PANDEMIA

Após um mês de flexibilização, Venezuela começa 2021 com quarentena em todo o país

Com 114 mil casos, presidente Maduro decidiu retomar plano 7+7: uma semana de confinamento e uma de flexibilização

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |

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Venezuela retoma quarentena radical em todo o território a partir desta segunda-feira (4). - Michele de Mello / Brasil de Fato

A partir desta segunda-feira (4), a Venezuela retoma a quarentena rígida em todo o território nacional, dentro do plano 7+7: uma semana de isolamento social e uma de flexibilização. A decisão foi anunciada pelo presidente Nicolás Maduro diante do aumento dos contágios, depois de que o Executivo suspendera todas as restrições no mês de dezembro. 

Esta é a 41ª semana de pandemia no país, que registra 114.083 infectados, sendo 4.965 casos ativos e 95% de taxa de recuperação. Os venezuelanos também mantêm um dos menores índices de mortalidade da região, com 1032 falecidos pela covid-19. 

Nas semanas de quarentena, apenas os serviços essenciais estão permitidos, enquanto nas semanas de flexibilização as atividades econômicas e comerciais são permitidas em horários específicos. 

Apesar das restrições, a nação continua com o plano de repatriamento voluntário. No último domingo (3), 124 venezuelanos retornaram da Argentina, através do plano Vuelta a la Patria (De Volta à Pátria).

Além de retomar o confinamento, Maduro anunciou que o Ministério do Poder Popular para a Saúde assinou um contrato de compra de 10 milhões de doses da vacina Sputnik V.

"Nos próximos 90 dias Venezuela irá vacinar 10 milhões de venezuelanos com prioridade de acordo à idade, profissão e vulnerabilidade", afirmou o presidente. 

A Venezuela foi o primeiro país da região a testar o fármaco, que está em fase final de testes clínicos e já começou a ser aplicado de maneira massiva no território russo. 

O chefe de Estado denunciou que Portugal, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos tentam congelar recursos financeiros para evitar que o país adquirisse medicamentos. Maduro acusa esses governos de declarar uma guerra geopolítica com a vacina contra o coronavírus para reafirmar sua hegemonia mundial. "A vacina não pode ser objeto de mercantilismo selvagem", denunciou o mandatário.

Além da Sputnik V, a Venezuela, como membro dos países da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba-TCP) teria prioridade no acesso à Soberana 01, uma das quatro vacinas desenvolvidas pela biomedicina cubana.

Edição: Luiza Mançano