressão policial impede atos pela reforma constitucional

Desde os protestos de outubro de 2019, quase 2,5 mil ações judiciais foram abertas contra a polícia militar chilena

14.out.2020 às 00h24
Caracas (Venezuela)
Michele de Mello

Bombas de gás lacrimogêneo são usadas para dispersar atos de campanha e manifestações no centro da capital chilena. - Piensa Prensa

Em menos de duas semanas os chilenos deverão decidir se aprovam a escrita de uma nova constituição para abandonar a atual Carta Magna, promulgada em 1980, durante a ditadura do general Augusto Pinochet (1973 – 1990). O último referendo realizado no país foi em 1989, que determinou o fim do regime militar. O atual clima de tensão é uma das comparações que podem ser traçadas entre os dois fatos históricos.

Nas últimas semanas, a repressão da polícia militar se intensificou, impedindo atos de campanha do setor que promove o "sim" no plebiscito. O caso mais emblemático aconteceu no dia 2 de outubro, quando um jovem de 16 anos foi empurrado por um carabinero da ponte Pio IX, no rio Mapocho, que atravessa a capital chilena, Santiago. Apesar do registro de jornalistas do momento exato da agressão, a corporação afirma que irá investigar os fatos. 

O episódio remete aos tempos de ditadura no país, em que os militares descartavam corpos de opositores no rio Mapocho. Segundo a Comissão Nacional de Prisão Política e Tortura (Valech), entre 1973 e 1990, o regime produziu 40 mil vítimas, desse total, 3.225 foram mortas ou permanecem desaparecidas.

:: Leia também: Artigo | Chile: ascensão e derrota de uma revolução desarmada, por Breno Altman ::

O atual plebiscito é fruto de meses de manifestações, que iniciaram em outubro do ano passado. De lá pra cá, o Instituto Nacional de Direitos Humanos do Chile (Indh) apresentou 2.499 ações judiciais, sendo 93% denuncias contra carabineros, como são chamados os policiais militares chilenos. Do total, 2.147 processos denunciam abuso policial e tortura contra manifestantes, enquanto 169 estão associadas a lesões oculares.

Segundo a Organização Não Governamental Los Ojos de Chile (Os Olhos do Chile), que realiza campanhas de arrecadação para financiar cirurgias às vítimas de violência policial, 460 chilenos perderam parcialmente ou completamente a visão depois de sofrer agressão policial. 

O Escritório da Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, registrou 113 casos específicos de tortura e 24 de abusos sexuais, cometidos pelos carabineros. 

Somente entre 18 de outubro e 6 de dezembro de 2019, 28 mil pessoas foram detidas por participar dos atos, de acordo com números oficiais. No entanto, até o momento, somente 68 policiais foram responsabilizados – 64 oficiais dos carabineros e quatro das forças armadas.


Jovens foram feridos por balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, durante manifestações pelos direitos dos povos Mapuche, na última segunda-feira (12). / Piensa Prensa

Chile e Israel

O advogado especialista em direitos humanos, Cristian Cruz assegura que os números da repressão policial carabinera só são comparáveis ao conflito armado entre Israel e Palestina, que já dura décadas. 

"A polícia privilegia usar métodos que gerem danos físicos às pessoas sobre o diálogo e elementos dissuasivos. A polícia tomou uma decisão política de como enfrentar as demandas sociais. A violência policial é o método com que o Estado, o poder, dialoga com a cidadania", assegura Cruz. 

A relação dos carabineros com as forças armadas israelenses e o Mossad – serviço secreto de inteligência – vão além das aparências. Desde 1973, a polícia militar chilena compra teconologia israelense usada contra os palestinos para reprimir civis, como drones, tanques lança água, bombas de gás lacrimogêneo e munições. 

Segundo o Banco Mundial, o Chile é o terceiro maior comprador de armamentos israelenses na América Latina, atrás apenas do México e do Brasil.

O presidente Sebastián Piñera aumentou a relação comercial a níveis superiores ao período de Pinochet. Segundo dados oficiais, entre dezembro de 2019 e março de 2020, os carabineros destinaram cerca de R$ 10 bilhões comprando veículos de empresas militares privadas israelenses para suas forças especiais. 

Documentos divulgados pela página de ciberativistas Anonymous revelaram que durante os protestos de outubro de 2019, o general do exército Guillermo Paiva compareceu a um evento de cibersegurança, a convite do chefe de inteligência militar israelense, o coronel Eran Gabay.


Tanques de tecnologia israelense lançam água com pimenta para dispersar atos de rua. / Piensa Prensa

Polícia para quem? 

O nome Carabineros de Chile deriva da antiga cavalaria que protegia a aristocracia chilena no início do século 20 com carabinas. A instituição militar foi criada em 1927 e historicamente protege os interesses dos poderosos. 

Cruz afirma que inúmeros relatos confirmam que os policiais de menor patente são obrigados pelos oficiais a aumentar a vigilância em determinadas zonas da cidade. Além disso, os carabineros também criam corporações, supostamente de caráter filantrópico, para oferecer segurança privada a empresários, que financiam essas organizações através de doações ou ainda de deduções fiscais.

"Acredito que no Chile existem poucas instituições tão politizadas como as cúpulas dos carabineros. Privatizam a segurança, mas os custos são públicos, são de todos", denuncia o advogado chileno.

Quem realiza a campanha Yo Apruebo un Chile Digno (Eu aprovo um Chile digno) defende mudanças substanciais na estrutura do Estado chileno, como oferecer saúde e educação públicas, assim como criar um novo sistema previdenciário, que abandone as Administradoras de Fundos de Pensão (AFP), empresas privadas que recolhem contribuições previdenciárias e as investem na bolsa de valores. 

Outra reivindicação é uma reforma das forças de segurança pública, levando em conta a defesa de direitos humanos e o debate de desmilitarização da polícia. 


Subsecretário de interior Juan Francisco Galli e Diretor Nacional de Ordem e Segurança Ricardo Yáñez oferecem balanço das operações de 12 de outubro que terminaram com 2.014 presos / Carabineros de Chile

Para o analista chileno, apesar de que os policiais poderiam se beneficiar com as exigências dos manifestantes, como por exemplo o acesso à educação gratuita, de maneira geral, perderiam seus privilégios. 

"Esse paralelo de que a constituição de 1980, de Pinochet, seria das Forças Armadas e carabineros, provavelmente faz com que eles tenham a leitura que modificar ou rechaçar a constituição de 80, seria rechaçar a obra destas instituições, ainda que essa constituição foi escrita pelos poderes políticos e econômicos vigentes, que eram os Chicago Boys e os Piñera", afirma. 

O sistema de previdência vigente foi proposto pelo irmão do atual presidente, José Piñera Echenique, que foi ministro do Trabalho e Previsão Social no regime pinochetista. Segundo a lógica atual, um policial pode se aposentar ao completar 20 anos de serviço e ainda seguir trabalhando com outras atividades. Quase 10 anos a menos que a média para aposentadoria de um trabalhador civil chileno. 

O formato é similar ao que o ministro de Economia brasileiro, Paulo Guedes – que colaborou com a ditadura chilena -, gostaria de implementar com a reforma da Previdência no Brasil. 

:: Por que os chilenos lutam contra o modelo de previdência que Bolsonaro quer copiar ::

Se o plebiscito for aprovado no dia 25 de outubro, os chilenos ainda deverão decidir quem irá escrever a nova constituição, se seria um congresso constituinte ou uma comissão composta metade por representantes eleitos e metade pelos atuais parlamentares. 

"Além dos detalhes, o que esse momento representa é mudança. E se eu sou um carabinero e me comparo com a maioria da cidadania e vejo que estou em condição melhor, a pergunta é: essa mudança vai me beneficiar ou prejudicar? E eles sentem que serão prejudicados, porque não poderiam ter condições mais vantajosas", afirma Cruz. 

Movimentos sociais chilenos questionam a representatividade do atual congresso, já que tanto em gestões de direita, como progressistas, os policiais cometeram crimes contra os direitos humanos e terminaram impunes. 

Editado por: Marina Duarte de Souza
Tags: chile
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

DEPOIMENTOS

Na presença de Bolsonaro, Mauro Cid confirma detalhes do plano de golpe a Alexandre de Moraes 

COMUNICAÇÃO CULTURAL

Projeto oferece formação gratuita em rádio para jovens das periferias da zona norte do Recife (PE); inscreva-se

Moradia digna

Déficit habitacional em Fortaleza atinge 82 mil famílias

MOBILIZAÇÃO

Ato pelo fim da escala 6×1 sem corte de salários mobiliza sindicatos e movimentos sociais na Paraíba, nos dias 10 e 11 de junho

Argentina

Apoiadores de Cristina Kirchner fazem convocação urgente para resistir a possível condenação

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.