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comida saudável

Produção nos assentamentos do MST é chave para soberania alimentar, diz nutricionista

Para Marta Moeckel, que defendeu tese de doutorado sobre alimentação no movimento sem terra, planejamento impressiona

16.dez.2020 às 14h25
Imperatriz (MA)
Mariana Castro
Ameaçadas de despejo, famílias do acampamento Terra Cabana, do MST, em Benevides (PA), colheram e distribuíram alimentos a outras famílias da região

Ameaçadas de despejo, famílias do acampamento Terra Cabana, do MST, em Benevides (PA), colheram e distribuíram alimentos a outras famílias da região - Carlinhos Luz

Nutricionista há 40 anos, Marta Moeckel tem se debruçado sobre os estudos da alimentação coletiva, tendo como pano de fundo a organização popular. Para isso, escolheu o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra para traçar uma análise do método de planejamento da cozinha coletiva e suas relações com o processo de alimentação.

Para além do consumo de alimentos, ela explica que é necessário ter uma perspectiva social sobre a alimentação. “O alimento está intrinsecamente ligado a todas as questões sociais, econômicas e políticas, principalmente”, diz.

O assunto foi tema de sua tese de doutorado, "Alimentação coletiva na perspectiva da organização do MST", defendida na quarta-feira (16) junto ao Programa de Pós-graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em entrevista ao programa Bem Viver, Moeckel fala sobre as implicações da alimentação para além do consumo e as reflexões de sua tese sobre o modelo organizacional de cozinha coletiva do MST. Confira:

Brasil de Fato: Explica para a gente um pouco sobre as principais reflexões levantadas pela sua pesquisa.

Marta Moeckel: Foram muitas.Na verdade, meu filho é militante do MST e a gente conversa muito sobre movimentos sociais, e sobre todo este modo de viver contemporâneo, e até a própria ciência da nutrição que, para mim, às vezes me parece um pouco reducionista. Então, nas conversas surgiu aí a questão da alimentação.

Como alimentar as pessoas numa marcha de 200 quilômetros? Como ter alimentos durante todo esse tempo durante o dia inteiro?

Primeiro a questão da cozinha nas ocupações, em que ele contou que a cozinha era a primeira coisa que era montada numa ocupação. A preocupação primeira era estar ali, ter a cozinha para alimentar as pessoas.

Então isso já me chamou, já me deu um alerta. E aí falamos sobre marchas e eu fiquei pensando uma coisa que eu nunca tinha pensado. Como alimentar as pessoas numa marcha de 200 quilômetros? Como ter alimentos durante todo esse tempo durante o dia inteiro? Elas montando, desmontando, montando e desmontando (o acampamento).

Então o objetivo da minha tese foi investigar esse processo organizativo da cozinha, da alimentação do coletivo do MST. E à medida que eu fui pesquisando, eu fui ficando fascinada porque eu pude comparar o processo. Assim como estive com o João Pedro Stedile em 2018 falando sobre a minha pesquisa e ele falou assim pra mim: – Você sabe Marta, que eu fui chamado em Brasília por um general e eu não sabia porque?  Eu cheguei lá e perguntei: – Eu naõ estou entendendo porque eu estou aqui. E aí o general falou: – Eu preciso que você explique como vocês conseguem alimentar 12 mil pessoas andando, caminhando, e a gente como um exército, a gente não consegue fornecer uma alimentação adequada como vocês fornecem.

Então isso tudo, durante a minha pesquisa, eu fui ficando fascinada. Muito pelo trabalho cooperativo, pela transformação social que é incrível. Pela importância do método de planejamento, os princípios organizativos aplicados em tudo no MST, e na cozinha também.

No decorrer da história do MST a luta não é só por terra, mas por produzir alimentos. E saudáveis

E também todo o envolvimento com alimento, com a terra. Então acho que foram muitas as reflexões e durante a minha pesquisa até pensei:  – Nossa se isso tudo fosse aplicado em tudo o que a gente faz, como seria diferente o nosso Brasil, pelo menos.


Para a pesquisadora Marta Moeckel, modelo de alimentação coletiva do MST é um exemplo a ser seguido. / Divulgação

A gente percebe que a alimentação coletiva vai muito além do consumo de alimentos. Ela está relacionada com diversos fatores econômicos, sociais, culturais e políticos. Como você percebe essa relação do MST com a alimentação?

Então, o alimento está muito intrínseco ali nessa luta pela terra, porque o que eu vejo é que o MST começa sua luta por terra, realmente. Por adquirir terras que a pessoa pudesse morar e tudo o mais. Mas no decorrer da história do MST essa luta não é só por terra, mas a luta por produzir alimentos. E como diz o Stedile, não é só para produzir qualquer alimento, são alimentos saudáveis. Então a questão da agroecologia também, toda essa formação do MST, eu acho que é super importante. O alimento está intrinsecamente ligado a todas essas questões sociais, econômicas e políticas principalmente, como você falou.

Leia mais: Mais de 170 candidaturas eleitas se comprometeram com a promoção da agroecologia

Nesse momento de aprofundamento de diversas crises, especialmente com o crescimento da miséria e da fome nos últimos anos, a gente pode dizer que fortalecer a luta pela terra, é também lutar contra a fome?

Na verdade é uma continuidade. A luta pela terra e a fome já existem há muito tempo. Quando lá na década de 1980 o MST foi formado, vinha de lutas anteriores. Eles se consideram uma continuidade das lutas anteriores. Então lá no início do século 20 a forma já era persistente. Então, é isso que eu gosto de passar para os meus pares. Essa história da alimentação, da busca pela terra, da busca por alimentação mesmo. O problema da fome existe há muito tempo, então essa luta, é uma luta contínua. E a gente está vendo aqui no ano de 2020, voltando ao mapa da fome e à desnutrição.

Leia também: "O Brasil já está dentro do Mapa da Fome", denuncia ex-presidente do Consea

Me formei nutricionista na década de 80. Tenho 40 anos de formada. A gente trabalhava com a fome e com a miséria e com a desnutrição. Esse era o maior problema do Brasil e a gente retoma tudo isso. Então a luta pela terra está intrinsecamente ligada à questão da fome. Enquanto  a gente lutar pela terra, lutar pela produção de alimentos saudáveis, a gente está combatendo a fome. Com certeza esse é meu pensamento.

Percebemos nos últimos anos uma busca maior pela aproximação e resgate de alimentos tradicionais, de uma alimentação mais saudável. A que se deve isso?

Eu acredito que seja pela consciência das pessoas. Embora a maioria das pessoas, como a gente viu agora na pandemia, que aumentou absurdamente o consumo de alimentos “não saudáveis”, mais fastfood, consequentemente mais lixo, geração de resíduo, de plástico.

Enquanto  a gente lutar pela terra, pela produção de alimentos saudáveis, a gente está combatendo a fome

Então, embora a maioria ainda tenha a praticidade como o seu objetivo, tem muita gente que já tem uma consciência. De consumir um alimento saudável em todos os sentidos. Saudável em termos de onde ele é produzido, quem produz e a quem ele beneficia, o entorno. Então é exatamente essa questão da sustentabilidade como um todo. Eu acho que existe realmente uma maior consciência das pessoas, e nessa pandemia houve uma busca maior ainda desse resgate da alimentação tradicional.

Leia ainda: O preço da comida está "na boca do povo"

Com base na sua pesquisa e reflexões, quais práticas o MST tem a nos ensinar para uma alimentação mais saudável e de caminhos para a soberania alimentar?

Eu acho que o MST tem muito a ensinar! Acho que todo esse caminho percorrido por essa organização tem muito a ensinar. Mas eu acho que a produção de alimentos, seguindo os métodos de agroecologia e o amor à terra, o amor ao alimento, eu acho que isso é inegociável.

Tem muita gente que já tem a consciência de consumir um alimento saudável em todos os sentidos, de onde ele é produzido e a quem beneficia

Eu acho que é isso que traria para todos um bem estar e saúde. Se as pessoas tivessem essa consciência. Muito do que observei, do que li e  conversei com várias pessoas, essa consciência política que é importante, e que faz com que você tenha um caminho a seguir, um objetivo.

O MST tem muito muito a nos ensinar com relação a isso. A soberania alimentar tem a ver com escolhas. Então, o José Martí (revolucionário cubano, 1853-1895) nos falou que um povo que não produz seu próprio alimento, é um povo escravo. É escravo de gente de outros países, escravo de todas as formas, de alimentos oriundos de outros lugares. Então eu acho que a produção de alimentos nos assentamentos é o que vai nos trazer melhorias em termos de soberania alimentar.

Editado por: Rogério Jordão
Tags: mstsoberania
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