Pernambuco

VISIBILIDADE TRANS

No Recife, espetáculo com elenco trans encena homenagem a Elizeth Cardoso

Peça conta história do primeiro programa de samba transmitido pela TV Tupi e apresentado pela cantora carioca

Brasil de Fato | Recife (PE) |
A atriz Sharlene Esse encena Elizeth Cardoso, conhecida como “a divina” - Reprodução

Na abertura da 8ª Semana Nordestina da Visibilidade Trans, a Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (AMOTRANS) levou suas artistas para o palco do Teatro do Parque, no centro do Recife, com a peça ‘O Botequim de Elizeth Cardoso’.

:: Receba notícias de Pernambuco no seu Whatsapp. Clique aqui ::

Seguindo as recomendações sanitárias, o espetáculo fez parte da programação do festival Janeiro de Grandes Espetáculos de 2021 e conta a história do primeiro programa de samba transmitido pela TV Tupi e apresentado pela cantora Elizeth Cardoso, conhecida como “a divina”, que é interpretada pela atriz Sharlene Esse “Para mim, ser convidada pela AMOTRANS, fazer essa personagem que é maravilhosa, que é a Elizeth, que eu fiz durante 6 anos para o programa César Alencar, e hoje estar fazendo um espetáculo que eu sou a protagonista é uma responsabilidade muito grande”.


No mês da visibilidade trans, a apresentação dá visibilidade às artistas e também à luta de toda esta população. Em 2020, o Brasil liderou o ranking de país que mais mata travestis e transexuais no mundo pelo 13º ano consecutivo com 64 assassinatos, segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA). Confira na reportagem:


“Todo ano a AMOTRANS é protagonista de vários espetáculos, não é o primeiro ano; então ela vem sempre proporcionando aos artistas de Recife e de Pernambuco participarem desses eventos. A oitava semana ela traz muita coisa, ela traz para a gente traçar políticas públicas dentro, não só do município do Recife, mas dentro do Estado”, explica Fabianna Mello Oliveira, a homenageada da 8ª Semana Nordestina da Visibilidade Trans, fala sobre a importância do evento.

Contudo, não é possível atuar em papéis que não foram criados e ainda existe muito preconceito nesse meio, como aponta a integrante da AMOTRANS e atriz que interpreta Elza Soares, Tayná Lopes “Realmente é difícil a população T conseguir um espaço de protagonismo nos espetáculos, nos musicais. Aí, tendo em vista isso tudo, a AMOTRANS teve essa iniciativa de criar um projeto artístico para acrescentar na semana da visibilidade”. Para conhecer mais do trabalho da AMOTRANS, o contato pod ser feito através do instagram @amotrans _ pe.

 

Edição: Monyse Ravena