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SP: Eleitores comentam suas expectativas em relação ao próximo governo de Bruno Covas

O Brasil de Fato foi às ruas perguntar a eleitores sobre o que esperam da segunda gestão do prefeito reeleito

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Laleska Walder, de 25 anos, acredita que a próxima gestão terá como marca a privatização e o elitismo - Vanessa Nicolav

Com 59,38% % dos votos válidos, Bruno Covas (PSDB), foi reeleito prefeito da cidade de São Paulo. Advogado e economista, Covas tem 40 anos e foi vice do João Dória (PSDB), quando este foi prefeito na capital. Agora reeleito, Covas, promete cumprir os 4 anos de governo na cidade, ao contrário de seu antecessor, que abandonou o cargo para se lançar como governador.

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“As urnas falaram, e eu saberei ouvir o recado das urnas no dia de hoje. São Paulo, você pode contar comigo”, afirmou o prefeito recém-eleito durante pronunciamento na noite de domingo (29) após a confirmação de sua vitória.

O segundo colocado, Guilherme Boulos, do PSOL obteve 40,62%, contabilizando um total de 2.168.109 milhões de votos. A abstenção foi a maior da história da cidade: 30,8% dos eleitores não compareceram.

O Brasil de Fato foi às ruas, ao longo do domingo (29), perguntar aos eleitores quais as expectativas sobre o próximo governo da capital paulista.

Para o artesão, Luiz Carlos Rego, de 71 anos, a vitória do tucano significará a manutenção de um estilo de governo pouco representativo. “É um partido burguês, de elite, que tá aí há 200 anos dominando a cena paulista e só atende à expectativa de uma parte da população, a mais privilegiada da cidade, que são os burgueses e os ricos”. O artesão também acredita que a política neoliberal será a marca do próximo governo. “Vai continuar péssimo, né? É um governo neoliberal, privatizador. Ele segue no município a cartilha de Brasília do (ministro da Economia) Guedes. Já avisou que vai privatizar o Anhembi, parques e tudo mais. É só isso que eles sabem fazer”, conclui.

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Já a empresária, Marina Ceranloca, 46 anos, afirma que a continuidade da agenda neoliberal tucana se mostra mais interessante que a de seu adversário, Guilherme Boulos. “O Bruno Covas representa uma continuidade que eu não posso dizer que sou fã do governo dele, mas não me traz nenhum temor em relação às coisas que defendo e acredito”, afirma a empresária.

Com 25 anos, a advogada Laleska Walder, diz que escolheu seu candidato na expectativa de São Paulo ser governada pensando nas minorias, em princípios básicos como moradia e acesso à educação. Porém, sua visão sobre a próxima gestão do candidato vitorioso não lhe soa muito promissora nesse sentido. 

“Eu imagino que São Paulo vai ficar inteira privatizada. Não dá pra esperar muito do governante. Pode acontecer o que aconteceu com o Dória, dele (Covas) desistir. E acho que vai continuar sendo a São Paulo elitista, separatista. Não vai mudar tanta coisa, acho que vai piorar um pouco, por ser  o segundo mandato dele”, afirma Walder.

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O artista plástico, Marcelo Cardoso Jamal, de 48 anos, mesmo não tendo escolhido Covas como seu candidato, afirma que espera que o representante trabalhe para todas as pessoas. “A minha expectativa é que ele encare a real posição dele, que é trabalhar pelas pessoas. Ele não tem que ouvir as empresas, isso a gente já tá cansado de ver. Que ele realmente trabalhe para melhorar a qualidade de vida das pessoas. E é simples. Isso é mínimo que a pessoa pode fazer”, afirma Jamal.

 

Edição: Rogério Jordão